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Opinião: Como o mundo universitário pode se entrelaçar à religião?

O mundo universitário pode interferir até na religião, entenda de que maneira a seguir

Estudos apontam que mais de 60% de jovens cristãos “se perdem” quando entram nas universidades, sejam elas públicas ou particulares. Existem vários motivos, tais como: pressão de amigos e professores (direta e indireta), falta de raízes profundas em sua religião, distanciamento da igreja e da família e muitos outros que, quando somados, acabam resultando nesse abandono da fé. É um fenômeno cada vez mais frequente nos dias de hoje.

É sabido que o cristão é perseguido no mundo inteiro por conta da sua fé. Na China, por exemplo, – bem como em outros países orientais – é proibido ter uma religião cristã, seja ela católica, batista, presbiteriana. Em tais países, vale a religião do Estado e a cultura daquele local. São culturas fechadas que se baseiam em tradições milenares bem estruturadas e que não abrem brechas às demais religiões. É uma forma de doutrinação que elimina a liberdade de escolha e religiosa. Em outros países como Brasil e EUA, ainda há uma ampla liberdade religiosa, garantida por suas constituições. Ou seja, não há perseguição por conta da sua fé.

O debate, porém, aqui é outro. A pergunta que fica é como alinhar a religião com as universidades? De que modo a universidade pode abraçar mais a fé cristã? 

O eterno debate é este: até que ponto as convicções de uma pessoa influenciam sobre a vida de outra pessoa? Ou até que ponto eu posso utilizar do meu cargo para manifestar a minha fé? Isso vale para tudo: religião, ciência, carreira, estudos. Afinal, até que ponto as crenças de um professor (ou conjunto de professores, diretores, coordenadores) pode influenciar o comportamento dos alunos? Afinal, quem controla o que pode ser dito ou não dentro do ambiente escolar? Se o campo universitário é um espaço aberto para o debate, até que ponto é saudável? E quem cria as regras? São perguntas cujas respostas dependem de uma série de fatores.

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Veja como o mundo universitário pode se entrelaçar à religião. | Foto: Reprodução.

Entrelaçamento entre mundo universitário e religioso

Perigo à vista

Dentro do ambiente acadêmico é preciso entender que o estudante irá se deparar com diversas linhas de pensamento. E compete ao próprio estudante decidir em que vai ou não acreditar, baseado em princípios e valores que ele adquiriu desde o berço, ou seja, com a sua família e o meio em que conviveu. O perigo das universidades para os cristãos está na exposição acelerada aos valores sociais-humanistas, que muitas das vezes se chocam com aquilo que ele acredita.

Outro grande perigo das nossas universidades é a alta exposição aos mais diversos grupos sociais, étnicos e religiosos em um mesmo ambiente. A pluralidade, sim, é bem vista e deve ser incentivada, eliminando os preconceitos que ainda existem em nossa sociedade. No entanto, o “x” da questão está em equilibrar o respeito e tolerância com a liberdade de expressão. 

Há também os perigos das amizades. Em muitos centros universitários, há estudantes que se associam às drogas e outros prazeres carnais. E a única forma de evitar é fugindo do perigo. É comum que os jovens queiram aproveitar o seu período na universidade para participar de festas e eventos, curtindo os momentos que a universidade oferece. E é importante que isso aconteça para estimular a participação, o intercâmbio cultural e a troca de experiências. Até aí, não há problema algum. O problema é quando práticas perigosas são introduzidas nestes ambientes. Por isso, é preciso ter muito cuidado ao participar desses ambientes.

Como se proteger? Como manter a fé cristã em um ambiente universitário? 

Se você já assistiu ao filme Deus não está morto, deve ter percebido a batalha que muitos jovens cristãos enfrentam em um ambiente universitário. Infelizmente, no filme, muitos alunos decidiram abrir mão da sua fé, mas um aluno optou por permanecer firme e foi duramente perseguido e criticado por todos. No entanto, houve quem o apoiasse em sua causa. A pergunta que fica é: como aquele jovem conseguiu vencer o debate contra seu professor e todos aqueles que não acreditavam nele? As respostas seguem a seguir.

  • Defina seus valores e crie uma base sólida em torno deles;
  • Recuse-se a ferir sua consciência;
  • Questione e argumente de forma sábia aos argumentos de seus professores;
  • Faça parte de grupos de cristãos;
  • Não negue sua fé;
  • Não caia de cabeça em livros de procedência enganosa e duvidosa (você saberá quando se deparar com alguns deles);
  • Leia sua bíblia e mantenha seus hábitos de oração, meditação;
  • Continue frequentando os cultos e reuniões de sua igreja.

Como unir a universidade com a religião?

Falei que a universidade é um ambiente perigoso para os cristãos. No entanto, é importante que ela seja também um local de acolhimento e respeito. Para que isso ocorra e para que haja o devido respeito, é necessário que haja um equilíbrio entre as partes. Como responder ao questionamento do artigo?

  • ​Permitir e manter estudos bíblicos, as antigas ABUs (Aliança Bíblica Universitária)
  • Não permitir por parte de professores e outros alunos atitudes desrespeitosas às crenças cristãs (ou de qualquer outra religião);
  • Manter um canal aberto para denúncias e sugestões;
  • Treinar e orientar os professores a manter uma postura desprovida de opiniões pessoais acerca de assuntos como a religião e a política.

Este artigo trouxe uma reflexão sobre o entrelaçamento entre o meio universitário e o religioso e algumas dicas para não deixar a sua fé de lado quando estiver na universidade.

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Por Paulo Machado – Fala! Universidade Federal do Amazonas

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