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Saiba tudo sobre a guerra na Etiópia e o ataque ao povo Tigray

Além da pandemia causada pela Covid-19, outro transtorno assola o mundo desde o ano passado: a guerra na Etiópia 

Feridos pela guerra na Etiópia, vítimas chegam ao hospital de Tigray.
Feridos pela guerra na Etiópia, vítimas chegam ao hospital de Tigray. | Foto: DW.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed Ali, é acusado de limpeza étnica contra a etnia local Tigray (ou também “Tigré”). No ano passado, ele executou uma ofensiva militar em combate contra a Frente de Libertação Popular do Tigray (FLPT). A partir desse evento, ambos os lados se enfrentam com ataques aéreos. Assim, há inúmeras vítimas, sobretudo de civis. 

A assistência às vítimas tem sido desfavorável em razão da falta de remédios nos hospitais. De acordo com ações humanitárias, a escassez de medicamentos seria uma estratégia de guerra pelos etíopes com os seus aliados da Eritreia, que também colaboram para a batalha contra os Tigray. 

Nesse contexto, os serviços de comunicação e de internet do país foram suspensos, o que dificulta a circulação de notícias sobre o conflito. A cobertura internacional pela imprensa é ainda mais difícil e arriscada devido à proibição de entrada dos jornalistas no local até tempos atrás.

Guerra na Etiópia: entenda o contexto dessa guerra

Vítimas duplas

Imagem de mulheres no Tigray.
Imagem de mulheres no Tigray. | Foto: Global Voices em Português.

As mulheres Tigray têm sido vítimas duplas da guerra; elas estão expostas aos ataques aéreos como civis e também como vítimas de estupro e escravidão sexual pelas tropas da Etiópia e da Eritreia. Segundo um relatório da Anistia Internacional, até o momento há 63 vítimas, três soldados condenados por estupro e outros 25 denunciados por violência sexual e estupros. Ainda de acordo com a ONG, há mulheres que foram abusadas em grupo na frente de seus familiares e outras que foram mantidas prisioneiras por semanas. 

Um pouco mais do contexto da guerra na Etiópia

Abiy Ahmed Ali, o primeiro-ministro da Etiópia.
Abiy Ahmed Ali, o primeiro-ministro da Etiópia. | Foto: Márcia Travessoni 

A FLPT foi, por décadas, o partido dominante na Etiópia, mas a chegada de Abiy Ahmed no poder em 2018 mudou os rumos do país. 

O primeiro-ministro expulsou diversos políticos pertencentes à FLPT do governo com acusações de corrupção e de abuso aos direitos humanos. Ainda assim, a situação ficou ainda pior em setembro de 2020, quando o Tigray efetuou uma eleição regional e, como resposta, Ahmed não a reconheceu com legalidade. 

A ironia 

Acordo de paz entre a Etiópia e a Eritreia: Ahmed Ali e Isaias Afwerki, presidente da Eritreia.
Acordo de paz entre a Etiópia e a Eritreia: Ahmed Ali e Isaias Afwerki, presidente da Eritreia. | Foto: Portas Abertas

Abiy Ahmed Ali ganhou o Nobel da Paz, em 2019, por finalizar o conflito entre a Etiópia e Eritreia, cuja guerra durou cerca de 20 anos. Com a promessa de modernizar e unificar o país, Ahmed Ali, nos dias de hoje, é acusado de limpeza étnica e permanece dentro de um confronto com difíceis saídas. 

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Por Amanda Pavilião Paulilo – Fala! Cásper

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