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Pandemia aumenta consumo de podcasts no Brasil; Entenda

O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking dos países que mais consomem podcasts no mundo, ficando atrás apenas da Suécia e da Irlanda. Segundo pesquisa realizada pela plataforma CupomValido.com.br, com informações da Statista e do IBOPE.

Ainda segundo os dados, o país conta com mais de 30 milhões de ouvintes e mais de 40% desses brasileiros escutaram podcast pelo menos uma vez nos últimos 12 meses. O formato começou a ganhar espaço em 2019, e no período da pandemia o crescimento foi exponencial. A busca por entretenimento, informação e o cansaço das telas fizeram com que os ouvintes procurassem cada vez mais por esse conteúdo que em sua maioria é consumido enquanto são realizadas outras atividades como estudo, trabalho, lazer e atividades domésticas. Saiba mais sobre a popularidade dos podcasts. 

Podcasts
O Brasil está entre os países com mais consumidores de podcasts. | Foto: Reprodução

O consumo de podcasts no Brasil 

Os programas atualmente são variados, mas o formato preferido dos ouvintes é o de entrevistas. Os pioneiros desse estilo são o “Mano a Mano”, apresentado por Mano Brown, e o “Flow”, apresentado por Igor Coelho, que também é transmitido no YouTube, onde possui mais de três milhões de inscritos.

Até mesmo as produções jornalísticas ganharam espaço nesse novo meio de comunicação, e hoje muitos jornais, rádios e canais de TV tem seus próprios podcasts trazendo informação e entretenimento de uma forma assertiva para o público, sem a interferência de anúncios e outros assuntos. Se tornou possível escolher ouvir somente aquilo que tem interesse, o conteúdo se torna específico e a variedade de produções faz com que todos os “gostos” sejam atendidos, além disso, é possível ouvir o mesmo episódio quantas vezes quiser.

O podcast mais ouvido do Brasil em 2021, foi o “Horóscopo Hoje”, que traz previsões dos signos diariamente, antes encontradas em jornais e revistas. O consumo desse conteúdo demonstra a mudança no comportamento do público que está em busca cada vez mais de objetividade nas informações.

A narração de histórias reais também caiu no gosto do público, o podcast “Não Inviabilize”, apresentado por Déia Freitas, é um dos mais famosos nesse segmento. A apresentadora traz histórias enviadas pelo público, que vão desde coisas do cotidiano, histórias de superação, outras que servem de alerta e até mesmo casos sobrenaturais. O podcast conta com mais de 60 milhões de reproduções, e se destaca por sempre trazer questões sociais em seus episódios, além de contar com a opinião dos ouvintes sobre os casos.

Outro tipo de formato que faz sucesso são as histórias de crimes reais, gênero conhecido popularmente como true crime. Nos EUA  esse formato possui diversas produções, como “Unsolved Murders: True Crime Stories” e “Serial” que são mundialmente conhecidas. No Brasil, o Modus Operandi, apresentado por Carol Moreira e Mabê, é o mais ouvido do segmento e traz em cada episódio um caso diferente.

Já o podcast “Projeto Humanos”, apresenta histórias de crimes reais desde 2015, porém de maneira mais profunda com uma intensa e completa investigação. Apresentado pelo professor e escritor Ivan Mizanzuk, o programa ganhou destaque com a temporada intitulada “Caso Evandro”, que conta com mais de 30 episódios. O trabalho excepcional de Ivan, recebeu visibilidade na mídia e foi feita uma adaptação para o Globoplay. Atualmente está no ar a quinta temporada intitulada “Altamira”, disponível em diversas plataformas de áudio.  

O crescimento de podcasts no Brasil e no mundo se deve, não somente a mudança de comportamento dos consumidores, mas também a facilidade para produzir esse produto que muitas vezes é feita de forma independente, hoje estão disponíveis no mercado diversos programas para gravação de podcasts que podem ser feitos até mesmo no smartphone. Muitos dos programas que hoje tem milhares de ouvintes, começaram apenas com um hobby, transformando a atividade em uma profissão e dando ainda uma nova chance para os profissionais da área, como os radialistas e jornalistas que encontraram um novo meio de se comunicar com o público. 

O fácil acesso a esse tipo de conteúdo também colaborou com esse crescimento, e hoje além das plataformas de áudio pagas, temos a Orelo, que possui serviço gratuito e uma assinatura paga, permite que os usuários contribuam financeiramente com os programas e é a única que remunera os podcasters por players nos episódios. 

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Por Bárbara Andrade – Fala! Universidade Cruzeiro do Sul 

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