Segundo pneumologista do HCor, apneia do sono está relacionado com a maior concentração de poluentes na troposfera em função da inversão térmica provocada pela queda de temperatura nesta época do ano
Pessoas que sofrem de apneia do sono podem ter o seu problema agravado em função da chegada do inverno.
Segundo o pneumologista do Centro de Medicina do Sono do Hospital do Coração (HCor), Dr. Pedro Genta, o problema está relacionado com a maior concentração de poluentes na troposfera em função da inversão térmica provocada pela queda de temperatura nesta época do ano.
“No momento em que inalamos poluentes nossas vias respiratórias costumam ficar inflamadas. Esse processo potencializa quadros de apneia de apneia do sono porque deixa o caminho percorrido pelo ar até os pulmões ainda mais estreito”, explica o médico.
O Dr. Genta acrescenta que, para diminuir a influência da concentração de poluentes, principalmente, entre os portadores da doença, é fundamental promover a circulação de ar no quarto antes da hora de dormir.
Ao agregar partículas de poeira e mofo, a poluição pode atrapalhar o repouso até mesmo de quem não tem apneia do sono. Por isso, de maneira geral, manter os ambientes da casa sempre ventilados e bem arejados é fundamental. Até porque tal medida diminui o risco de transmissão e propagação de doenças infecciosas e respiratórias que também podem prejudicar bastante a qualidade do descanso noturno”, ressalta o pneumologista.
O médico ainda alerta que a poluição só potencializa os riscos que a apneia do sono já representa, por exemplo, para a ocorrência de doenças cardíacas como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias, infartos e até derrames, além de outras comorbidades como diabetes, cansaço, sonolência durante o dia, queda de rendimento no trabalho e alterações de humor.
Por isso, o médico tem mais algumas dicas de como combater a doença e evitar as consequências que ela traz para a saúde
Apneia do sono: como combater a doença
Cuide do peso
segundo o Dr. Genta, o ganho de peso aumenta, consideravelmente, as chances de uma pessoa sofrer com apneia do sono. Isso porque as vias respiratórias acabam sofrendo uma espécie de estreitamento em função da gordura acumulada na região pescoço.
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“A obesidade ainda é o principal fator de risco para a ocorrência de apneia do sono. Por isso, procurar emagrecer e atingir o peso ideal diminui bastante as possibilidades de alguém sofrer com o problema”, explica o pneumologista do HCor.
Abandone o cigarro
alguns estudos têm demonstrado a relação entre o tabagismo e a apneia do sono. Isso porque o fumo causa o inchaço dos tecidos do interior da garganta e da boca. Além de aumentar a produção de muco, esse processo reduz o tamanho das vias respiratórias, o que favorece bastante o surgimento da apneia do sono.
“Melhor que deixar de fumar, é nunca começar. Ficar longe do cigarro é importante não só para reduzir o risco de apneia, mas também para evitar uma série de outros problemas de saúde que comprometem significativamente o sistema respiratório e a qualidade de vida uma pessoa”, alerta o Dr. Genta.
Evite álcool antes de dormir
outra medida importante para evitar a apneia do sono é não consumir bebida alcoólica antes de dormir. Em contato com o organismo, o álcool provoca o relaxamento dos tecidos da garganta, o que impede que as vias respiratórias permaneçam bem abertas durante o sono.
O recomendável é que a pessoa não beba nada alcoólico, pelo menos, quatro horas antes de se deitar. Além de favorecer apneia do sono, o consumo de álcool prejudica os ciclos do sono e pode contribuir com quadros crônicos de insônia”, revela o pneumologista.
Evite dormir de costas
a posição em que dormimos também está relacionada com a apneia do sono. Ao dormirmos de barriga para cima a língua cai em direção à garganta e pode obstruir as vias respiratórias.
Para evitar problemas durante o sono, o ideal é que a pessoa durma de lado”, sugere o Dr. Genta.
Durma o suficiente
para garantir uma boa qualidade de sono, é recomendável dormir entre sete e oito horas.
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Além de piorar o ronco e a apneia, a privação do sono causa cansaço, sonolência e aumenta o risco de obesidade”, alerta o médico.
Faça exercícios físicos regularmente
atividade física regular tem efeitos positivos para o sistema cardiovascular e pode reduzir o risco de apneia do sono.
Alguns estudos têm demonstrado que o sedentarismo aumenta o acúmulo de líquido nas pernas. O deslocamento de líquido das pernas para a garganta, quando o indivíduo está deitado, durante o sono, aumenta a chance de desenvolver apneia”, explica o Dr. Genta.
Trate os problemas nasais
outra medida imprescindível em relação à apneia do sono é tratar os problemas nasais.
A obstrução nasal e a respiração pela boca pioram o ronco e a apneia do sono”, explica o pneumologista do HCor.
Vigie a Pressão Arterial
a respiração irregular provocada pela apneia do sono sobrecarrega o funcionamento do coração, enquanto a pessoa dorme. Sendo assim, como já mencionado, quem sofre com o problema corre ainda mais riscos de desenvolver doenças cardiovasculares.
Por isso, pacientes com apneia do sono devem medir regularmente a sua pressão arterial, tomando sempre os cuidados necessários com o bom funcionamento do sistema cardiovascular”, recomenda o pneumologista do HCor
Se persistirem sintomas da apneia do sono como cansaço, sonolência, ronco ou as apneias, pode ser necessário o tratamento com aparelhos de pressão positiva ou de aparelhos intraorais que devem ser feitos por um especialista.