A crase, conhecida também como acento grave, é o nome dado à junção da preposição “a” com o artigo definido “a”. Além disso, quando um pronome demonstrativo ou relativo é iniciado com a letra “a”, também ocorre a crase. No entanto, o mais importante é: você sabe quando deve utilizar esse acento?
Assim como a Língua Portuguesa em geral, essa acentuação também é repleta de regras. Diante disso, os mínimos detalhes importam (e muito!) na hora da escrita. Pensando nisso, conheça algumas dessas especificações.

Quando deve-se utilizar a crase
A crase é muito bem-vinda antes de palavras femininas que exijam uma preposição e sejam antecedidas pelo artigo definido feminino (“a”). Já com relação a substantivos masculinos, o acento deve ser usado quando a frase tiver alguma palavra feminina implícita ou indicar que alguém realiza algo à moda (ou à maneira) de outra pessoa.
Sendo assim, para exemplificar o primeiro caso, a frase “Ela vai à universidade” admite a crase, uma vez que há a junção de dois “as” (a + a = preposição + artigo = crase). E, no segundo, a sentença “José fez um gol à Messi” é um exemplo, já que indica que José fez um gol à moda de Messi.
Entretanto, há outras oportunidades para utilizar o acento grave, como antes de pronomes demonstrativos – aquela, aquele e aquilo, além de seus plurais – e relativos – a qual ou as quais. Ademais, as locuções adverbiais e conjuntivas femininas também fazem parte da regra.
No entanto, cuidado! Há uma exceção entre as locuções adverbiais. A locução “a distância” somente conterá crase se for especificada. Por exemplo: “Rogério estava à distância de 400 metros do campo de futebol.”.
Apesar das palavras “casa” e “terra” não serem locuções, a mesma situação notada em “a distância” repete-se aqui. Dessa maneira, as palavras somente conterão a crase quando forem qualificadas, como “Vou à casa de minha tia neste inverno”.
Quando a acentuação não pode ser usada
Neste quesito, algumas categorias não se encaixam e não admitem o uso do acento. São elas: antecedendo verbos, substantivos masculinos e pronomes pessoais e entre palavras idênticas repetidas.
Logo, confira alguns exemplos dos casos apresentados, respectivamente:
- “Fernanda começou a cumprimentar todos os presentes”;
- “Sergio sentia-se indiferente a Leonardo”;
- “Helena não pediu desculpas a ela”;
- “Tomar sorvete não faz parte do meu dia a dia”.
Além das que já foram citadas, segundo o Brasil Escola, a acentuação não deve ser feita antes de palavras femininas genéricas, artigo indefinido feminino (“uma”), numerais e expressões adverbiais de modo no plural.
Casos facultativos e dicas para utilizar a crase
Nessa ocasião, a acentuação pode ou não ocorrer, dependendo da vontade do escritor exclusivamente. Alguns casos facultativos são: antes de nomes próprios femininos, de pronomes possessivos femininos, de alguns nomes de lugar (Europa, Ásia, África, França, Inglaterra, Espanha, Holanda, Escócia e Flandres), de locuções adverbiais femininas indicativas de instrumento/objeto e na locução prepositiva “até a” antes de substantivos femininos.
Já, com relação às principais dicas para a utilização da crase, encontram-se três possibilidades:
- Substituir a palavra feminina por uma masculina (se tiver a conjuntura a + o na frase, existe crase na primeira sentença);
- Cambiar o artigo definido feminino “a” pelo artigo indefinido feminino “uma” (se tiver a situação a + uma na frase, há acento grave na primeira);
- Trocar verbos que indicam movimento por aqueles que indiquem procedência ou localização. Exemplo: “Chegamos a Natal ontem”, trocar por “Ficamos em Natal ontem”.
De acordo com Tuca Fonseca, professora de Português e Inglês, essas regras não são imutáveis, visto que podem ser alteradas a qualquer momento pelos gramáticos.
Apesar de parecer um pouco complicado num primeiro momento, com a prática, o uso da crase passa a deixar de ser um “bicho de sete cabeças”. Para melhorar sua acentuação, assim como outros componentes textuais, exercitar é o melhor “remédio”.
Confira o vídeo com a explicação dos usos da crase:
Fontes: Brasil Escola, Exame, Português e Norma Culta.
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Por Isabela Cagliari – Redação Fala!