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Entrevista com a tricampeã Mundial de Jiu-jitsu: Katiuscia Yasmira 

Katiuscia Yasmira Pires Dias se declara como uma mulher determinada, teimosa, divertida e simpática (quando quer). A origem de seu nome provém de “Katyusha”, uma arma russa. 

A Katiuscia, é diferente da Yas, apelido oriundo de seu segundo nome. “Como sempre digo, eu tenho múltiplas personalidades, penso que quando treino sou a Katiuscia ‘a arma’ e fora desse meio a Yas, pois a Yas mostra o lado sensível e mais gozão”, afirma. 

A seguir, confira uma entrevista completa com Katiuscia Yasmira: 

Katiuscia
Katiuscia Yasmira Pires Dias, tricampeã Mundial de Jiu-jitsu. | Foto/ Reprodução: Acervo Pessoal

Entrevista com Katiuscia Yasmira

1 – Como se deu o início nesta modalidade de artes marciais?

Jogava futsal num pavilhão, ao lado da sala de Jiu-jitsu, e o professor Nasser Camará, convidou-me a experimentar, e a arte foi me conquistando a cada aula, e desde daí nunca mais parei.

2 – O que é necessário para se ser um Campeão?

Na minha opinião: Dedicação, Determinação, Abdicação e muita persistência.

E para mim o mais importante, TREINAR, treinar e treinar, várias vezes, sem contar.

3 – Como é o seu dia a dia de treinos?

Treino segunda a sexta.Faço jiu-jitsu, preparação física e wrestling adaptado ao jiu-jitsu.

Segunda, quarta e sexta faço 3 treinos de jiu-jitsu e 1 de preparação física. Terça e quinta faço 1 de jiu-jitsu e 1 de wrestling. Sexta ou sábado, por norma faço massagem desportiva/relaxante, porque para mim é necessário cuidar do corpo (não só por ser mulher, mas pela carga de treinos).

Katiuscia
Katiuscia já enfrentou preconceitos por ser uma mulher que luta jiu-jitsu. | Foto/ Reprodução: Acervo Pessoal

4 – Quando começou a praticar, sentiu a diferença por ser mulher?

Quando comecei, não senti qualquer diferença.Mas ao longo do tempo fui sentido, em especial com a parte masculina da família, achavam que é um esporte para homens.

E até no treino, havia alturas que alguns rapazes treinavam de forma diferente comigo, por ser mulher (o que felizmente já não acontece).

E infelizmente até hoje ainda existem certos comentários externos, por ser uma mulher que pratica um esporte de combate.

5 – Considera-se uma pessoa teimosa/persistente?

Sim, MUITO. Inclusive acho que isso é a razão principal de estar a conquistar tudo isso.

6 – Qual é a sensação de representar a Guiné-Bissau nas grandes competições?

Uma sensação sem explicação possível.Sinto-me útil e de certa forma muito feliz por levar a bandeira do meu país aos altos pódios. 

7 – Pensa em levar esta modalidade à Guiné-Bissau?

Sim, estou tratandp disso e será para breve.

8 – As autoridades guineenses alguma vez entraram em contacto contigo, quando começaste a representar as cores nacionais?

Não, pois infelizmente é um país que prefere pôr os problemas políticos em 1° lugar.

9 – Qual é a mensagem que quer deixar para quem está começando a praticar artes marciais?

Quando comecei, ouvia todos dizerem que o jiu-jitsu era uma terapia, e que iria sentir modificações no corpo e na mente, e eu simplesmente não ligava, achava literalmente que era só conversa. Comecei por curiosidade, depois por teimosia de todos dizerem que era um esporte de homens e etc.

O conselho que dou é: se está começando ou pretende, não ligue para o que os outros dizem.

EXPERIMENTA , no mínimo 2 semanas (2 ou 3x por semana), no início parece muito confuso, mas acredite, o jiu-jitsu é para além de apenas uma arte marcial, mexe de fato com o corpo e especialmente com a mente, e como óbvio em 1 ou 2 aulas não vão conseguir perceber isso.

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Por Benazira Djoco – Fala! UNIESP PB 

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