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Futebol: O desenvolvimento da modalidade nos Estados Unidos

Há mais de 25 anos, os Estados Unidos sediavam sua primeira Copa do Mundo, torneio que sagrou o Brasil tetracampeão mundial. A partir desse momento, o futebol no país começou a ser visto com outros olhos e o desenvolvimento dele foi acelerado.

A Major League Soccer, liga americana do esporte, foi criada dois anos depois e as equipes participantes começaram a atrair investidores de todo o mundo. Algum tempo depois, a Lei do Jogador Designado, ou simplesmente a Lei Beckham, foi criada para permitir que os clubes possam contratar jogadores que recebem acima do teto salarial regulamentado. Dessa forma, atletas de muito renome internacional começaram a vir atuar nos Estados Unidos, como foi o caso de Andrea Pirlo, Bastian Schweinsteiger, Steven Gerrard e o próprio David Beckham.

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Weston McKennie, Christian Pulisic e Giovanni Reyna: alguns dos destaques americanos no futebol europeu. | Foto: Semferr Sport, Getty Images e Goal.com.

Hoje, a MLS não é mais uma liga onde estrelas internacionais vão para encerrar suas carreiras, e sim um lugar onde jovens jogadores se desenvolvem e migram para as principais ligas da Europa posteriormente. Esse é o caso do atacante Brenner, grande destaque do São Paulo na temporada e que foi vendido para o FC Cincinnati, por 11,82 milhões de euros (aproximadamente R$ 76,4 milhões). Aos 20 anos de idade, ele opta por atuar nos Estados Unidos ao invés de ir para algum gigante europeu, já que no país norte-americano ele terá mais espaço para jogar, sendo ainda um campeonato com nível técnico mais similar ao jogado no Brasil.

Essa dinâmica também reflete na seleção americana, onde a ida de jogadores talentosos para Europa se intensificou muito nos últimos anos. Nas oitavas de final da Liga dos Campeões, que se iniciou na última terça-feira (16), 8 atletas dos Estados Unidos estão no elenco das equipes nessa fase da competição, um recorde histórico. Além disso, outros 5 estadunidenses jogarão o mata-mata da Liga Europa. Confira, abaixo, um pouco mais da trajetória dos 3 principais jogadores, que são o futuro do país!

O futuro do futebol nos EUA

Christian Pulisic

O ponta Christian Pulisic, jogador do Chelsea da Inglaterra. | Foto: Darren Walsh/ Chelsea FC via Getty Images.

Nascido no estado da Pensilvânia, Christian Pulisic se mudou para Inglaterra aos 7 anos de idade, mas logo retornou ao seu país natal e obteve destaque em equipes da sua cidade. Em 2015, ele se transferiu para as categorias de base do Borussia Dortmund, da Alemanha, e logo subiu para o profissional. Sua estreia como profissional aconteceu um ano depois, em uma vitória por 2×0 contra o Ingolstadt pela 19ª rodada do Campeonato Alemão.

Com o tempo, o americano foi conquistando o seu espaço e virou titular do Borussia rapidamente. Conquistou a Copa da Alemanha na temporada 2016/2017 e alcançou uma posição de muito destaque, atuando em mais de 120 partidas pela equipe alemã. Em janeiro de 2019, Pulisic foi contratado pelo Chelsea, da Inglaterra, por 58 milhões de libras, a transferência mais cara de um jogador americano na história até hoje.

No Reino Unido, Christian ainda não conseguiu mostrar o grande futebol dos tempos de Borussia, muito por conta de lesões que ele sofreu nos adutores da coxa. Na atual temporada, Pulisic já atuou em 21 jogos, marcou dois gols e distribuiu apenas uma assistência. Já na seleção americana, o ponta-direita é um dos principais jogadores do time, com 22 anos de idade.

Frequente escolhido como capitão, ele já jogou 34 partidas e anotou 14 gols, sendo um dos melhores na última Copa Ouro da CONCACAF, disputada em 2019. Com descendência croata, Christian sempre optou por defender a camisa dos Estados Unidos, onde ele já disse ser um sonho jogar pela sua nação.

Giovanni Reyna

Natural da Inglaterra, mais especificamente da cidade de Sunderland, Giovanni Reyna tem o futebol no seu DNA. Seu pai, Claudio Reyna, foi um meio-campista com bagagem no futebol europeu, tendo passado por clubes Manchester City, Bayer Leverkusen e Rangers. Além disso, ele atuou em 112 jogos pela seleção dos Estados Unidos, onde jogou as Copas do Mundo de 1998, 2002 e 2006.

Com esse histórico na família, era natural que Giovanni iria se interessar pelo esporte, já entrando nas categorias de base do New York City, aos 13 anos. Em 2019, ele se transferiu para o Borussia Dortmund, subindo para o profissional um ano depois. Sua estreia foi em uma vitória por 5×3 contra o Augsburg pelo Campeonato Alemão. Semanas depois, seu primeiro gol saiu, agora em um jogo de Copa, tornando-se o atleta mais jovem a marcar na história do torneio. Por fim, ele ainda entrou em dois jogos da Liga dos Campeões, ambos pelas oitavas de final contra o Paris Saint-Germain na última temporada.

Com a camisa dos Estados Unidos, Reyna foi o camisa 10 e o capitão da seleção na Copa do Mundo sub-17 em 2019, sendo convocado para a equipe principal um ano depois. Sua estreia aconteceu em um amistoso contra o País de Gales, e o primeiro gol na partida seguinte, desta vez contra o Panamá.

Giovanni é provavelmente o americano mais promissor atualmente, sempre colocando-se como um meia de muita personalidade dentro de campo e qualidade em armar as jogadas e finalizar de fora da área.

Weston McKennie

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O excelente Weston McKennie, jogador da Juventus, da Itália. | Foto: Marco Canoniero/LightRocket via Getty Images.

O versátil volante Weston McKennie vem impressionando a todos pelo seu bom desempenho na gigante Juventus, da Itália. Nascido na pequena Little Elm, no estado do Texas, ele atuou de 2009 a 2016 nas categorias de base do FC Dallas, até viajar para a Alemanha e se transferir para o Schalke 04, aos 18 anos idade. Sua estreia como profissional foi no empate por 1×1 contra o Ingolstadt, única partida jogada pelo americano na temporada 2016/2017 com a equipe principal.

Ao longo do tempo, McKennie foi ganhando confiança e assumindo a titularidade do meio-campo. Atuou em mais de 25 partidas nas três temporadas seguintes, chamando a atenção de todo o futebol europeu, apesar do mal momento que o Schalke 04 encontra-se na sua história. Em agosto do ano passado, a Juventus pagou 4,5 milhões de euros para trazer o jogador por empréstimo, mas terá que comprá-lo no final da temporada pelo valor de 18 milhões de euros (aproximadamente R$ 116,9 milhões).

E, com prazer, a equipe italiana irá pagar essa quantia para obter o jogador por definitivo, já que ele teve impacto imediato na equipe na atual temporada. Até aqui, McKennie jogou 18 partidas, marcou 3 gols e deu duas assistências, além de já ter conquistado a Supercopa da Itália no mês passado.

Pela seleção americana, o volante já atuou em 21 jogos, possui 6 gols marcados e esteve presente no vice-campeonato da Copa Ouro da CONCACAF de 2019. Além disso, Weston foi eleito o melhor jogador de futebol do país em 2020, mais uma prova que a fase do estadunidense é excelente.


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Por Victor Fardin – Fala! PUC

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