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Super Bowl XLIII: melhores finais da história do futebol americano

Steelers e Cardinals protagonizaram o grande jogo do Super Bowl XLIII, que gerou diversos momentos que ficaram para a história 

Super Bowl XLIII
A recepção de Santonio Holmes no Super Bowl XLIII. | Foto: Pinterest.

No dia 1 de fevereiro de 2009, foi disputado entre Pittsburgh Steelers e Arizona Cardinals, o Super Bowl XLIII (43). O palco da decisão foi o Raymond James Stadium (o mesmo deste ano de 2021), e sediou aquele que, para muitos, é a melhor final da história da NFL. Com lances marcantes acontecendo em diversos momentos da partida, o duelo foi emocionante do primeiro ao último snap, e foi decidido com uma das recepções mais icônicas da história do esporte.

Os caminhos de Steelers e Cardinals até a final 

Comandado por Mike Tomlin, em sua segunda temporada como Head Coach da equipe, o Pittsburgh Steelers iniciou a temporada como um dos candidatos ao título naquele ano de 2008. O ataque era comandado pelo ainda jovem Quarterback Ben Roethlisberger, que contava com alvos como Hines Ward, Santonio Holmes e Heath Miller, fora o apoio de uma solida linha ofensiva.

Porém, o ponto mais forte daquele time dos Steelers era sem dúvida a defesa. A defesa black and gold (apelido dos Steelers) liderou praticamente todas as estatísticas possíveis naquele ano, comandada por nomes históricos como os de Troy Polamalu, James Harrison, James Farrior e LaMarr Woodley.

Com um recorde de 12 vitórias e 4 derrotas, os Steelers foram campeões da AFC Norte e se classificaram de maneira direta para o Divisional Round. Nesta fase dos playoffs, eliminaram o San Diego Chargers de Phillip Rivers. Na Final de Conferência, bateram o grande rival Baltimore Ravens no Heinz Field, com uma icônica interceptação retornada para Touchdown por Troy Polamalu. Mike Tomlin foi eleito o treinador do ano; James Harrison o melhor defensor da temporada e o Pittsburgh Steelers era o representante da AFC no Super Bowl XLIII.

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O TD de Troy Polamalu para vencer a AFC em 2008. | Foto: Pittsburgh Post-Gazette.

Do outro lado da decisão, o Arizona Cardinals. Assim como Pittsburgh, Arizona também tinha um Head Coach em seu segundo ano no comando da equipe, sob o nome de Ken Whisenhunt. O Quarterback daquele Arizona Cardinals era Kurt Warner, o qual foi parte do Greatest Show on Turf do St. Louis Rams de alguns anos antes. Larry Fitzgerald, hoje o maior jogador da história da franquia, estava em seu auge e era um dos melhores recebedores de toda a NFL.

Com um recorde de 9–7, a equipe do deserto de Glendale conquistou a NFC Oeste, e sediaria pela primeira vez desde 1947, uma partida de pós-temporada. No Wild Card, os Cardinals derrotaram o Atlanta Falcons; no Divisional Round viajaram até Charlotte para enfrentar o Seed 2 da NFC, Carolina Panthers, e voltaram para o Arizona com uma improvável vitória. Na final de conferência, receberiam o Philadelphia Eagles no University of Phoenix Stadium, e com um triunfo de 32 a 25, garantiram sua primeira participação em Super Bowl na história da franquia Arizona Cardinals.

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Arizona Cardinals, campeão da NFC em 2008. | Foto: Arizona Cardinals.

Super Bowl XLIII: um jogo que entrou para a história 

A cidade de Tampa Bay, no oeste da Flórida, foi a casa do Super Bowl XLIII naquele 1º de fevereiro de 2009. Aquele duelo reunia duas franquias históricas, porém com realidades um tanto quanto diferentes. De um lado, o Pittsburgh Steelers, com 5 títulos de Super Bowl, tendo vencido o seu último três anos antes daquela partida. 

Do outro, uma das primeiras franquias da história da NFL, mas que ainda procurava seu primeiro título na era Super Bowl. O duelo colocava frente a frente a melhor defesa da NFL, com um dos melhores ataques daquela temporada… as expectativas eram altas para a grande decisão.

A bola voou para o Super Bowl XLIII, e quem começaria no ataque seria o Pittsburgh Steelers. Na primeira campanha, Ben Roethlisberger distribuiu bons passes para Hines Ward e Heath Miller, colocando os Steelers na linha de uma jarda de seu ataque. Porém, a defesa dos Cardinals apareceu e obrigou os adversários a se contentarem com um Field Goal, ao optarem por não arriscar a 4ª decida.

Algumas campanhas depois, o ataque em preto e amarelo voltou a aparecer, mas, dessa vez, chegando até a endzone de Arizona. Na linha de uma jarda, Gary Russell correu pelo meio da linha de scrimmage e ampliou a vantagem para 10 a 0 no início do segundo período.

Os Cardinals responderam na mesma moeda, e após uma gigante conexão entre Kurt Warner e Anquin Boldin, Arizona parou na linha de uma jarda. Na sequência, o camisa 13 acertou um passe preciso para o Tight End Ben Patrick, reduzindo a diferença para apenas três pontos.

Restando apenas dois minutos para acabar o primeiro tempo, Big Ben foi interceptado na metade do campo e viu o Arizona Cardinals com tempo de sobra para buscar a virada ainda na primeira metade da decisão. Restavam 16 segundos no relógio, quando Kurt Warner foi interceptado pelo melhor defensor da temporada, James Harrison, dentro da endzone

Em uma das maiores jogadas da história dos Super Bowls, o camisa 92 atravessou o campo inteiro, com o cronômetro já zerado, e conseguiu anotar o Touchdown que ampliou a liderança de Pittsburgh para 17 a 7 antes do intervalo. Essa ainda é a jogada mais longa da história do Super Bowl.

James Harrison
A interceptação retornada para TD de James Harrison. | Foto: The Denver Post.

As equipes foram para os vestiários e chegava um dos momentos mais aguardados da grande final da NFL: o show do intervalo. Naquele ano, a apresentação foi realizada pela estrela do Rock, Bruce Springsteen, que protagonizou uma grande performance no gramado do Raymond James Stadium.

No terceiro quarto, os Steelers tiveram uma nova ida à redzone dos Cards, e novamente tiveram que se contentar com um Field Goal. Placar em 20 a 7 para Pittsburgh entrando no último e derradeiro período. Mas, a partir daí, o ataque de Arizona começou a esquentar, e após uma bela campanha que terminou com um Touchdown de Larry Fitzgerald, a diferença caiu para 20 a 14.

Na sequência, um holding dos Steelers dentro da própria endzone, e os árbitros anotaram um Safety para os Cardinals. 20 a 16. Restando pouco mais de 2:40 minutos, Kurt Warner encontrou Larry Fitzgerald no meio do campo, que acelerou e deixou toda a defesa de Pittsburgh para trás. Touchdown Cardinals e uma virada muito improvável aconteceu no Super Bowl XLIII.

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O TD de Larry Fitzgerald para virar o jogo. | Foto: Cards Wire.

Com pouco tempo para acabar o duelo, Ben Roethlisberger e o Pittsburgh Steelers tinham apenas mais uma chance de recolocar a Pensilvânia como o destino do Troféu Vince Lombardi. A melhor defesa da NFL dependia de seu ataque para vencer aquela partida.

Em uma campanha impressionante, Big Ben distribuiu passes entre seus recebedores e viu Santonio Holmes disparar para quase 40 jardas, colocando os Steelers em posição de buscar no mínimo um empate. 2ª para o Goal, menos de 40 segundos para acabar o jogo. Ben Roethlisberger segurou a bola o máximo que pôde dentro do pocket e arriscou um passe (muito) improvável no canto da endzone.

Santonio Holmes disputava o pouco de espaço que tinha contra outros três defensores do Arizona Cardinals, parecendo impossível que seria capaz de recepcionar um passe naquele momento. Este foi justamente o alvo de Roethlisberger, que lançou um passe perfeito por cima da defesa, em um lugar que apenas o camisa 10 dos Steelers poderia pegar. Com um controle impressionante, Holmes manteve as pontas dos dois pés dentro do campo e anotou a virada do Pittsburgh Steelers.

Restando 14 segundos, Arizona foi para o tudo ou nada, e dessa vez quem apareceu foi a defesa de Pittsburgh. LaMarr Woodley com o sack e fumble, recuperando a bola para sua equipe e garantindo o sexto título de Super Bowl da franquia Pittsburgh Steelers. O time da Pensilvânia se tornou o líder isolado com seis conquistas, e como não poderia ser diferente, Santonio Holmes foi eleito o MVP daquele que é para muitos, o melhor Super Bowl de todos os tempos.

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Pittsburgh Steelers, campeão do Super Bowl XLIII. | Foto: Steelers Wire.

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Por Filipe Saochuk – Fala! PUC-SP

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