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Opinião: Itapemirim é exemplo de gestão corrupta no setor aeroviário

A Itapemirim Transportes Aéreos, também conhecida como ‘ITA’, está fora do mercado aeroviário brasileiro desde o dia 17 de dezembro, para que, segundo ela, seja realizado um processo de reajustes internos em sua administração. Era algo já previsível de acontecer, mas não se esperava a forma de como levou a Itapemirim a realizar esta ação. Entenda o que aconteceu. 

Itapemirim
A Itapemirim Transportes Aéreos suspendeu as operações. | Foto: Reprodução/ Divulgação Itapemirim

A Itapemirim Transportes Áereos (ITA) fez um comunicado oficial

Segundo o que foi dito pela própria companhia aérea no comunicado oficial, a ITA está “suspendendo suas atividades para fazer ajustes e melhorias internas no seu setor administrativo”. É natural que, quando se abre uma empresa de grande porte, problemas de gestão aconteçam e é louvável que estas empresas façam ajustes e avaliações para suas próprias melhorias, como transmitem as palavras da Itapemirim.

Confira o comunicado completo que foi publicado nas redes sociais da companhia: 

Entretanto, a Agência Nacional de Aviação Civil, a ANAC, já suspendeu o certificado de aviação da companhia. Ou seja, a Itapemirim não pode mais oferecer serviços aéreos como empresa comercial. A ITA acumula, em apenas oito meses de funcionamento, inúmeras reclamações no atendimento ao cliente. Apesar de oferecer conforto em seus voos, reclamações de funcionários que não receberam salários, que vem sendo atrasados, e a  suspensão e/ou não pagamento de bonificações, como vales Refeição e Transporte, Plano de Saúde e outros benefícios que a empresa se propôs a pagar aos seus funcionários quando os contrataram.

Além disso, a Itapemirim Transportes Aéreos e a Itapemirim Transportes Rodoviários estariam passando por problemas financeiros devido o não repasse de verba por parte da ala gestora do Grupo Itapemirim.

Itapemirim
Sidnei Piva, dono da Itapemirim. | Foto: Reprodução/ Divulgação Itapemirim

Surpreendentemente, Sidnei Piva de Jesus, atual proprietário do Grupo, teria inaugurado no Reino Unido, uma empresa num valor estimado em R$6 bilhões. A suspeita é de que esta empresa foi criada por Piva a partir de um golpe aplicado pelo executivo da ITA em investidores que aplicaram um valor de R$400 mil na criptomoeda CrypTour, lançada em julho de 2021, que não foram devolvidos.

Ainda por cima, os investidores na criptomoeda criada pela Itapemirim não estão tendo acesso à plataforma Extrading, em que se podia ver o destino real e as movimentações financeiras da criptomoeda.

Óbvio que tudo isso se configura num nítido movimento de corrupção, que só mancha a imagem de uma empresa de transportes bem sucedida no Brasil, que iniciava aquilo que podia ser o seu grande momento no mercado. Uma análise mais aprofundada, você confere no vídeo a seguir:

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Por Álvaro José – Fala! Universidade Católica de Pernambuco

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