Que aos finais de semana muita gente se embriaga com cerveja, whiskey, vodka, entre outros tipos de bebida, não é novidade, no entanto, poucos conhecem os efeitos do álcool e sabem quanto tempo dura o efeito do álcool.
Fabricadas a partir da fermentação de grãos, frutas e talos, como a cana-de-açúcar, as bebidas alcoólicas estão entre os poucos tipos de droga lícita. Seu consumo em excesso, contudo, é prejudicial à saúde de quem ingere e, em muitos casos, para aqueles que estão ao seu redor.
Dito isso, saiba quais são os efeitos do álcool no corpo e quais as consequências do consumo em excesso desse tipo de droga.
Os efeitos do Álcool (goró, mé, caninha, cachaça, birita, pinguinha)
Forma de Ingestão: oral
Duração dos efeitos do álcool no corpo: de 2 até 4 horas
Dependência psicológica: alto
Dependência física: moderado
Efeitos do Álcool
O Álcool, se consumido de forma moderada e a curto prazo, causa efeitos como a euforia, quebra das inibições, relaxamento e diminuição da consciência. Os efeitos, entretanto, variam em cada pessoa, mas em geral o álcool deixa as pessoas mais desinibidas, alegres, leves, corajosas ou, ainda, agressivas e depressivas.
Já em maiores quantidades, o álcool pode causar náusea e inconsciência. O consumo de álcool a longo prazo pode causar obesidade, psicose, impotência sexual, úlceras, danos cerebrais e hepáticos, além de poder levar à morte.
A doença mais associada a seu consumo em excesso e a longo prazo é a cirrose hepática, conhecida como cirrose alcoólica. Neste caso, o consumo constante de álcool causa a esteatose hepática, um acúmulo de gordura no fígado que evolui e se torna um carcinoma hepatocelular, um tumor maligno.
Quando a doença evolui para câncer, o doente deve iniciar um novo tratamento, com quimioterapia e radioterapia. Em alguns casos, apenas um transplante de fígado pode reverter o caso, entretanto, a enfermidade pode retornar no outro fígado ou no transplantado.
Efeitos do Álcool No Organismo
Quando o álcool chega ao cérebro, ele estimula os neurônios a liberar serotonina, que causa efeitos como desregulação das sensações de prazer, humor e ansiedade. Por isso, o álcool deixa as pessoas desinibidas e eufóricas. Em seguida, o álcool inibe a liberação de glutamato, que por sua vez inibe o trabalho dos neurônios e faz com que o corpo perca sua coordenação motora.
Os efeitos do álcool no cérebro incluem dificuldades motoras como andar ou mesmo permanecer em pé, visão desfocada, fala arrastada, e um maior tempo de reação do sistema nervoso.
Em mulheres e idosos, o efeito do álcool é mais suscetível, ou seja, essas pessoas sentem rapidamente os efeitos da embriaguez. No caso das mulheres, isso ocorre devido a retenção de gordura no organismo, repelindo a absorção do álcool pelas células, fazendo com que ele permaneça por mais tempo na corrente sanguínea.
Nos idosos, o efeito é devido às alterações fisiológicas como hipertensão, diabetes, gordura no fígado, entre outras doenças.
Efeitos do Álcool no Cérebro
Quando bebemos, o álcool age de maneira direta no cérebro, mas especificamente na região do sistema nervoso. A substância provoca dificuldades no andar, visão borrada, fala arrastada e tempo de resposta retardado e danos à memória.
Além disso, o álcool, se consumido com frequência e em quantidades exageradas, pode provocar danos a longo prazo no cérebro. Um dos exemplos é a diminuição na criação de novos neurônios no cérebro, prejudicando a memória a longo prazo.
Afinal, quanto tempo dura o efeito do álcool no corpo?
Após a ingestão de bebidas alcoólicas, o álcool fica presente no sangue e no organismo por algum tempo. Durante esse período, a pessoa continua sentindo os efeitos do álcool, como visão turva, tontura e dores de cabeça.
Estima-se que exames de sangue podem detectar a presença do álcool até 6 horas após o consumo, enquanto testes com saliva e urina podem apresentar resultado positivo até 72 horas após a ingestão.
Mesmo que haja um período em que testes detectam a presença de álcool no corpo, existem diversos fatores que podem provocar a duração dele no organismo ou evitar que fique por muito tempo. Uma alimentação saudável e balanceada antes de ingerir bebidas alcoólicas, o teor dessa bebida, idade da pessoa e seu gênero são fatores que interferem.
O que fazer para tirar o efeito do álcool?
O álcool demora algum tempo para sair por completo do organismo de uma pessoa, no entanto, há algumas maneiras de cortar o efeito da substância para que o organismo se livre mais rápido desta droga. Beber água, caminhar, comer alimentos leves (como frutas, saladas e grelhados) ajudam o organismo a regular o nível de insulina.
Para os efeitos físicos o indicado é muita água, um banho gelado, café, bebidas e alimentos doces (sucos, balas, refrigerante).
Álcool corta o efeito de remédios?
O álcool pode cortar o efeito de remédios, contudo, a reação entre as bebidas alcoólicas e medicamentos não é tão simples. A ingestão dessas substâncias juntas pode causar a diminuição dos efeitos do remédio, ou seja, o corte do efeito, ou a potencialização dele.
Medicamentos que provocam alterações de humor, como antidepressivos e ansiolíticos, em sua maioria, tem seu efeito potencializado com o álcool. Medicamentos como antibióticos, por sua vez, possuem seu efeito cortado por bebidas. Por isso, o ideal é não ingerir remédios e álcool juntos ou com a diferença de um curto período de tempo.
Álcool corta o efeito do anticoncepcional?
Não há nenhum estudo que comprove que o álcool corta o efeito do anticoncepcional, no entanto, é necessário evitar o consumo das duas substâncias, pois para que a pílula seja absorvida pelo organismo é necessário que todo o processo de metabolização do organismo ocorra. As bebidas alcoólicas, por sua vez, atrasam esse processo, o que pode prejudicar no efeito do anticoncepcional.
Sintomas e Efeitos da Abstinência de Álcool
O primeiro sinal da abstinência alcoólica é a ressaca, que ocorre após 12 horas da ingestão da bebida. O álcool é um dos tipos de drogas que em menos de 24 horas o organismo já necessita de mais.
Sintomas como dor de cabeça, enjoo, tontura, sede, palidez e tremores são os primeiros efeitos da abstinência de álcool. Após consumo a longo prazo os sintomas são ansiedade, depressão, fadiga, oscilações de humor e falta de clareza de raciocínio.
Para evitar a ressaca recomenda-se beber muita água (antes, durante e depois da bebedeira), beber pouco, beber devagar e com intervalos entre cada copo, garrafa ou lata e se alimentar antes da ingestão de álcool.
Alcoolismo
Chama-se alcoolismo a ingestão descontrolada de álcool por uma dependência, seja física ou emocional. Os dependentes de álcool a esse ponto também são chamados de alcoólatras. Há tratamento, que envolve terapia e até desintoxicação em um hospital ou clínica médica.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3% da população brasileira com mais de 15 anos é alcoólatra, uma média de 4 milhões de pessoas. Durante a pandemia de Covid-19, o consumo de bebidas aumentou, a frequência de ingestão cresceu de 2,2% para 4,9%.
Teor Alcoólico
O teor alcoólico ou graduação alcoólica é a expressão da porcentagem de álcool que uma bebida possui, variando para cada tipo de bebida alcoólica. Mesmo que existam bebidas conhecidas pelo alto teor de álcool, aquelas que possuem menos podem provocar o mesmo efeito.
No Brasil, o critério utilizado para medir o teor alcoólico de uma bebida foi criado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Para descobrir o teor de uma bebida é necessário medir a densidade da mesma, utilizando a razão entre sua massa (medida em gramas) e o volume (o espaço que ocupa, seja em mililitros ou centímetros cúbicos).
Uma bebida alcoólica é feita em parte com álcool (etanol originado da fermentação) e de água, e quanto maior o volume de álcool nela, menor é sua densidade. Isso ocorre porque a água é mais densa que o etanol, ou seja, quanto mais água, mais fraca é a bebida.
Cachaça (pinga)
A cachaça, ou popularmente conhecida como pinga, é uma bebida feita por meio da destilação da cana-de-açúcar. Seu teor alcoólico é um dos mais altos, variando entre 38% a 48%, perdendo apenas para o absinto, que pode ter um teor alcoólico próximo a 80%.
No Brasil, a cachaça é uma bebida muito popular, utilizada para o preparo da Caipirinha, drink criado no País, durante o surto de gripe espanhola, em 1918. Outras versões indicam que o preparado já era consumido desde o século XIX, no interior de São Paulo e em Minas Gerais.
Os malefícios da cachaça são vários devido a seu alto teor alcoólico. Pessoas conhecidas por ingerirem pinga costumam, frequentemente, exagerar no consumo da bebida. Assim como outras bebidas alcoólicas, a cachaça pode causar cirrose hepática, entre outros problemas de saúde.
Cerveja
A cerveja, uma das bebidas mais comuns no Brasil e no mundo, é conhecida pelo baixo teor alcoólico, que pode variar entre 5% a 9%. O excesso de cerveja, no entanto, pode ser prejudicial à saúde, assim como outras bebidas.
Por ter um baixo teor alcoólico, ela é facilmente consumida em excesso, pois quem está ingerindo pode demorar algum tempo para sentir os efeitos dela no organismo. Algumas pessoas, entretanto, podem ser mais suscetíveis aos efeitos do álcool e ficar embriagadas rapidamente com uma cerveja ou outra.
Os malefícios da cerveja se assemelham aos de outras bebidas alcoólicas e são: cirrose hepática, esteatose hepática e hepatite alcoólica e doenças cardiovasculares.
Tequila
A tequila é uma bebida mexicana que se tornou muito popular entre os brasileiros. Seu teor alcoólico é alto, variando entre 27% a 40%. Ela é consumida, normalmente, com sal e limão e em pequenos copos de dose, com cerca de 45 ml.
Feita de agave-azul, a tequila possui, assim como a cachaça, diversas variações, além de ser muito utilizada no preparo de drinks, como a Margarita (preparado com tequila, limão, açúcar, licor de laranja e gelo a gosto). O teor de álcool em todas as versões, contudo, possui os mesmos efeitos no organismo.
Vinho
O vinho é uma bebida com teor alcoólico moderado, podendo variar até 15% em alguns casos. A bebida é feita à base da fermentação da uva, seja Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec ou Sauvignon Blanc.
Mesmo com um teor alcoólico moderado, o vinho, se consumido em excesso, pode gerar sensações desagradáveis e fazer mal para o consumidor. A bebida, contudo, possui benefícios quando consumida moderadamente, como a prevenção de doenças cardiovasculares, depressão e diabetes.
O vinho, por ser uma bebida doce e mais leve e agradável ao paladar, faz com que os consumidores bebam mais e se embriaguem mais rápido do que com bebidas de teor alcoólico mais alto.
Vodka
A vodka possui um teor alcoólico variável, dependendo da marca do produto. O teor, no entanto, fica entre 13% a 40%, sendo uma bebida muito utilizada para a preparação de drinks e coquetéis.
Sua origem é russa e seu principal ingrediente é a batata, ou seja, a bebida é um destilado de batatas. Conhecida por ser uma bebida que esquenta e que deixa facilmente embriagado, a vodka é pouco consumida pura devido seu sabor forte.
Quando se trata de valores, uma garrafa de vodka pode variar de R$10 a mais de R$100. Acredita-se que quanto mais barata é a bebida, menor é sua qualidade.
Whisky
O whisky é uma bebida com um alto teor alcoólico, variando entre 38% a 54%. A bebida, no entanto, é consumida moderadamente, pois seu sabor forte e a presença marcante do álcool tornam seu consumo exacerbado quase impossível.
No Brasil, costuma-se fazer drinks com a bebida ou é ingerida com pedras de gelo, pois é conhecida por ser uma bebida que esquenta demais.
Assim como outras bebidas, o consumo excessivo e a longo prazo do whisky pode causar cirrose hepática e doenças cardiovasculares.
Curiosidades do álcool
Muitos acreditam que a bebida alcoólica teve seus primeiros registros na Pré-História, durante o período Neolítico, quando houve a aparição da agricultura. A partir do processo de fermentação natural, celtas, gregos, romanos, egípcios e babilônicos começaram a consumir e atribuir diferentes significados ao consumo do álcool.
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