Thiago Dias – Fala! Anhembi
Nos dias 14 a 18 de junho, foi realizado o 55º Congresso da União Nacional dos Estudantes – o maior evento que reúne universitários da América Latina.
A cidade sede foi Belo Horizonte-MG, que recebeu cerca de 1200 estudantes de São Paulo e mais de 15 mil universitários de todo o Brasil.

A UNE é uma instituição de defesa da educação, da democracia e do Brasil. Tem então sua organização através das entidades de base dos movimentos estudantis – os Centros Acadêmicos (CAs) e Diretórios Acadêmicos (DCEs) de todas as universidades do Brasil.
Estudantes pelas DIRETAS JÁ!
Este foi o primeiro congresso realizado após a posse de Michel Temer em 2016. Os universitários presentes no movimento estudantil, não aceitarão que os deputados e senadores do Congresso Nacional sejam os responsáveis pela escolha de um novo nome para o cargo de presidente da república, caso Michel Temer sofra impeachment ou renuncie. A UNE então ressurge com a campanha dos estudantes, que aconteceu no ano de 1984, quando foram às ruas pelo direito de votar diretamente para escolher quem ocupa o cargo. Os Universitários que estavam presentes na organização das chapas querem a Diretas Já.

O Contexto das Universidades Privadas
Os estudantes das universidades privadas também estão sofrendo as consequências – FIES cortado e o PROUNI com menos vagas. Mas os valores das mensalidades não param de aumentar a cada ano, enquanto os serviços vêm regredindo. Cada vez mais disciplinas online são oferecidas a estudantes da graduação presencial, sendo que não há passe livre para todos os estudantes se locomoverem pelo transporte público.
Estudantes da Universidade Anhembi Morumbi, por exemplo, participaram do movimento contra o aumento abusivo de mensalidades, taxas desnecessárias e as disciplinas online obrigatórias, junto com o movimento que reúne estudantes de norte a sul do país que compartilham o sonho de um Brasil mais democrático e justo. Para o movimento, é importante a luta por mais direitos aos estudantes.

Pautas abordadas no Congresso da UNE:
– Pelo cumprimento do PNE e das metas que preveem o investimento de 10% do PIB e 100% dos Royalties do pré-sal para a educação e saúde;
– Em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade;
– Pela continuidade da expansão das universidades públicas brasileiras. Nenhum passo para trás!;
– Pela ampliação do investimento em assistência estudantil: 2,5 bilhões para o PNAES (Plano Nacional de Assistência Estudantil);
– Em defesa das universidades estaduais;
– Fim das disciplinas online obrigatórias;
– Liberdade de organização do movimento estudantil nas universidades privadas;
– Fim de taxas desnecessárias e do aumento abusivo de mensalidade nas universidades privadas;
– Manutenção do PROUNI e FIES.
A importância do Congresso da UNE
No decorrer do Congresso, os estudantes têm a oportunidade de compreender melhor o atual cenário político do país, expandindo assim o acesso a informações por meio de debates, palestras e trocas de ideias. A partir do contato com pessoas de diferentes regiões, temos uma percepção mais abrangente da verdadeira realidade do ensino brasileiro.
O Brasil nas ruas de BH
Assim como ocorreu no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Salvador, o movimento na capital mineira reuniu diversos artistas. Cerca de 40 mil pessoas lotaram o centro de Belo Horizonte para pedir Diretas Já na última sexta-feira, dia 16. O ato foi organizado pela União Nacional dos Estudantes, Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, universitários de todo o Brasil, artistas e trabalhadores protestaram contra Michel Temer e suas reformas.

A nova presidenta da UNE
A Baiana Marianna Dias, estudante de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), foi eleita a nova presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) no domingo, dia 18, durante a plenária final do congresso. Ela será a sétima mulher a comandar a UNE.
A nova presidenta vai representar a UNE pelos próximos dois anos. Segundo Marianna, é preciso restabelecer a democracia e convocar novas eleições para a presidência da República.

Metas traçadas pelo 55 º congresso nacional dos estudantes.
Além de reafirmar seu intenso apoio ao movimento pelas Diretas Já, todas as chapas presentes aprovaram a greve geral, que foi proposta pela CUT para impor ao governo a retirada destas reformas, que ocorrerá no dia 30 de junho e contará com a efetiva colaboração da UNE.

SUA HISTÓRIA
Durante a década de 1940, a União Nacional dos Estudantes se tornou a principal força popular de combate ao Nazismo no Brasil, durante o período da Segunda Guerra Mundial.
Na década de 50, foi protagonista na campanha “O Petróleo é Nosso!” – enquanto que nos anos 60, em plena ditadura militar, se consagrou como um dos principais grupos de oposição ao regime.
A UNE também mobilizou a campanha pelas Diretas Já! – e conduziu o Impeachment de Fernando Collor.
Mais recentemente, lutou pela criação de programas como o ProUni, pela popularização da universidade em defesa da democracia.

COMO FUNCIONA
O Congresso da UNE é um espaço onde os estudantes podem discutir e resolver o futuro da entidade para os próximos 2 anos.
São realizadas etapas locais nas universidades do país, com a eleição de chapas de delegados em cada instituição. Os eleitos seguem para a etapa presencial, com o objetivo de representar a sua universidade, com direito a voto – ou seja – cada universidade comparece, e é representada no Congresso da UNE com a sua devida chapa eleita democraticamente por meio de uma votação.
Nos primeiros dias do evento, são realizados debates sobre os temas centrais que são comuns no cotidiano dos estudantes. Delegados e observadores têm direito a dar sua opinião com os convidados presentes das mesas ao longo do dia, como por exemplo, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que estava no Congresso. No primeiro dia da plenária, são aprovadas as resoluções de posicionamento da UNE em áreas como a conjuntura nacional, a educação e o movimento estudantil. No segundo dia é eleita a nova diretoria e presidência da entidade.

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