Por conta da facilidade de contágio e alta taxa de infecção, era de se esperar que a morte para as pessoas infectadas pelo coronavírus fosse uma morte solitária e triste. Imagine estar debilitado, ligado a aparelhos que fazem todo trabalho de respiração pelo seu sistema respiratório, tubos no nariz e na garganta, sem contato com sua família, sem ter nenhuma perspectiva de vida…esse é o cenário para as pessoas que morrem por essa doença respiratória de alto contágio.
Coronavírus: Como o vírus atua no corpo do infectado
O coronavírus é um vírus de trato respiratório, por isso, seus sintomas são ligados à respiração e o que se desenvolve a partir disso. No começo, o vírus se aloja na mucosa do nariz e da garganta, mas isso não é o necessário para que ele se reproduza. Para que isso possa acontecer e o vírus se espalhar, ele precisa “sequestrar” células para que sua reprodução ocorra.
Após isso, o vírus destrói a célula em que estava alojado e segue para infectar outras células. A partir daí, o corpo libera uma resposta inflamatória para combater o vírus, resultando no incômodo na garganta e na dificuldade em respirar.
Quando o vírus atinge as vias respiratórias pulmonares, começa o processo de inflamação na mucosa da área, causando irritação e, consequentemente, a tosse. Em resposta a isso, nosso corpo aumenta a resposta inflamatória, o que nos leva ao próximo sintoma: febre alta.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), existem três estados da doença, onde os pacientes podem ter sintomas leves (tosse, febre e, no último caso, pneumonia), os sintomas um pouco mais graves, onde o paciente tem dificuldade em respirar e insuficiência respiratória e, no caso mais grave, pode ocorrer choque séptico, insuficiência pulmonar, risco de falência dos órgãos e morte.
O problema não está apenas na infecção a partir do vírus, mas na forma como o corpo reage a ele. Algumas vezes, a resposta do corpo é tão agressiva que pode piorar alguns sintomas desencadeados pela doença.
O professor de medicina preventiva e doenças infecciosas, William Schaffner, comentou que, ao estudar os desdobramento do vírus no corpo humano, era possível detectar que para lidar com a doença, o corpo humano poderia liberar substâncias altamente agressivas aos tecidos dos sistemas. Ou, como no caso da pneumonia, onde o corpo faz um esforço tão grande para lidar com os ataques do vírus ao pulmão que sobrecarrega todo o sistema respiratório com sua tentativa de defesa do corpo.
Por conta da sua alta taxa de infecção, os pacientes que são admitidos infectados com o vírus, passam a viver isoladamente, sem o contato de familiares ou amigos, tendo o mínimo contato com a equipe encarregada pelo seu monitoramento.
Quando o paciente vem a óbito, a situação não é muito diferente. O corpo é colocado em sacos especiais para conter o vírus, apenas pessoas habilitadas a manusear o cadáver fazem todo o processo para enterrar o corpo e ainda depois da morte, os familiares não podem se despedir daquele ente querido que faleceu.
Para que serve o isolamento social?
Com tudo isso, é importante reforçar a ideia do isolamento e pedir para que todas as medidas sanitárias sejam levadas a sério. Quem puder ficar em casa, deve ficar. Para as pessoas que não dispõem desse direito, todo cuidado é pouco: usem máscaras, lembrem-se da higienização e do uso do álcool em gel.
Não é o momento de estar em contato com os amigos, fazer festas ou reuniões familiares. O momento de isolamento social não é um momento de férias ou diversão, é uma manobra para achatar a curva da doença e não sobrecarregar o nosso Sistema Público de Saúde (SUS). Não façam com que a luta dos nossos profissionais de saúde seja em vão. Fiquem em casa, fiquem seguros.
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Por Vinícius Mendes – Fala! UFPE