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Entenda como a Disney modificou os contos de fadas

Os contos de fadas são narrativas de tradição europeia ocidental, datadas de diversos séculos atrás até os dias atuais, que possuem inúmeras versões divergentes, por serem características do discurso oral, e, sobretudo, são fantasiosas, ao passo que contam com sereias, dragões, magia, unicórnios e demais elementos incompatíveis com a realidade.

Apesar de associadas ao universo infantil, essas histórias não serviram a esse propósito por muito tempo, pois elas refletiam o modo de vida durante a Idade Média, isto é, a fome e as circunstâncias árduas eram inspiração, e o conteúdo, por vezes, continha canibalismo, violência, mortes hediondas e adultério.

A Disney, multinacional voltada para o entretenimento, se apropriou e transformou muitos dos contos de fadas, direcionando-os para o público infantil. Descubra em quais filmes que certamente marcaram a infância de bastante gente isso ocorreu: 

Contos de fadas modificados pela Disney

Branca de Neve e os Sete Anões 

Contos de fadas
Branca de Neve e os Sete Anões. | Foto: Reprodução.

O filme de 1937 é, na realidade, inspirado na obra dos irmãos Grimm, que conciliaram múltiplas narrativas orais alemãs no texto. Nessa versão original, a personagem principal tem apenas sete anos quando é confrontada pelo caçador, que se encanta com a beleza da garota e é incapaz de assassiná-la.

Ele, logo, mata um javali e leva para a vilã da história os pulmões e fígado do bicho, que ela devora com prazer pensando ser de Branca de Neve. Quando descobre que a criança está viva, vai até onde ela se escondia, na casa dos sete anões, vestida como uma velha ambulante e a oferece um colete, com o qual a bruxa aperta com toda força e a asfixia.

Os sete anões, contudo, quando a encontram caída, conseguem a socorrer. O que sucedeu foram mais duas tentativas de homicídio, uma com um pente envenenado e outra com a maçã, também envenenada. Na última, a menina fica inconsciente, dormindo por anos em um caixão de vidro, porém, não se decompõe nem envelhece, e no momento que o príncipe encantado a avista, deseja levá-la, mesmo que morta, consigo.

Ela, felizmente, acorda, cuspindo a maçã que estava entalada em sua garganta. A criança e o jovem se casam e convidam a bruxa para a cerimônia, que como punição dança em sapatos de ferro em brasa até cair morta. 

Pinóquio

Contos de fadas da Disney
Pinóquio, um dos contos de fadas mais antigos. | Foto: Reprodução.

O filme de 1940 é inspirado na obra do italiano Carlo Collodi, que, em 1883, conta a história da marionete de madeira, porém de uma maneira distinta.

Pinóquio, na versão original, assassina o grilo falante de tão irritado que se sente com os conselhos que ele dá, e, posteriormente, vende suas cartilhas escolares para ir até um teatro de marionetes, onde acaba sequestrado e assassinado, enforcado em suas próprias cordas.  

Cinderela 

cinderela
Cinderela. | Foto: Reprodução.

Essa princesa, uma das mais conhecidas, teve seu filme lançado em 1950, porém, também teve como inspiração os escritores alemães, os irmãos Grimm.

Na versão original, a fada madrinha é uma pomba e a garota vai até o castelo e dança com o príncipe por três noites, e na última, ao fugir, esquece seu sapatinho de cristal.

O pai de Cinderela também está vivo, e bem como a madrasta e as filhas dela, a maltrata. Quando ela se casa e se converte em princesa, eles precisam fugir do país, pois o povo estava furioso com a maneira que eles tratavam a jovem. 

A Pequena Sereia 

Contos de fadas modificados
A Pequena Sereia. | Foto: Reprodução.

A princesa dos mares, na versão original dinamarquesa, tem a língua cortada em troca das pernas, e se não conseguir se casar com o príncipe, morre.

Todavia, quando ela pisa, sente uma dor horrível, como se andasse sobre cacos de vidro. Por fim, Úrsula se casa com o homem que Ariel desejava e a sereia implora para voltar ao mar, mas, para isso, ela tem que assassinar o amado, o que não se efetiva, de modo que ela morre quando se joga na água e se converte em espuma. 

A Bela e a Fera 

A Bela e a Fera
A Bela e a Fera. | Foto: Reprodução.

A história original é dos anos 1700, e Bela é fruto de uma relação de um nobre com uma fada, o que era considerado algo horrendo. Por tal motivo, ela é fadada a viver em um vilarejo francês, proibida de acessar o mundo mágico.

Simultaneamente, em um castelo, uma rainha abandona seu filho e o deixa para ser criado por uma fada. Essa, por sua vez, começa a sentir atração pelo garoto por volta dos dezessete anos dele, e tenta conquistá-lo. A rainha, contudo, volta e desaprova a união, o que enfurece profundamente a fada, que lança um feitiço sobre o príncipe e o transforma em um animal terrivelmente feio, tal maldição só pode ser quebrada se ele tiver uma relação sexual com uma mulher.

Igualmente como a versão de 1991, a agora Fera tenta matar o pai de Bela, mas quando ele menciona que tem uma filha jovem implorando por perdão, a criatura enxerga uma possibilidade de ser liberto. A Fera pergunta para Bela se deseja dormir com ele diversas vezes e ela nega, no entanto, ela acaba por se apaixonar por ele e cumpre o pedido. Após o ato, ele se transforma em um lindo homem e se casa com sua amada. 

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Por Maria Fernanda Maciel – Fala! Cásper

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