Após o terremoto ocorrido na madrugada da última segunda-feira (6), a Turquia e a Síria começaram uma corrida contra o tempo e o clima em busca de sobreviventes deste que já é considerado o maior terremoto já registrado na região. O último havia sido em 1939, ocorrido em Erzican, no leste da Turquia de magnitude de 7.8, e cerca de 20 quilômetros de profundidade, em 1939 mais de 32 mil pessoas morreram e o abalo sísmico provocou um tsunami no Mar Negro situado a cerca de 160 quilômetros do epicentro.
Nesta semana, dois terremotos de grandes magnitudes foram registrados na Turquia e na Síria, um considerado secundário de magnitude 7,6 e um de magnitude 7,8 a apenas 10 quilômetros da superfície, a região do epicentro foi o povoado de Kahramanmaras sudoeste da Turquia a fronteira da Síria alcançando mais de 250 quilômetros e atingiram centenas de municípios dos dois países.
Até o momento, mais de 5 mil pessoas foram encontradas mortas. Da Turquia são mais de 3.549 pessoas mortas, mais de 22 mil feridos e milhares de desaparecidos. Da Síria, devido à Guerra na região há mais de uma década, as informações sobre a quantidade de vítimas são divulgadas pelo governo de Bashar Al-Saad e pelo último enclave do país controlados pela oposição, que indicam que no país morreram 1.832 pessoas e mais de 3.849 ficaram feridas até o momento.
A dificuldade que as equipes de resgate encontram para localizar os sobreviventes, além dos escombros deixados pela destruição, está no clima, pois devido ao inverno, eles precisam enfrentar temperaturas abaixo de zero, inclusive em regiões montanhosas e de difícil acesso. O resgate se concentra nas províncias mais afetadas que são Hatay, Kaharmanmaras e Adyamn.
A ajuda chega de organismos internacionais, OMS, enviados de ajuda humanitária e ajuda de resgate de 45 países, 70 países manifestaram intenção. Até o momento são mais de 50 mil pessoas ajudando nos resgastes, incluindo soldados que estão participando dos esforços, 10 navios da Marinha e 26 aviões militares que auxiliam na evacuação dos feridos.
Até o momento mais de 8 mil pessoas foram encontradas com vida sob os escombros.
Entenda como e por que ocorrem terremotos na região da Turquia e Síria
Terremotos são fenômenos naturais que ocorrem quando a energia acumulada nas profundezas na Terra é liberada de forma abrupta na crosta terrestre, que resultam em ondas sísmicas. Esses movimentos são geralmente causados por deslocamento na litosfera, que é a camada mais externa da Terra. A litosfera é composta por placas tectônicas que se movem lentamente umas em relação às outras. Quando as placas colidem ou se afastam rapidamente, isso causa o acúmulo de tensão nas rochas e liberação repentina de energia sísmica.
O encontro das placas tectônicas entre a Turquia e a Siria é conhecido como Zona de Fronteira de Placas Anatólica. Essa zona é formada pelo encontro das placas Africana e Eurasiana e é uma das regiões mais ativas do mundo em termos de sismicidade, ou seja, onde podem ocorrer terremotos mais graves.
Outra fronteira de placas tectônicas mais propensas a terremotos é a boda do Pácífico, que é conhecida como a “ceinture de feu” ou “cinturão de fogo” e inclui regiões como a Califórnia, Japão e Indonésia. Outras regiões propensas a terremotos incluem as regiões montanhosas, como o Himalaia e as regiões vulcânicas ativas, como a Islândia. Terremotos também ocorrem em regiões intraplaca, como a região central dos Estados Unidos.
Essas placas flutuam sobre o manto da terra e se divide por todo planeta, quando duas placas colidem, a pressão e a fricção gerada causam terremotos que são tremores e podem ocorrer em escalas e graus de intensidades diferentes, que são medidos em Escala Richter e a Escala Mercalli.
A Escala Richter mede a magnitude, ou seja, a quantidade de energia liberada durante o fenômeno, essa escala é logarítmica podendo variar do 2,0 e 9,0 acima, que significa que uma magnitude de 6,0 é dez vezes mais forte que uma magnitude 5,0. Terremotos de magnitude acima de 7,0 são considerados de grande magnitude e podem causar danos extensos e destruição em larga escala. Entre 8,0 e 8,9 podem atingir vários estados ou países e danos gravíssimos, e 9,0 e acima podem ser cataclísmicos em ampla área geográfica.
Já Escala Mercalli varia de I e XII e avalia a intensidade, ou seja, a força com que as ondas sísmicas se espalham sobre a terra. Alguns exemplos dessa Escala Mercalli. Acima de IV: É sentido por uma população ampla e pode balançar objetos leves. Intensidade V: causa danos leves em estruturas, como rachaduras em paredes. Intensidade VI: causa danos moderados as estruturas. Intensidade VII: Pode causar danos graves a estruturas. Intensidade VIII: danos extensos. Intensidade IX: destruição em larga escala. Intensidade X: destruição total.
Até o dia 7 já haviam sido registrados mais de 80 tremores menores na região da Turquia e Síria após o terremoto.
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Por Inglid Martins – Fala! Universidade Estácio de Sá – SP