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Quarentena: Por que o número de casos de insônia vem crescendo?

Com o isolamento social decorrente da pandemia do coronavírus, a rotina das pessoas mudou radicalmente. Essa mudança brusca na vida das pessoas tem reflexos, também, na hora de dormir. A insônia é uma das questões mais levantadas durante esse período de quarentena e está atrapalhando a qualidade de vida de boa parte da população. 

O nosso cérebro se orienta pelo sol para definir o horário de dormir. O cortisol é o hormônio que nos auxilia a levantar da cama pela manhã, momento que sua liberação no organismo é alta; ao longo do dia – e especialmente a noite – sua liberação é baixa, pois passa-se a liberar melatonina, o hormônio da escuridão e que nos induz ao sono.

Durante a quarentena, acordamos mais tarde e, com isso, perdemos as primeiras horas de luz do sol, o que prolonga a atividade de cortisol no organismo e prejudica nosso sono. 

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Os casos de insônia vêm aumentando com a quarentena. | Foto: Reprodução.

Vale lembrar que, durante o isolamento, as pessoas estão mais estressadas e ansiosas. O cortisol está diretamente relacionado com o estresse e, em meio a esse cenário, durante a noite, o índice de liberação do hormônio está mais alto do que deveria, o que retarda o início do sono.

A orientação de permanecer em casa também afeta a prática de atividades físicas. O espaço doméstico, muitas vezes, não é o mais adequado para nos exercitarmos, principalmente pela falta de espaço.

Dessa maneira, as pessoas estão mais sedentárias durante a quarentena. O corpo humano, na falta de exercícios, não gasta a energia que deveria gastar ao longo do dia, ficando menos cansado na hora de dormir.

O uso excessivo de smartphones, tablets e computadores durante a noite pode causar insônia e afetar a qualidade do sono. O recomendado pelos especialistas é que não haja uso de tais tecnologias a partir de, pelo menos, duas horas antes de ir dormir. A claridade da tela desses dispositivos pode confundir o cérebro, que é induzido a pensar que é dia e que não há necessidade da liberação de melatonina – hormônio que, conforme mencionado acima, induz o sono. 

A falta de uma rotina estabelecida, como, por exemplo, ter horário para dormir e para acordar, sair de casa para estudar ou trabalhar e comparecer a compromissos, pode desajustar o chamado “relógio biológico”, que passa a não se desconectar completamente. Assim, ficamos constantemente num estado de alerta e reação rápida que nos impede de relaxarmos.

O contágio por coronavírus não desacelera, o que prolonga a duração da quarentena, que é constantemente adiada para mais uma ou duas semanas. Essa prolongação gera um desgaste físico e emocional nas pessoas e é onde surgem e se estabelecem os distúrbios de sono: insônia, despertar precoce e microdespertares (quando se acorda a cada ciclo de sono).

Se a falta de rotina e hábitos estabelecidos se mostra como uma das principais causas da insônia, é necessário criar uma rotina diária onde sejam demarcados horários, planos de atividades físicas e boa distribuição do tempo. Ter noites de sono de qualidade está diretamente relacionado a ter uma boa imunidade, que é imprescindível em tempos de Covid-19, para não contrair a doença. 

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Por Giulia Lozano Pacini – Fala! Cásper

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