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Princesas da Disney: como o papel delas se transformou ao longo dos anos

A história de uma adolescente de pele branca como a neve envenenada por sua madrasta – que valorizava a estética a ponto de envenenar quem ultrapassasse sua beleza – foi o princípio da geração de princesas da Disney com as concepções do século 20, que trazia uma fragilidade à personagem, Branca de Neve, ao depender do príncipe para acorda-la de seu sono profundo. 

Apesar desse ponto de vista, essa história famosa e tradicional contém diversas versões, além de trazer valores e perspectivas diferentes. Dessa forma, a mudança na maneira de produzir as obras por conta da demanda do atual mercado, que tem cada vez mais destacado a independência feminina e inovação tecnológica.

Assim é marcado o século 21, com a presença de um protagonismo acionário da mulher e a realização de live-actions, aproximando o público e perpetuando a posição da Disney como uma das mais famosas e bem sucedidas companhia multinacional estadunidense de mídia de massa. 

Nesse sentido, a nomeada Era Clássica das princesas com a visão de uma donzela em perigo a espera de um lindo príncipe encantado, montando seu cavalo branco e desbravando o desconhecido, atualmente, tem ganhado um novo significado pela empresa Disney com a frase “Sou princesa, sou real”, ao quebrar a utopia criada de princesas e ao encorajar o público feminino de conquistar e ser o que quer.

Esse novo paradigma traz consequências da Era da Renascença e Era Moderna, assim denominadas pelos cinéfilos (ou amantes de cinema, se assim preferir) como os períodos de mudanças das gerações de princesas, que a partir dessas fases apresentam valores importantes, como a união da família, a coragem e o empoderamento acima da passividade.

Entenda as eras

Era Clássica: Apresenta princesas mais passivas e alheias à própria história, como a Branca de Neve, Cinderela e a Bela adormecida.

Era da Renascença: Relata princesas com o senso de liberdade maior e mais ativo na própria história, como Jasmine, Ariel, Pocahontas, Mulan e a Bela (A Bela e a Fera).

Era Moderna: Compõe princesas que se impõem e reivindicam suas próprias decisões, como Rapunzel, Tiana, Merida, Moana, Anna e Elsa.

Dessa forma, o questionamento do papel das princesas da Disney, que se transformou com o passar do tempo, tem a influência do movimento feminista, ganhando mais força no fim no século 20, do qual concedeu a luta das mulheres por seus direitos e que, no campo cinematográfico, conferiu mudanças incisivas na participação e protagonismo da mulher.

Somado a isso, o movimento negro também pode ser citado como participativo na representatividade que as princesas da Disney proporcionam para o público. A primeira princesa negra se encontra na animação A Princesa e o Sapo, de 2009, em que a garçonete Tiana, que trabalha arduamente para abrir seu próprio restaurante, contém objetivos e determinações diferentes do que casar com o príncipe encantado, configurando assim como uma inspiração. 

Tendo em vista as lutas do século passado, os reflexos na atual sociedade traz um novo significado ao substantivo “princesa”, em que a Disney mostra no filme Wi-Fi Ralph: Quebrando a Internet (2019), o encontro das personagens desde a era clássica até a moderna, do qual permite entender a transição de “uma donzela em perigo” para “uma mulher que move sua história”. 

princesas da disney
Princesas da Disney no filme Wi-Fi Ralph: Quebrando a Internet (2019). | Foto: Reprodução.

Além disso, a atual geração da Disney traz a mais nova produção, que tem ganhado a atenção do público, chamada de live-action, em que o filme transpassa uma animação para a realidade da qual se adiciona valores e perspectivas antes não exploradas.

Nessa visão, o live-action de Aladdin (2019) expõe esse exemplo em que a princesa Jasmine, de forma mais ativa e ousada perante seus sonhos e desejos, tem sua posição imposta e ajuda a salvar seu reino do perigo. Apesar de não ser a personagem principal da trama,os valores de empoderamento, amor familiar e desejo de liberdade são bem característicos da princesa. 

Princesa Jasmine da Disney
Princesa Jasmin em Aladdin (2019). | Foto: Reprodução.

Portanto, a transformação graças aos live-actions leva lançamentos, como o do filme Mulan, previsto para esse ano, a um novo patamar, deixando fãs e críticos curiosos para a realização de mais uma princesa no campo cinematográfico. A história em animação já traz a figura de uma personagem muito decidida e corajosa ao se disfarçar de homem para a entrada no exército chinês e ao salvar seu pai da guerra. Dessa forma, os valores e as perspectivas são uns dos tópicos mais intrigantes no live-action do filme, em que mais uma princesa da era da renascença ganhará vida nos telões de cinema. 

Mulan live-action tem estreia adiada
Mulan na versão live-action. | Foto: Reprodução.

Diante das mudanças ao decorrer do tempo e a nova visão do mercado no cinema, o papel das princesas passou por inovações importantes que, além de marcar a infância de muitos, traz consigo a consolidação de princípios morais e éticos dos quais ultrapassam um simples entretenimento e permanecem na memória. 

E, para todos, uma princesa a quem se espelhar! 

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Por Amanda Marques – Fala! UFPE

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