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Conheça cinco novelas brasileiras que inovaram em suas tramas

As novelas fazem parte do cotidiano de uma grande parcela da sociedade brasileira. Seja no período da tarde ou até mesmo no horário nobre, muitas tramas têm a capacidade de despertar a atenção dos brasileiros e fazer com que muitos deixem os olhos presos na TV. Assim como outras produções artísticas, as telenovelas podem promover reflexões, levantar pautas relevantes para a sociedade e inclusive emocionar os espectadores.

Além disso, muitos personagens e enredos constroem parte do repertório de muitos brasileiros e, dessa forma, ficam no imaginário social. Afinal, quem não se lembra de personagens icônicos como a perigosa Nazaré Tedesco? Ou as irmãs Ruth e Raquel? Ou a vilã Carminha? 

Embora as novelas continuem sendo destaque no mundo do entretenimento, elas estão sempre mudando e trazendo novas características. Confira, agora, 5 novelas brasileiras que inovaram e surpreenderam os telespectadores. 

Novelas brasileiras que inovaram

1. O Bem-amado (1973)

O Bem-amado
O Bem-amado, uma das novelas mais aclamadas pelo público. | Foto: Globoplay.

A novela O Bem-amado, da Rede Globo, foi escrita por Dias Gomes e foi a primeira telenovela em cores da televisão brasileira. Na trama, Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) é prefeito corrupto de Sucupira, município no interior da Bahia, e construiu um cemitério na cidade, pois, antes, os moradores tinham que enterrar os mortos em cidades próximas. No entanto, o problema de Odorico era que ninguém morria e, assim, o cemitério não podia ser inaugurado. Como solução para isso, o político, que não queria perder o apoio do povo, contratou Zeca Diabo (Lima Duarte), um matador profissional. Contudo, Odorico não imaginava que o bandido estivesse aposentado e buscando ser uma pessoa melhor.

O prefeito, seus apoiadores e opositores trouxeram, por meio da história, muitas discussões políticas. Assim, a novela, que foi ao ar durante a ditadura militar, satirizava a situação política brasileira vigente na época e criticava o poder de coronéis e políticos sem escrúpulos. Além dos debates políticos e do fato de ter sido o primeiro folhetim da Globo a ser exportado, o principal fator inovador da produção está no fato de ter sido a primeira novela a cores exibida no país. 

2. Aquele Beijo (2011)

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Aquele Beijo. | Foto: Globoplay.

A novela Aquele Beijo foi ao ar na faixa das 19h e escrita pelo ator, diretor, escritor e roteirista Miguel Falabella. O enredo central conta a história de Cláudia (Giovanna Antonelli) e Vicente (Ricardo Pereira). Ela era arquiteta e namorava Rubinho (Victor Pecoraro), enquanto Vicente havia terminado sua história de amor com Lucena (Grazi Massafera) para se dedicar aos estudos. O destino acaba unindo Cláudia e Vicente, que se conhecem durante uma viagem para a Colômbia e passam a enfrentar alguns obstáculos para conseguirem ficar juntos. Outra trama importante do folhetim é a briga pelo terreno de uma comunidade, pois os empresários Maruschka (Marília Pêra) e Alberto Lemos de Sá (Herson Capri) desejavam a desapropriação do local para que pudessem expandir a loja Compare. 

Com ares de uma comédia romântica, a novela fala de romances tumultuados de uma forma leve e divertida. O aspecto inovador da trama está na narração da história, feita por ninguém mais, ninguém menos, que Miguel Falabella, o autor da telenovela. Sendo uma das marcas registradas de Aquele Beijo, essa narração trouxe reflexões sobre os personagens e incluiu citações de grandes clássicos, com uso de uma abordagem poética e emocionante. 

3. Meu Pedacinho de Chão (2014)

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Meu Pedacinho de Chão. | Foto: Globoplay.

A novela Meu Pedacinho de Chão foi escrita por Benedito Ruy Barbosa e foi ao ar na faixa das seis horas, na Rede Globo. O enredo central envolve o embate entre Epaminondas (Osmar Prado), coronel contra algumas modernizações, e Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi), defensor de algumas mudanças no vilarejo de Vila de Santa Fé. Enquanto Pedro doou uma parcela de suas terras para a construção de uma venda e de uma capela, Epa se colocava muito contrário a isso. A construção de uma escola na vila também foi mais uma discordância entre os dois. A trama é narrada por Serelepe (Tomás Sampaio), um menino pobre e sem pais que é muito amigo de Pituca (Geytsa Garcia), filha de Epaminondas. 

O grande diferencial de Meu Pedacinho de Chão está no cenário, nos figurinos e na forma como a história foi contada. A telenovela tem ares de conto de fadas, com uma narrativa desenvolvida em um tom lúdico e divertido, remetendo ao mundo infantil. Na cenografia, podemos destacar as construções revestidas de latas, fazendo referência a brinquedos do século XIX, as árvores coloridas com mantas de crochê e os cavalos coloridos. A ideia era que o folhetim criasse um novo universo, nunca visto antes na TV. 

4. Além do Tempo (2015)

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Além do Tempo. | Foto: Globoplay.

A trama espírita Além do Tempo, escrita por Elizabeth Jhin, foi ao ar no horário das seis na Rede Globo e contou a história de amor de Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso). A novela é composta por duas fases: a primeira no século XIX e a segunda em 2015. Na primeira, a mocinha era filha de Emília (Ana Beatriz Nogueira), uma mulher forte e independente que no passado era saltimbanco e havia se envolvido com o conde Bernardo (Felipe Camargo). No entanto, a condessa Vitória (Irene Ravache), mãe do rapaz, não aprovou o romance do filho com a jovem e fez tudo que pôde para afastá-los.

Bernardo acabou morrendo em um acidente e Emília, que estava grávida, criou a filha para ser freira e ficar bem longe das maldades da condessa. Anos se passaram e a condessa e seu sobrinho-neto, o conde Felipe, retornaram para a cidade fictícia de Campo Belo, onde Emília e Lívia moram. O destino acaba aproximando Lívia e Felipe, que vivem uma paixão proibida com encontros e desencontros que ultrapassam o tempo. 

O grande diferencial de Além do Tempo é o fato de ter sido contada em dois períodos, com os mesmos personagens, mas com algumas tramas novas na fase dos dias atuais. O principal dessa inovação é observar que o romance genuíno dos protagonistas, que se inicia no século XIX, perpassa as vidas e eles reencarnam 150 anos depois com uma ligação muito forte, tendo que resolver os problemas e as dificuldades da vida passada para finalmente conseguirem ficar juntos. Com paisagens e cenas inesquecíveis, a novela traz fortes emoções e muitos aprendizados. 

5. A Regra do Jogo (2015) – uma das novelas de maior sucesso

A Regra do Jogo
A Regra do Jogo, uma das novelas de maior destaque da Globo. | Foto: Globoplay.

A novela A Regra do Jogo, escrita por João Emanuel Carneiro, foi ao ar no horário nobre da Rede Globo e narrou a história de Romero Rômulo (Alexandre Nero), dono de uma fundação que atua na reabilitação de ex-presidiários. Embora ele pareça ser um herói do povo, humilde e trabalhador, na realidade, é um bandido que faz parte de uma facção criminosa.

Ao longo da trama, o ex-vereador vive uma relação conturbada com Atena (Giovanna Antonelli), estelionatária procurada pela polícia que acaba se apaixonando por Romero, e também se envolve com Tóia (Vanessa Giácomo), jovem trabalhadora sobrevivente de um grande massacre nos anos 90. O enredo central da novela gira em torno dos envolvidos nesse massacre e das ações da maior facção criminosa do país. 

A grande inovação da novela está no formato dos seus episódios. Cada episódio recebia um nome e apresentava uma sequência de cenas que marcavam o início e o fim de alguma narrativa, com algumas características que se aproximam de uma série de TV. Além disso, a trama também conta com cenas de ação não muito comuns nas faixas desse horário e traz temas muito inovadores em novelas, como facções criminosas, corrupção e um protagonista com muitas facetas e características que o faziam oscilar entre o bem e o mal.

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Por Camille Magri Garabosky – Fala! Cásper

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