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Opinião: A ficção e a denúncia da desigualdade social

Em filmes como Titanic, O preço do amanhã, Divergente e Parasita nota-se uma enorme divisão social, a qual é abordada de diferentes maneiras nas respectivas tramas. Os longas, algumas vezes, são responsáveis por reproduzir criticamente a realidade, tendo como objetivo principal a denúncia de tais situações.

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Cena do filme Parasita. | Foto: Reprodução.

Assim, apesar de histórias completamente diferentes, é notório que essas produções se cruzam em aspectos socioeconômicos, que abordam o privilégio dos abastados e o sofrimento daqueles que não conseguem ascender na sociedade.

No Brasil, uma das produções que conseguiu tal efeito foi Bacurau (2019), produzido por Kleber Mendonça, no qual retrata o desaparecimento do mapa da cidade Bacurau e a revolta dos cidadãos com o desgoverno presente no sertão brasileiro. 

Paralelamente à ficção, segundo a historiadora Lília Schwarcz, pelo fato das mazelas sociais, as mesmas desde a escravidão, não terem acabado em 1888 e se perpetuarem até os dias atuais, a desigualdade social ainda é o principal fator determinante de uma sociedade.

Assim, apesar do hiato temporal presente entre a abolição da escravatura e os dias atuais, é de grande importância entender que pouco mudou e que, por esse motivo, os descendentes dos ex-escravos continuam sendo desvalorizados e são maioria no processo de trabalho braçal. 

Seguindo a linha de raciocínio do sociólogo Karl Marx, em que a luta de classes é o que movimenta o sistema, fica claro que a não ascensão social e não resolução dos problemas socioeconômicos do país são uma estratégia política para privilegiar sempre os mais abastados e continuar o processo de alienação dos mais pobres.

Dessa maneira, é essencial que as produções cinematográficas, sejam elas nacionais ou estrangeiras, continuem abordando todo o processo da luta de classes de forma consciente e crítica, visando proporcionar à população uma nova perspectiva de mundo, para que, com isso, haja esperança de um futuro mais próspero e igualitário.

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Por Anna Beatriz Peixoto – Fala! UFPE

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