No domingo (17), a Anvisa, órgão responsável pela autorização do uso de vacinas no Brasil, permitiu o uso emergencial da CoronaVac e do imunizante da Oxford em todo território nacional. Com a autorização da agência reguladora, muitos brasileiros já se perguntam quando poderão tomar a vacina. Então, veja como estão os cronogramas de distribuição e de vacinação para esta primeira fase.
São Paulo deu o primeiro passo
Logo após o anúncio da autorização, o governador de São Paulo, João Doria, fez uma comitiva de imprensa para anunciar o começo das ações de vacinação no estado. É em São Paulo que está localizado o Instituto Butantan, que possui parceria com o laboratório chinês que desenvolveu a CoronaVac, atualmente a única vacina disponível no Brasil.
Mônica Calazans, enfermeira de 54 anos, que participou como voluntária da fase de testes da CoronaVac foi a primeira brasileira em território nacional a se vacinar. Além dela, também no domingo à tarde, foram vacinados Vanuza Costa Santos, primeira indígena vacinada, e mais algumas dezenas de profissionais de saúde.
E o plano para a vacinação nacional?
Após a primeira pessoa vacinada em solo paulista, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, adiantou o início da campanha nacional de imunização contra o coronavírus, que estava prevista para iniciar na quarta (20), para esta segunda (18). De acordo com o próprio ministro, a vacinação deve iniciar assim que as doses chegarem aos estados, algo que deve acontecer por volta das 17 horas da tarde de hoje.
Neste momento, o governo federal e o SUS contam com cerca 4,6 milhões de doses da CoronaVac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Também existe a expectativa da chegada de 2 milhões de doses do imunizante produzido pela Universidade de Oxford e a Astrazeneca que possuem parceria com a Fiocruz, que foram fabricados na Índia.
No entanto, não existe ainda uma confirmação de uma data para a chegada destas doses. Existe todo um clima de incerteza sobre a operação de trazer as doses do país asiático para o Brasil, inclusive, o jornal indiano Times of India revelou que Delhi só planeja enviar as doses para o nosso País depois que primeiro enviar para os países vizinhos (Butão e Sri Lanka).
Mas quem pode se vacinar?
Vale ressaltar que esse início de vacinação tem um público-alvo bem específico. Deve-se focar nos indivíduos mais vulneráveis ou com maior risco de exposição ao novo coronavírus. O Ministério da Saúde considera como público-alvo para essa primeira fase de imunização os seguintes grupos:
- Trabalhadores da área de saúde que estão na linha de frente
- Pessoas com 60 ou mais anos institucionalizadas (asilos ou outros tipos de casas de acolhimento)
- Pessoas com deficiência institucionalizadas
- População Indígena Aldeada
Quanto aos outros grupos?
Ainda segue incerto. Existe um problema enorme: as doses são insuficientes, até mesmo para vacinar os grupos prioritários. Os governos estaduais e federal vêm buscando alternativas para conseguir mais doses e assim ampliar o público da vacinação. Mas é improvável que a vacinação da população em geral ocorra em um curto prazo.
E como se dará a distribuição das vacinas?
O Ministério da Saúde está a cargo da organização do repasse das doses para os estados, que começou na manhã de segunda-feira (18), com um encontro entre governadores e Pazuello em São Paulo. Para a distribuição, o Ministério conta com o apoio das empresas aéreas Azul, Gol, Latam e Voepass que garantiram o transporte gratuito das doses.
Segundo o cronograma de distribuição do Ministério da Saúde, as doses disponíveis serão divididas assim:
- Norte: 708.440
- Nordeste: 1.436.160
- Sudeste: 2.524.360
- Sul: 751.440
- Centro-Oeste: 574.160
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Por Jefferson Ricardo – Fala! UFPE