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Entenda qual é o impacto da religião na política brasileira

Desde o surgimento da humanidade, a religião é usada para explicar a origem da vida. Nas sociedades mais antigas, o sentido da existência era pautado pela fé, desde a civilização egípcia, que tinha toda as ações econômicas, culturais e arquitetônicas moldadas por ela, até a fundação do cristianismo – que se tornou a doutrina mais seguida e respeitada do mundo. Atualmente, ela conta com cerca de 2,1 bilhões de adeptos. No Brasil, de acordo com uma pesquisa do Datafolha de janeiro de 2020, cerca de 50% dos brasileiros são católicos e 31% evangélicos.  

Já a política, teve o seu surgimento na Grécia clássica, no século VI a.C., em um momento em que o homem abandonou a crença a simbolismos e passou a querer explicar racionalmente a sua existência. Desde então, política e religião tiveram a sua separação, uma não mais dependia da outra para existir, porém, na prática, isso aconteceu de forma diferente. 

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Entenda qual é o impacto da religião na política. | Foto: Politize.

Impacto da religião na política

Atualmente, no Brasil, a Bancada Evangélica ocupada 20% do Congresso. “No contexto em que vivemos, a religião atua principalmente no poder legislativo, de forma que deputados votam leis de importância nacional olhando apenas com o seu filtro dogmático”, diz Maria Luisa Duarte Andrez Fernandes, 23, formada em Ciências Sociais. Além disso, de acordo com a cientista social, a religião não está presente somente na política. “A religião no Brasil tem forte influência na mídia, de forma que existem representantes da igreja na televisão, nos rádios, até mesmo em outdoors“.

De acordo com o artigo 5º, inciso VI, a Constituição Federal de 1988, garante a liberdade de crença aos cidadãos. “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Porém, apesar de estar na Constituição, na prática, a laicidade do Estado não existe, pois religiões que não seguem as matrizes do Cristianismo são frequentemente demonizadas, como é o caso do Candomblé, que constantemente é alvo de preconceitos e violências. 

Ainda de acordo com Maria Luisa, a religião possui um impacto negativo na política brasileira. “A política religiosa brasileira se trata de um ‘monopólio’ gigantesco e multinacional criado para ‘manutenciar’ o poder da igreja na sociedade, bem como os seus ideais, envolvendo escândalos de lavagem de dinheiro, charlatanismo e sonegação fiscal”.

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Por Simony Maia – Fala! FIAM FAAM

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