Após declaração imprópria de Jair Bolsonaro, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) divulgou nota de repúdio condenando a atitude do político, e a jornalista Míriam Leitão fez duras críticas ao governo do Presidente.
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Bolsonaro questiona os fatos
O Presidente da República provocou nesta segunda-feira (29) o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, ao dizer que revelaria publicamente como o seu pai desapareceu na Ditadura.
O pai de Felipe foi militante do movimento estudantil brasileiro. Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira lutou contra o Regime Militar no país, que durou de 1964 a 1985, e desapareceu em 1974.
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Em uma live no Facebook Bolsonaro afirmou que Santa Cruz não foi morto pelos agentes da ditadura, mas na verdade teria sido assassinado pela própria organização de esquerda da qual fazia parte – a Ação Popular.
Quero saber do presidente o que ele efetivamente sabe, se ele soube nos porões da ditadura, o que é muito grave, porque ele diz que soube à época quando era militar, então ele reconhece relação com os porões da ditadura.
disse o presidente da OAB Felipe Santa Cruz, filho de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira
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O presidente da OAB disse que vai intimar Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal para que ele esclareça essa situação.
O relatório em três volumes da Comissão da Verdade, que analisou graves violações de direitos humanos no Brasil, expôs que Santa Cruz foi de fato “preso e morto por agentes do Estado brasileiro”, contraindo as afirmações de Bolsonaro.
Crítica ao governo Bolsonaro
Inconformada com as narrativas falsas que Jair Bolsonaro criou para o período da ditadura, a jornalista Míriam Leitão, da Rede Globo, interrompeu suas férias para publicar um texto em seu blog no jornal O Globo dando uma resposta a esse caso.
Durante mais de três décadas os militares disseram ao país que não tinham documentos, não sabiam dizer onde estavam os desaparecidos políticos, não souberam como morreram os que foram assassinados nos quartéis durante a ditadura militar. Hoje, o presidente Jair Bolsonaro disse o oposto. Primeiro, decidiu brincar com mais um drama humano e dizer ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que sabia como o pai do advogado havia morrido. Depois, criou a sua versão que culpa a esquerda. O que o presidente fez é repulsivo.
disse Míriam Leitão
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A jornalista foi torturada por três meses em 1972 pelo regime militar por ter sido militante do Partido Comunista do Brasil. Na época, Míriam estava grávida. Assim, como fez com Santa Cruz, Bolsonaro contestou essa história.
Ele atacou a jornalista negando que ela tenha sofrido tortura na Ditadura. Para ele, isso é um “drama mentiroso”. Em seu artigo, Míriam disse que ‘Bolsonaro não sabe governar’.
Ao final do texto, a jornalista ainda descreveu a possibilidade de um impeachment tendo como base o descompromisso diário de Jair Bolsonaro com a Constituição Brasileira.
Para ler a opinião completa da jornalista, clique aqui.
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