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O adeus de Ben Roethlisberger, grande nome do futebol americano

Neste domingo, o eterno camisa 7 dos Steelers jogou o último snap de sua carreira 

Ben Roethlisberger deixando o gramado do Arrowhead Stadium.
Ben Roethlisberger deixando o gramado do Arrowhead Stadium. | Foto: Reprodução.

Após 18 anos, o momento que os torcedores de Pittsburgh imaginavam que não aconteceria, chegou. Ben Roethlisberger, ou apenas Big Ben, disputou a sua última partida na NFL no último domingo, diante do Kansas City Chiefs, e apesar de se despedir com uma derrota acachapante (e esperada), os grandes momentos do Quarterback não serão jamais esquecidos.

O começo e o fim de Ben Roethlisberger: A trajetória de um dos maiores nomes da NFL

Entre 2001 e 2003, um Quarterback jogava pela universidade de Miami Ohio, na modesta Conferência MAC no College Football. Com 1,96 metros, quase 100 kg e vestindo a camisa 7, este jovem atleta chamava a atenção do cenário nacional do futebol americano pelo que era capaz de fazer com uma bola oval em suas mãos.

Big Ben jogando por Miami Ohio.
Big Ben jogando por Miami Ohio. | Foto: Reprodução.

O nome daquele camisa 7 era Benjamin Todd Roethlisberger Senior, ou apenas Ben Roethlisberger. Se tornou o detentor de diversos recordes na Universidade de Miami Ohio e terminou sua carreira no College Football com 10.829 jardas aéreas, 80 touchdowns e um recorde de 27 vitórias e 11 derrotas.

Aquele jogador que era um combo de força, atleticismo e muito talento, se declarou para o NFL Draft de 2004, chamando a atenção de inúmeras franquias da National Football League, entre elas o Pittsburgh Steelers.

Com a 11ª escolha geral do NFL Draft de 2004, o Pittsburgh Steelers selecionou Ben Roethlisberger, para ser o novo comandante do ataque e da tradicional franquia do oeste da Pensilvânia, então tetracampeã do Super Bowl, tendo conquistado os quatro com Teddy Bradshaw como seu Quarterback, na década de 70.

Ben Roethlisberger no NFL Draft 2004. | Foto: Reprodução.

No segundo jogo da temporada de 2004, diante do Baltimore Ravens, Tommy Maddox, então QB titular, se machucou e o seu reserva precisou assumir a posição. O reserva? Ben Roethlisberger, que estava prestes a fazer uma das temporadas mais marcantes de um calouro na história da liga, ganhando a paixão de seus torcedores e respeito ao redor de toda a NFL. 

Naquele ano, terminou 13–0 em partidas que foi titular, perdendo apenas para o New England Patriots do então também jovem Tom Brady, na final da AFC. ‘Big Ben’ foi eleito o Calouro Ofensivo do Ano de forma unânime. Este foi apenas um aperitivo do que estava por vir para Ben e para o Pittsburgh Steelers.

Em 2005, jogando apenas a sua segunda temporada na NFL, Ben Roethlisberger liderou a sua equipe ao pentacampeonato do Super Bowl, ao vencer o Seattle Seahawks por 21 a 10, no Ford Field em Detroit. Os Steelers foram da equipe classificada aos Playoffs com pior campanha, para os detentores do Vince Lombardi naquele ano. Big Ben se tornou o QB mais jovem a ganhar um Super Bowl, mantendo esse recorde até hoje.

É bem verdade que Ben não jogou bem naquele Super Bowl XL, e se cobrou muito por saber que precisava mostrar mais em outra oportunidade de jogar no maior evento esportivo do mundo, e essa oportunidade veio. Em fevereiro de 2009, os Steelers voltavam para o Super Bowl, dessa vez, o XLIII, diante do Arizona Cardinals.

Naquele que é para muitos, o melhor Super Bowl de todos os tempos, com diversas reviravoltas e lances históricos, Ben Roethlisberger conduziu a campanha derradeira para virar e vencer o duelo no minuto final, ao conectar um passe perfeito com Santonio Holmes no canto da endzone esquerda do Raymond James Stadium, em Tampa.

O Pittsburgh Steelers venceu o sexto título de sua história e dessa vez, com um verdadeiro show do seu Quarterback, que se estabeleceu de vez como um dos melhores jogadores de toda a NFL.

Big Ben e o Lombardi Trophy em 2009.
Big Ben e o Lombardi Trophy em 2009. | Foto: Reprodução.

Em 2010, disputou o seu terceiro e último Super Bowl, mas acabou derrotado pelo Green Bay Packers de Aaron Rodgers, Jordy Nelson e companhia.

Conforme os anos se passaram, Big Ben seguia encantando ao fazer passes com defensores literalmente pendurados em suas costas, lançando bombas no fundo do campo e praticando aquilo que chamava de “backyard football”, algo como “futebol americano de quintal”, pela sua capacidade de improvisação nos momentos em que sua equipe precisava de uma reação para buscar a vitória.

Ao longo de sua carreira, desenvolveu conexões especiais com recebedores igualmente especiais. Santonio Holmes, Hines Ward, Heath Miller, Mike Wallace, Antonio Brown, e mais recentemente, Juju Smith-Schuster. Mais do que uma conexão com outros jogadores, possui este elo com o seu treinador há mais de 15 anos, Mike Tomlin. Juntos desde 2006, Roethlisberger e Tomlin nunca tiveram uma temporada negativa, estando na briga por pós temporada em ano sim, e ano também. 

Desde o fim dos “Killer B’s” com Ben, Leveon Bell e Antonio Brown, o ataque dos Steelers não foi mais o mesmo, e a idade começou a afetar até mesmo o Quarterback que se acostumou a jogar lesionado, com nariz quebrado e tornozelo torcido.

Em 2019, rompeu o ligamento do cotovelo direito, e muitos acreditavam que ali seria o fim de sua carreira. Mas passou por cirurgia, e após uma impressionante recuperação, voltou para mais duas temporadas comandando o ataque Black and Gold, por mais que os anos de ouro já estivessem bem para trás.

Em 2021, anunciou que seria o seu último ano, e por mais que tenha sido uma temporada difícil para Pittsburgh, o seu líder, agora com 39 anos, conseguiu disputar uma última vez uma partida de pós temporada, após vencer o seu histórico rival, Baltimore Ravens, na semana 17.

O resultado diante do poderoso Kansas City Chiefs, foi o esperado, uma derrota por 42 a 21, mas que deu uma oportunidade extra para Ben Roethlisberger disputar uma partida de futebol americano, com a única camisa que vestiu ao longo de toda a sua vitoriosa carreira.

O lendário camisa 7 dos Steelers e futuro Hall da Fama encerrou a sua história na NFL com 64.088 jardas aéreas e 418 touchdowns em 219 jogos, se colocando na mais alta prateleira não apenas da franquia de Pittsburgh, mas da história do futebol americano.

Ben Roethlisberger em seu último jogo em casa, contra o Cleveland Browns. | Foto: Reprodução.

Após 18 anos de alegrias, tristezas, vitórias, viradas, títulos e recordes, Benjamin Todd Roethlisberger agora irá aproveitar tudo que a sua merecida aposentadoria tem a oferecer, se juntando aos seus companheiros de classe de Draft, Eli Manning e Phillip Rivers e ,enquanto isso, o Pittsburgh Steelers adentra uma nova era e inicia sua busca pelo próximo Ben Roethlisberger para comandar o seu ataque e ser a mais nova cara da equipe do oeste da Pensilvânia.

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Por Filipe Saochuck – Fala! PUC-SP

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