Meditação (ou meditare, no latim, de onde é originada) é uma expressão que quer dizer “voltar-se para o centro”, concentrar a atenção no interior do indivíduo, desconectando-se da esfera externa. Essa prática se propagou, primeiramente, com as religiões orientais, como o budismo e o hinduísmo, com o intuito de alcançar a libertação e a iluminação espiritual, sendo considerada uma jornada tradicional de autoconhecimento.
A rotina da humanidade está cada vez mais acelerada, levando a população a desenvolver doenças relacionadas à saúde mental, como ansiedade e depressão.
A ansiedade pode ser definida como um problema em que as pessoas se colocam no futuro, tentando resolver situações que ainda não existem e que ainda nem sabem se vão existir, deixando de viver o presente em que se encontram. Já a depressão, gera uma mudança brusca de humor, afetando como você se sente, pensa ou age, trazendo sentimentos de tristeza e a perda de interesse na prática de atividades que geram prazer ou da rotina, no dia a dia. E essas doenças que afetam a saúde mental estão entre as principais doenças do século XXI.
E é neste momento que a meditação entra em cena. Como já foi falado anteriormente, essa prática busca entrar na psique humana, para descobrir quem realmente somos e o que devemos mudar no nosso eu interior. Em meio a um mundo tão conturbado, repleto de caos, pensamentos e memórias nas nossas mentes, torna-se sempre difícil reconhecer a nossa essência, que é o que a meditação quer resgatar.
A ansiedade é maléfica quando a tristeza não é passageira. Se você está há uma semana triste, procure ajuda, é depressão! E sabe por que acho a meditação importante? Para percebermos o que está acontecendo com a gente. Meditação não cura, não é milagrosa, mas faz você perceber aquilo que precisa. O mundo tem coisas maravilhosas, mas estamos acostumados a ver só a podridão, o lixo. É o vício da mente que nos leva à depressão. Daí o livro O sofrimento é opcional. Não é sair dela, é lidar, buscar ajuda, tratar.
Monja Coen, em entrevista ao portal Hoje Em Dia
A relação entre a meditação e a saúde mental
Para meditar, é necessário bastante foco, concentração, determinação e força de vontade, pois os resultados não aparecem rapidamente. Algumas perguntas como “Quanto tempo eu devo meditar?”, “Não consigo me desligar completamente e fico pensando na minha rotina quando estou meditando, estou fazendo errado?”, “Qual a melhor hora do dia para meditar?” são questionamentos muito comuns e fáceis de serem solucionados. Aí vai uma dica para os iniciantes: o aplicativo Meditopia é bastante indicado para te auxiliar nesse momento (e eu sou suspeita para falar, já que utilizo diariamente).
Na plataforma citada anteriormente, você encontra áudios gratuitos de meditação guiada para diferentes fins, além receber mensagens inspiradoras todos os dias, poder escrever notas sobre como está se sentindo para avaliar a evolução posteriormente e procurar músicas ou histórias que serão tocadas/contadas para você dormir.
No Meditopia, há a opção de usar gratuitamente ou pagando, mas ambas as opções garantem um bom leque de possibilidades de conteúdos para você consumir, tais quais as meditações guiadas direcionadas para aliviar dores físicas e mentais, para relaxar após um dia difícil, para confiar em si mesmo e recuperar a autoestima.
O aplicativo está disponível para App Store, dispositivos Android e alguns vídeos no YouTube.
Voltando às questões que são bastante comuns para iniciantes, não, não há um jeito, um tempo e um horário certo para meditar. Há recomendações que podem facilitar para você e que funciona para grande parte dos adeptos da meditação, mas você deve realizar de acordo com o que sua rotina permite.
Normalmente, recomenda-se meditar na parte da manhã, pois fará com que você inicie o dia focado e de maneira produtiva, trazendo harmonia e tranquilidade para o restante das situações que enfrentará ao longo do dia. O tempo geralmente praticado por iniciantes é, aproximadamente, entre 15 e 20 minutos por dia, mas realizando todos os dias para tornar a meditação um hábito. A postura que as pessoas frequentemente optam por utilizar é sentado, com as pernas cruzadas, com a coluna ereta e os olhos fechados.
Todas as indicações para uma boa prática de meditação são baseadas nos resultados obtidos pela maioria das pessoas que testaram e perceberam uma melhora. Mas se você tem uma rotina corrida, sem muito tempo, não há nenhum problema em meditar na hora do almoço (quando você consegue um intervalo), durante 5 minutos e sem a postura mais indicada, ou de qualquer outra forma que sua rotina permita.
O mais importante é se entregar completamente à meditação (fique tranquilo, no início é difícil se desapegar dos pensamentos que sempre invadem a nossa mente), se permitindo obter um autoconhecimento para se entender e transformar aquilo que te incomoda.
Como citado anteriormente, a meditação não é uma cura, mas quando você a torna um hábito, você adota um estilo de vida mais leve, tranquilo, com muita gratidão e sempre cuidando da sua saúde mental, prevenindo ou diminuindo doenças como a ansiedade e a depressão.
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Por Júlia Salles – Fala! UFMG