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Mohamed Salah: o Dono do Egito

Por Natanael Oliveira – Fala!PUC

Mohamed Salah: o dono do Egito

Analisando a temporada divina do homem idolatrado por todo o território egípcio


Idolatrado (Fonte: AP Photo/Nariman El-Mofty)

Mohamed Salah Ghaly. Esse é o nome do maior destaque da recém terminada temporada europeia, dono de números impressionantes, jogadas inesquecíveis e momentos que jamais sairão da cabeça dos torcedores do Liverpool, do Egito, e de todos os amantes do futebol.

INÍCIO DA CARREIRA E O BASEL
Início fulminante (Fonte: Reuters)

Salah, desde muito novo, chamava a atenção dos olheiros egípcios pela sua técnica e talento nunca antes vistos na terra das pirâmides. Nascido no dia 15 de junho de 1992, em Nagrig, sua determinação foi fundamental para que ele se tornasse a estrela que é hoje, já que ainda muito novo ele largou os estudos para correr atrás dos seus sonhos – nos dois sentidos – de ser jogador profissional de futebol, assinando logo aos 14 anos um contrato profissional com uma pequena equipe, o El Mokawloon.

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No dia 3 de maio de 2010, ele fez sua estreia pela equipe do El Mokawloon, pelo campeonato egípcio em um empate contra o time do El Mansoura. Demorou alguns meses para sair o seu primeiro gol como profissional, no dia 10 de dezembro do mesmo ano, no empate por 1 x 1 diante de um gigante do país, o Al Ahly.

Salah ficou no futebol egípcio durante 3 anos, onde seu talento magistral com a bola nos pés chamou a atenção de todos os torcedores, acumulando 41 jogos e 11 gols.

Seu sucesso no futebol local chamou rapidamente a atenção de clubes europeus. Em um amistoso da seleção sub-23 do Egito contra o Basel, olheiros do clube suíço puderam ver pessoalmente a futura estrela se destacar com seus dribles e sua velocidade impressionante, resultando em uma contratação consumada no dia 10 de abril de 2012 pela bagatela de 2,5 milhões de euros. Pelo Basel, Salah conquistou seus dois primeiros títulos como profissional: O Campeonato Suíço e a Copa da Suíça na temporada 2012-13.

DECLÍNIO NO CHELSEA E RECOMEÇO
Correr não foi suficiente no Chelsea (Fonte: GiveMeSport)

Os campos suíços eram pequenos demais para um talento tão especial quanto o do jogador egípcio, e em apenas duas temporadas ele já chamava a atenção de gigantes europeus, como o Liverpool e o Chelsea. A equipe londrina, comandada na época por José Mourinho, levou Salah por 16,5 milhões de euros, desembolsando essa quantia depois de uma partida de Champions League em que o egípcio se destacou, causando diversos problemas nos defensores da equipe inglesa.

No Basel, ele acumulou 79 jogos, com 20 gols e 17 assistências, somando todas as competições.

Em Londres, o futebol de Salah simplesmente não apareceu – por uma soma de fatores, desde uma diferença gigantesca do nível em que ele estava na Suíça por aquele praticado na Inglaterra, até um grande número de concorrentes que atuavam na mesma faixa de campo, como Hazard e Oscar. A formação tática escolhida por Mourinho também era um grande desafio para o egípcio, já que o treinador português sempre priorizava uma defesa forte e uma equipe capaz de se defender apesar de tudo, sendo difícil uma adaptação a essa forma de jogo pelo jogador.

O fracasso londrino teve como histórico 19 jogos, 2 gols e 4 assistências distribuídos em duas temporadas que ele prefere esquecer. Mas Salah não desistiu.

 

Fiorentina, Roma e o recomeço

Superação (Fonte: Football365)

O Chelsea ainda acreditava que Salah poderia se tornar um grande jogador, por isso o emprestou inicialmente ao time italiano da Fiorentina, onde recomeçou a sua história de sucesso e ascensão, se destacando em partidas da Serie A italiana contra equipes poderosas como Juventus e Milan. O egípcio terminou a temporada com bons números pela Viola: 26 jogos, 9 gols e 4 assistências.

O sucesso no time de Florença chamou a atenção da Roma, que o adquiriu inicialmente por empréstimo na primeira temporada e depois foi contratado em definitivo por 15 milhões de euros na segunda. Com o time da capital italiana, Salah reinventou seu jogo, sendo ainda mais incisivo por conta da formação tática de Luciano Spalletti, que favorecia seu futebol. Seu sucesso rendeu partidas memoráveis e boas campanhas no campeonato nacional, sendo terceiro colocado em sua primeira temporada, e vice-campeão em sua última.

Por Roma, ele acumulou 83 partidas em suas duas temporadas, com 34 gols e 24 assistências.

Liverpool, Egito e a glória

Auge (Fonte: Laurence Griffiths/Goal.com)

Salah, desde muito jovem, é caracterizado como um jogador que jamais desiste dos seus objetivos, correndo e dando a vida em campo para se tornar tão gigante quanto o seu talento permite.

Jurgen Klopp, técnico do Liverpool, também viu isso no jogador. Seu talento extraordinário e a sua capacidade de superação, seja qual for a dificuldade, chamou a atenção do treinador alemão, que o contratou por 42 milhões de euros. Ninguém imaginaria – talvez nem mesmo Salah – que esse seria o começo de uma história inesquecível.

Sendo acompanhado pelo brasileiro Roberto Firmino e o senegalês Sadio Mané, o trio formou o ataque mais mortal de toda a Europa, se destacando por sua incrível velocidade nos contra-ataques e aplicação tática que derrubou defensores atrás de defensores. Partidas épicas como o 4 x 3 em Anfield, pela Premier League, contra o Manchester City, mostrou ao mundo a força dos reds, mesmo após a saída de Coutinho para o Barcelona.

Salah terminou a temporada pelo Liverpool com impressionantes 52 jogos, 44 gols e 16 assistências, além de uma final de Champions League contra o Real Madrid. Muitos consideram Salah como o melhor do mundo nessa temporada, acima dos intocáveis Messi e Cristiano Ronaldo, mas ele foi muito além disso, já que se tornou um motivo de orgulho para todo o Egito por suas ações humanitárias em sua região, onde muitas vezes faltam necessidades básicas para os seres humanos.

Salah é muito mais que apenas um grande jogador de futebol que classificou o Egito para uma Copa do Mundo batendo um pênalti no último minuto, ou que teve uma temporada digna de melhor jogador do planeta e com ambições ainda maiores para o futuro. Ele é um motivo de orgulho e idolatria por todos os amantes do futebol.

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