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Como nosso corpo reage ao amor?

Amor, sentimento humano que em séculos ninguém soube expressar em palavras o que é, ou ao menos explicar o que se sente. Algo que todos passamos e nunca saberemos significar tal coisa, existem diversos livros, poemas, músicas, pinturas e esculturas que representam a arte de amar, mas nenhuma chega a esclarecer o que de fato é sentir o amor.

Da paixão ao amor

A ciência procura explicar tudo, mas nem isso ela saberia descrever com minúcias, o mais perto que ela chegou foi contar como o corpo humano reage à paixão, que se trata do estado inicial do amor. Estudos comprovam que estar apaixonado é um sentimento passageiro e pode durar de 12 a 24 meses no máximo, após este período se torna amor e as reações causadas no corpo humano nesse intervalo de tempo intenso mudam, por isso se diz que a paixão acabou.

O aumento da pressão arterial, maior velocidade dos batimentos cardíacos, dilatação das pupilas e rosto corado são sintomas da inevitável doença que se chama paixão. O sangue circula com mais frequência nos vasos, o estômago se altera e é comum perder a fome, a temperatura corporal aumenta e, consequentemente, gera a produção de suor, tudo isso está relacionado a essa explosão de sentimentos, mas o mais curioso é que o cérebro de uma pessoa apaixonada funciona basicamente da mesma forma de uma pessoa dependente química.

O autor do livro “Química entre nós. Amor, sexo e a ciência da atração”, de Larry Young, conta que o aumento da dopamina é muito grande no ínicio das relações, é um neuro transmissor relacionado ao prazer ou quando somos recompensados, por exemplo, a sensação de beber água para matar a sede ou quando consumimos qualquer tipo de droga. Formando o circuito de recompensa, que de fato pode ser chamado de circuito do vício, pois a sensação é tão boa que sempre desejamos mais e mais.

Entenda como nosso corpo reage ao amor
Entenda como nosso corpo reage ao amor. | Foto: Reprodução.

Entenda como nosso corpo reage ao amor

Cientistas usam a ressonância magnética funcional para identificar quais áreas do cérebro a paixão atinge (interessante como o sentimento é lidado como uma doença de fato), a técnica mostra quais regiões cerebrais recebem mais ou menos oxigênio, mostrando a demanda que o sentimento causa em cada área. Nessa pesquisa se viu que o circuito de recompensa trabalha intensamente quando estamos apaixonados e “desliga” o córtex pré-frontal, responsável pela nossa capacidade de raciocinar, julgar e criticar de maneira elaborada, melhor dizendo é a emoção calando a razão. 

O ditado que afirma que o amor é cego, pode se basear nesse estudo já que o amor encobre a capacidade crítica sobre a pessoa amada. O filósofo espanhol Ortega y Gasset, explica a paixão como “um estado de imbecilidade transitório”.

Mas independente dessas mudanças no comportamento humano, tanto físico quanto neural, estar apaixonado reforça a união, o casal precisa daquela “droga” a todo instante para se sentir bem e isso ocorre quando estão juntos. Na pesquisa de Larry, quando se ministrava o hormônio ocitocina em um homem comprometido, ele via sua parceira de uma maneira mais atraente, fato que só acontecia com a pessoa com quem se relacionava, apenas ela, o que fortalece a ideia de ser fiel à pessoa amada.

“A ciência será capaz de nos dizer muitas coisas sobre a química e os mecanismos cerebrais envolvidos no amor. Mas não nos fará entender sua magia. Isso só se pode entender estando apaixonado”, diz Larry Young.

Provavelmente a arte saiba manifestar com mais delicadeza a complexidade que é amar alguém, mas talvez a paixão e o amor sejam as únicas respostas que o ser humano nunca desvendará, sendo o mistério da humanidade que só quem prova sabe, isso só o futuro irá dizer.

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Por Bianca Rebernisek – Fala! São Judas

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