A puberdade é entendida como um processo de transição fundamental no desenvolvimento humano desde a infância até a idade adulta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2005), a puberdade é definida entre as idades de 10 e 19 anos. A adolescência é entendida como uma fase de “muita turbulência”, mudanças fisiológicas e psicológicas, problemas emocionais, familiares e sociais. Por isso a importância de falar sobre saúde mental na adolescência.
Durante este período de grandes mudanças, os jovens muitas vezes lutam para lidar com situações e emoções estressantes, tornando-os mais vulneráveis. Durante a adolescência, os adolescentes concentram-se em suas emoções e tornam-se mais propensos ao comportamento impulsivo, o que pode ser um fator de risco para o comportamento suicida.
A puberdade patológica é caracterizada pela influência de fatores de risco. Dentre os fatores de risco para o comportamento suicida do adolescente, a negligência da família no atendimento das necessidades de cuidado e afeto da criança, perda de entes queridos, exposição à violência física, psicológica e sexual, condições de saúde e sociais e a falta de emoção. Solidão, bullying, baixo rendimento acadêmico, baixa autoestima, dinâmica familiar conflitante. A presença de fatores de risco na adolescência pode contribuir para uma vivência mórbida do adolescente e, consequentemente, aumentar o risco de reação suicida.
A puberdade é uma fase que consiste em várias mudanças e mudanças físicas e psicológicas. Diante dessas mudanças, os jovens estão em processo de construção de identidades, estabelecendo suas primeiras relações com os contextos sociais, possibilitando essa inclusão por meio da experiência social vivida e sendo expostos a influências sociais e comportamentos de risco que o afetam o desenvolvimento cognitivo da vida. Ressalta-se a importância da família como função protetora relacionada a conexões sociais adequadas, proteção, cuidado e autonomia.
A atuação da enfermagem na saúde mental na adolescência
No cenário assistencial brasileiro, após o surgimento dos serviços psiquiátricos abertos, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os projetos institucionais de tratamento foram reorganizados e novas abordagens assistenciais foram estabelecidas. Assim, a enfermagem também passou a adotar uma postura terapêutica, crítica e reflexiva, enfatizando as relações interpessoais e adotando uma perspectiva humanista que se engaja em métodos grupais.
É importante frisar o cuidado da saúde mental dos adolescentes e protegê-los de experiências negativas e condições de risco que são capazes de prejudicar sua capacidade de crescimento pois, pode afetar também a vida adulta.
Acredita-se que a doença mental vivenciada por adolescentes tende a ter um impacto negativo na vida adulta. Nessa perspectiva, sintomas de depressão, ansiedade, transtornos alimentares, autoestima negativa e comportamento agressivo são comuns nessa fase da vida e frequentemente podem levar a tentativas de suicídio.
O conhecimento dos fatores de risco que transpõem o sofrimento emocional desses indivíduos pode direcionar para o cuidado. É possível ressaltar os seguintes fatores de risco, sendo eles a violência incluindo bullying, pobreza, humilhação, desvalorização, ambiente familiar, moradia em lares adotivos e condições sociodemográficas podem ser destacados como fatores de risco para problemas de saúde mental em jovens.
A identificação da carência de saúde mental de um indivíduo permite desenhar possibilidades de diagnósticos que sustentem a realização da sistematização do cuidado e observar condições de risco causadores de doenças, sinais, sintomas e prováveis causas. Para fazer um diagnóstico, aspectos importantes das necessidades de saúde do paciente devem ser considerados, e essas informações são coletadas a partir do laudo médico e dos exames físico e psicológico.
Os enfermeiros podem estruturar intervenções e orientar as pessoas em atribuições que viabilizem a saúde física e adicioná-las às intervenções de saúde mental em adolescentes, influencia como mecanismo de equilíbrio da ansiedade, liberando tensões e renovando as energias, trazendo alegria, relaxamento e bem-estar aos praticantes, para aplicar o processo de enfermagem, o enfermeiro deve estabelecer relações com os indivíduos, o que lhes confere autonomia, empoderamento e aproxima o discurso ao do indivíduo.
As intervenções de enfermagem ajudam as crianças e adolescentes a recuperar o senso de controle sobre suas vidas e serviços direcionados para que sejam capazes de voltar à sua comunidade e retornar ao nível mais alto possível de funcionamento, também visam estabilizar o comportamento, gerenciar crises e incluir uma avaliação completa, uma das principais responsabilidades para a criação e manutenção do ambiente terapêutico é da equipe assistencial.
O papel dos enfermeiros na prestação de cuidados ideais na atenção à saúde mental de adolescentes precisa responder às necessidades e problemas de saúde desses jovens e direcionar os cuidados àqueles que podem afetar negativamente suas vidas. Portanto, é necessária uma equipe multiprofissional que entenda que esses problemas de saúde estão relacionados e podem afetar a saúde geral de um indivíduo.
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Por Maryá Bernardes – Fala! Centro Universitário da Serra Gaúcha