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Nouvelle Vague: conheça cinco filmes da corrente francesa

A Nouvelle Vague foi um movimento cinematográfico francês e iniciou durante um período de inconformismo juvenil. Os jovens estavam inconformados com o estilo de vida ultrapassado e conservador da sociedade francesa, por consequência, a revolta influenciou o mundo do cinema.

O movimento que tendia à inovação, buscava por novas maneiras de fazer cinema e com o avanço da tecnologia das câmeras de filme da época, os cineastas tiveram mais liberdade e ousadia. Os filmes passaram a ser gravados utilizando de técnicas menos conservadoras, passaram a filmar fora do estúdio e mostrar as ruas de Paris, usando a câmera na mão (travelling), trazendo a sensação que o telespectador estava dentro da cena, o roteiro era mais flexível com finais surpreendentes e nem sempre felizes, o movimento apresentou filmes de baixo orçamento, e recebeu inúmeras obras carregadas de criticas sociais, e que servem de influência para o cinema até os dias atuais.

A seguir, veremos cinco filmes da Nouvelle Vague que marcaram o movimento.

Nouvelle Vague
Conheça cinco filmes da corrente francesa Nouvelle Vague. | Foto: Reprodução.

Filmes para conhecer a Nouvelle Vague

Hiroshina, Meu Amor (1959)

Dirigido por Alain Resnais, o filme trata-se de um romance sobre um jovem casal que se conhece em uma noite na cidade de Hiroshima, pouco tempo depois da tragédia com a bomba atômica. Ele inicia relembrando, de forma documental e através de fotografias e vídeos, o drama pós-bomba que a população japonesa passou com as consequências do ataque.

Durante o filme, os dois personagens, inicialmente sem nome, vivem uma paixão e compartilham sobre suas experiências de vida. O casal é composto por uma francesa (Emmanuelle Riva) e um japonês (Eiji Okada). O filme é carregado de lembranças dramáticas, principalmente por parte da moça, que vê em seu amante, lembranças de um amor de sua juventude com um soldado alemão.

Com 1h 32min de duração, o filme tornou-se um clássico do cinema e, talvez, por sua linguagem poética e envolvente, ganhou o coração de muitos cinéfilos.

Vivre sa Vie (1962)

A trama foi dirigida por Jean-Luc Godard e conta a história de Nana, personagem vivida pela atriz Anna Karina, e sua história no mundo da prostituição.

O filme é um brilhante drama, que envolve os telespectadores no ato de assistir à busca por liberdade vivida por Nana e as consequências de suas escolhas. Para a época de seu lançamento, a temática proposta por Godard era ousada, colocando uma mulher como um ser totalmente livre para decidir aonde ir, o que fazer e como a responsável por suas ações e os resultados dela.

O filme tem a duração de 1h 25min e é uma das obras mais marcantes do movimento Nouvelle Vague.

Cléo de 5 a 7 (1962)

Obra dirigida pela importante diretora Agnès Varda, apresenta a cantora Cléo (Corinne Marchand) em um momento de angústia. A personagem acabara de fazer um exame para descobrir se está com câncer e aguarda pelo resultado, que vai sair algumas horas após a realização do exame.

Durante essa espera, a cantora passeia pelas ruas parisienses em busca de distração, poucas horas depois, ela encontra um jovem militar (Antoine Bourseiller), que está a caminho da guerra na Argélia.

Com várias reflexões referentes à mortalidade e a vida da personagem e com 1h 30min de duração, a diretora entregou mais uma obra de grande destaque do movimento. 

Acossado

Outra obra do Jean-Luc Godard mostra Michael Poiccard (Jean-Paul Belmondo) após roubar um carro em Acossado, seguindo em direção a Paris. No cominho, ele acaba matando um policial, que tenta prendê-lo por estar em alta velocidade, e chegando em Paris se abriga no apartamento de Patrícia Franchisi (Jean Seberg) e passa a se relacionar com a jovem norte-americana.

Durante esse período, ele começa a aplicar outros golpes na cidade enquanto planeja fugir para a Itália. Tendo 1h 43min, o filme é outro destaque da Nouvelle Vague.

Os Incompreendidos

Por ultimo, Os Incompreendidos. O clássico, dirigido por François Truffaut, apresenta a história do jovem de 14 anos, Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud), que não se dá bem na escola e, para piorar, também não possui boa relação com sua mãe Gilbert Doinel (Claire Maurier) e padrasto Julien Doinel (Albert Rémy).

O jovem acompanhado de seu melhor amigo, René (Patrick Auffay), passa a procurar por conta própria por melhores perspectivas, cometendo até pequenos roubos para sobreviver. O filme possui 1h 39min e é carregado de críticas sociais durante sua narrativa e é de extrema importância para o movimento.   

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Por Layse Moreira – Fala! Universidade Federal do Amapá

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