Quem disse que só de boleto, drama, sono, jogos universitários, transporte público, estágio, bar da faculdade, exame e cervejada vive o universitário contemporâneo? Os romances também fazem parte da vida acadêmica, ainda mais quando eles acontecem de formas um tanto quanto peculiares. Quem nunca teve uma quedinha de 1.000 metros por aquele veterano(a) que parece que foi esculpido por um Deus Grego, ao invés de ter sido gerado por 9 meses?
Essas experiências amorosas, boas ou ruins, nos fazem amadurecer e aprender cada vez mais com os nossos erros, e nos conhecer emocionalmente mais também. Por isso, já crie expectativa e pegue um chocolate para conferir algumas das melhores memórias de romances nada convencionais da universitária Gabriela Minella no rolê universitário!
Romances nada convencionais entre universitários
Juca 2017 – Não era amor, era fake news
Enquanto cursava o primeiro ano de publicidade e propaganda na Faculdade Rio Branco, a bixete Gabi já tinha anotado na sua agenda de rolês quais jogos e cervejadas ela iria curtir naquele semestre. Sendo assim, em junho daquele ano, mal ela sabia que o tão aguardado Jogos Universitários de Comunicação e Artes (Juca) iria testar seus batimentos cardíacos e a sua racionalidade durante 4 dias loucos em Araraquara com a PUC-SP.
Depois de fazer amizades aleatórias no ônibus da atlética, e quase ter sido esquecida no Graal às duas da manhã (porque ele não espera ninguém depois do horário combinado), ela foi recepcionada pelos atleticanos do alojamento, com muita “cachorrada” (literalmente, o mascote é o Pucão) e com o sucão da atlética servido em uma perna de manequim com o manto universitário azul e amarelo, ao som da paródia: “Vai embrazando, pu-qui-a-no”.
Ao terminar de montar a sua barraca longe da tenda do alojamento – ninguém merece bêbado quebrando a sua barraca sem querer – ela viu dois garotos chegando perto dela e comentando que não faziam a mínima ideia de como montar uma barraca. Após tentativas frustradas deles e risos dela, Gabi decidiu ajudá-los. Com uma pergunta nada inocente: “Oi… Quer ajuda pra armar a sua barraca?”, ela conquistou aos risos o mackenzista que estava com o amigo puquiano, e assim, um romance estava prestes a florescer naquela “bagunça organizada”.
O primeiro beijo foi rolar mesmo só no fim do dia, dentro do ônibus de volta para o alojamento, depois que a PUC perdeu no vôlei masculino, ao som de “A PUC só veio pra bebeeer… Se ganhar? Foi sem querer!”. Bem romântico, foi por isso que ela se apaixonou (pelo Juca, é claro). O lance entre eles era o seguinte: sem regras e sem grude. Por isso que deu certo e o destino fez com que eles se esbarrarem 5 mil vezes no rolê durante os 4 dias. Até quase perdendo o último ônibus para ir para a balada, eles se esbarraram na fila. Coincidência ou Deus no comando?
Um dos momentos mais marcantes para o coração acelerado dessa bixete foi na primeira balada ao som de Dennis DJ. Enquanto eles dançavam, beijavam, bebiam, a bolsa dela batia em quem passava quando giravam e beijavam de novo, teve um grupo de ladrõezinhos que se infiltraram no local e jogaram gás de pimenta no alto, quando teve o famoso blackout do Dennis, justamente na área onde o casal estava, para roubarem os estudantes. Gabi logo começou a sufocar, enquanto as inúmeras pessoas tentavam atropelar eles, querendo sair daquela bagunça no escuro e respirar ar puro.
Se eu estivesse sozinha, com certeza teria caído no chão e teriam pisado em mim. Eu não conseguia respirar. O Luineibson (nome fictício) salvou a minha vida, ao me segurar forte contra aquele mar de gente doida, protegendo-me, enquanto ele abria caminho para a gente passar e chegarmos salvos na área da ambulância do Juca. Ele parecia Moisés abrindo caminho no mar vermelho.
Conseguindo respirar normalmente com a ajuda do Samu, e ter preocupado o crush, eles se sentaram no chão melecado da balada e Luineibson começou a fazer carinho nela, cuidando dela. Foi nesse momento que ela sentiu que aquilo não era apenas mais uma ficada/diversão, mas, sim, um possível romance digno de filme de comédia romântica. Porém, as maiores decepções dela naquela noite não foram o acidente, e sim que ela queria continuar dançando e bebendo naquele estado em um cantinho mais “seguro” com ele, e o crush não achou uma boa ideia, levando os dois de volta para o alojamento. Chegando lá, o “mozão” deu um beijo na testa dela e foi dormir na barraca dele, quebrando a expectativa de Gabi por ter ido dormir sozinha na barraca dela.
Outro momento engraçado foi quando as preliminares entre eles estavam rolando dentro da barraca dela e, do nada, um atleticano bateu na barraca rindo, chamando/obrigando eles a irem torcer para outro jogo perdedor da PUC. Mas a melhor parte foi quando Gabi ficou doente em menos de 48 horas no Juca e conseguiu curar com bebida barata na festa do meio, tendo um susto ao acordar com o “mozão” na barraca dela, na manhã seguinte, acordando-o na mesma hora também. Esse casal é para poucos.
O fim dos jogos de comunicação estavam chegando, e o do “casal yin e yang” também. Mesmo no ônibus de volta para a realidade em São Paulo, Gabi e o crush não se desgrudavam, zoando com a galera “morta-viva” que se recusava a deixar o Juca 2017 para trás. A despedida entre eles na rua da PUC não tinha sido um “hasta la vista, baby”, porém deveria ter sido. A bixete não queria entrar em um relacionamento sério na época e acabou machucando o “mozão” sem saber como “dizer” depois de ainda saírem várias vezes. Ela foi babaca, porém o mundo girou e o destino fez com que eles se reencontrassem outra vez, só que agora no Econo 2018, dentro do alojamento do Mackenzie.
Veterana, ela já tinha criado mais experiências universitárias, enquanto ele tinha namorado nesse tempo todo. Então, quando se viram, ficaram novamente, porém nada de romance fixo, só um gostinho de nostalgia “sem ressentimentos”. Ele estava atrás da ex-namorada no rolê, e quando Gabi percebeu o erro da recaída e que estava sendo usada (plot twist), ela fez o mundo rodar mais uma vez para ele, mostrando que não é assim que pessoas maduras resolvem as coisas no meio do rolê. A paz entre o ex-casal tinha se instaurado de novo.
Ela ficou mexida com esse (des)encontro, mas feliz de ter superado mais um amor de jogos. Como diria ela: “O importante é ser feliz, o resto a gente mistura com vodca”. E como se não bastasse tudo isso, o destino quase juntou-os de novo no turbulento Econo 2019. Às vezes, até o destino força a barra.
Conclusão do conto de fadas nada convencional: o que acontece no Juca, fica no Juca! Traga paz para o seu coração e não tormento. De inferno, para os universitários, já basta a graduação escolhida durante 4 ou 6 anos na faculdade.
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Por Giovanna Vegas – Fala! FGV