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Conheça a história da Itália nas Eurocopas

Após cinco anos, a Azzurri volta a uma grande competição internacional, a 10ª Eurocopa da Itália

Itália
Atual Seleção Italiana, que irá buscar o bicampeonato para o país. | Foto: Reprodução/90min.

13 de novembro de 2017. Depois de um empate por 0x0, a Suécia eliminou a Itália e se classificou para a Copa do Mundo da Rússia de 2018. Os italianos ficaram de fora da maior competição de seleções após 60 anos, uma tragédia imensa para um país que é tetracampeão mundial.

Após o ocorrido, o treinador Roberto Mancini chegou para reformular o plantel da seleção e mudar o estilo de jogo do time, aplicando um futebol mais coletivo com muita eficiência. Nas Eliminatórias para a Eurocopa deste ano, 10 vitórias em 10 partidas, com direito a 37 gols marcados e apenas quatro sofridos, deram a vaga para a Itália. Agora, a Azzurri enfrentará Turquia, País de Gales e Suíça no grupo A, com a estreia marcada para esta sexta-feira (11) no Estádio Olímpico de Roma. Confira todas as campanhas dos italianos na história da Eurocopa.

Itália na Eurocopa

1968: Primeiro e único título

Giacinto Facchetti
O capitão italiano Giacinto Facchetti levantando o troféu da Eurocopa de 1968. | Foto: Reprodução/Wikipédia.

Após ficar de fora das duas primeiras edições, a Itália estreou na Eurocopa em 1968, campeonato que foi disputado em seu próprio país. Na época, somente quatro seleções se classificavam para a competição. Portanto, os italianos começaram já na semifinal, enfrentando a forte equipe da União Soviética. Porém, depois de um empate em 0x0, algo completamente inusitado aconteceu. Como ainda não existia a decisão por penalidades, o desempate para definir uma das vagas para a final aconteceu na moeda. O capitão Giacinto Facchetti teve a maior sorte e a Azzurri foi para a decisão.

Na grande final, um empate em 1×1 com a Iugoslávia rendeu uma partida extra. No Estádio Olímpico de Roma, os atacantes Luigi Riva e Pietro Anastasi marcaram no 1º tempo e a Itália se sagrou campeã europeia pela primeira vez na história.

1980: A volta em casa

Depois de ficar duas edições fora da disputa, a Itália voltou para a Eurocopa para jogar em casa. Os italianos avançaram em 2º lugar em um grupo que tinha Bélgica, Inglaterra e Espanha, com a campanha de uma vitória e dois empates. Naquela ocasião, a segunda colocação dava vaga para a disputa do 3º lugar, pois apenas os líderes dos dois grupos que haviam na edição iam para a final.

Na disputa contra a Tchecoslováquia, atual campeã da Euro, um empate em 1×1 com gols de Francesco Graziani e Ladislav Jurkemik. Nas penalidades (agora elas já existiam), Jaroslav Netolička defendeu a cobrança do zagueiro Fulvio Collovati e a Azzurri terminou o torneio na 4ª colocação.

1988: A estreia de Paolo Maldini

A edição de 1988, que foi disputada na Alemanha Ocidental, em plena Guerra Fria, ficou marcada por ser a última Eurocopa em que Iugoslávia e União Soviética jogaram, antes de serem desmembradas em muitos países anos depois. A Itália avançou em 2º lugar no grupo 1, atrás apenas da dona da casa. Na semifinal, a cidade de Stuttgart viu Hennadiy Lytovchenko e Oleh Protasov fazerem 2×0 para os soviéticos e acabarem com o sonho italiano.

Aquele grupo tinha excelentes jogadores como o goleiro Walter Zenga, o defensor Franco Baresi e o capitão Alessandro Altobelli. Porém, o atleta que chamava mais a atenção era o do jovem Paolo Maldini, de apenas 19 anos na época. Ele foi titular em todas as partidas da Itália na competição, já demonstrando um enorme talento, que brilharia ainda mais nos anos seguintes.

1996: Campanha decepcionante

Em uma edição disputada na Inglaterra, a Itália fez a sua pior campanha na história da Eurocopa, caindo ainda na fase de grupos e ficando no 10º lugar na classificação geral. Na estreia, a Azzurri venceu a Rússia por 2×0, com dois gols marcados pelo atacante Gigi Casiraghi. Na partida seguinte, derrota para a República Tcheca do jovem Pavel Nedvěd por 2×1, forçando os italianos a terem que vencer a Alemanha para se classificarem. Resultado: empate em 0x0 e eliminação precoce para a atual vice-campeã mundial dois anos antes.

2000: O trauma do gol de ouro

jogadores italianos
Comemoração dos jogadores italianos na vitória sobra a Holanda na Eurocopa de 2000. | Foto: Reprodução/Uefa.

Determinada a apagar o vexame da última edição, a Itália chegou à Euro de 2000 pronta para surpreender. Na fase de grupos, passou por cima de Bélgica, Suécia e Turquia, avançando como líder com três vitórias em três jogos. No mata-mata, triunfo sobre a Romênia por 2×0 nas quartas de final, com gols marcados por Francesco Totti e Filippo Inzaghi. Na semi, partida extremamente difícil contra a Holanda, que terminou em um empate por 0x0. Nos pênaltis, o goleiro Francesco Toldo pegou as cobranças de Frank de Boer e Paul Bosvelt, além do chute para fora do zagueiro Jaap Stam, e a Azzurri se garantiu na grande decisão após 32 anos.

O seu adversário na final era a França, atual campeã da Copa do Mundo. Aos 10 minutos do segundo tempo, o atacante Marco Delvecchio abriu o placar para os italianos após um cruzamento de Gianluca Pessotto. Tudo parecia que ia dar certo para a Itália e ela ia conseguir conquistar o seu bicampeonato. Mas, no último minuto da partida, Sylvain Wiltord empatou e levou a disputa para a prorrogação. Porém, naquela época, existia o famoso “gol de ouro”, que consistia em dar a vitória imediata para aquele país que fizesse o primeiro gol no tempo extra. Dessa forma, Robert Pires fez uma linda jogada e cruzou para David Trezeguet virar o jogo e dar o título para os franceses.

2004: Outra eliminação da Itália na fase de grupos

Depois do triste vice-campeonato da edição anterior, A Itália novamente foi eliminada na fase de grupos, dessa vez obtendo o 9º lugar na classificação geral. Na estreia, empate em 0x0 contra a Dinamarca. Quatro dias depois, estava vencendo a Suécia por 1×0 até o atacante Zlatan Ibrahimović, com um lindo toque de calcanhar, empatar a partida aos 40 minutos do 2º tempo. Por fim, nem a vitória por 2×1 contra a Bulgária foi o bastante para os italianos se classificarem, ficando atrás apenas por dois gols a menos de saldo.

2008: A chegada como favorita

Após vencer a Copa do Mundo de 2006, sagrando-se tetracampeã mundial, a Itália chegou à Euro de 2008 como uma das favoritas a vencer o torneio. Porém, de cara, a Azzurri teve um choque de realidade. Três a zero para a Holanda, com gols marcados por Ruud Van Nistelrooy, Wesley Sneijder e Giovanni Van Bronckhorst. O empate com a Romênia por 1×1 no jogo seguinte deixou a seleção em uma situação dramática, tendo que dar a vida contra a França na última rodada para seguir na competição. Resultado: vitória por 2×0 em Zürich, na Suíça, e vaga nas quartas de final.

Pela frente, a Itália teria a forte seleção da Espanha, que vivia o seu melhor momento em décadas. A Azzurri ainda conseguiu segurar o empate em 0x0 durante o tempo normal e a prorrogação, mas foi eliminada nas cobranças de pênaltis. Iker Casillas defendeu as batidas de Daniele De Rossi e Antonio Di Natale e os italianos caíram nas quartas de final.

2012: Mais um vice para a Azzurri

Eurocopa Itália
Seleção Italiana da Eurocopa de 2012 comemorando um gol. | Foto: Michael Regan/Getty Images.

Chegando um pouco desacreditada, a Itália começou a Eurocopa de 2012 bem, empatando com a atual campeã mundial Espanha por 1×1. Depois, outro empate pelo mesmo placar, agora contra a Croácia, fez com que a Azzurri precisasse vencer na última rodada para se classificar, sem depender de outros resultados. Antonio Cassano, de cabeça, e Mario Balotelli, com um belo chute, levaram a seleção para o mata-mata do torneio.

Nas quartas, empate em 0x0 com a Inglaterra e partida decidida nos pênaltis. O experiente Gianluigi Buffon encaixou a cobrança batida pelo lateral-esquerdo Ashley Cole, dando a vaga aos italianos. Na semifinal, brilhou a estrela de Mario Balotelli, que marcou dois gols, na vitória por 2×1 da Itália sobre a Alemanha. Porém, na grande final, um passeio espanhol. Um quatro a zero desmoralizador que adiou mais uma vez o sonho da Azzurri.

2016: Começo da reformulação da Itália

Na última edição da Eurocopa, a Itália já estava enfrentando um processo de renovação da sua seleção, após o fiasco da Copa do Mundo de 2014, quando caiu na fase de grupos, atrás de Costa Rica e Uruguai. Mesmo assim, a equipe avançou no grupo E daquele torneio em primeiro lugar, com direito a vitórias sobre Bélgica e Suécia. No mata-mata, triunfo sobre a Espanha nas oitavas de final por 2×0, com gols marcados por Giorgio Chiellini e Graziano Pellè. Na etapa seguinte, o empate em 1×1 contra a Alemanha levou a disputa para os pênaltis. Resultado: sucesso alemão por 6×5.


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Por Victor Fardin – Fala! PUC-SP

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