O dia 24 de abril de 2020 foi um marco histórico para a política brasileira. O anúncio da demissão do ex-ministro Sergio Moro provocou uma reação em cadeia no meio político. Em seu pronunciamento, Moro fez uma série de acusações direcionadas ao presidente de república Jair Messias Bolsonaro.
A demissão foi ocasionada pela decisão do presidente de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, que até então era cargo de Maurício Aleixo. Porém, Moro não concordou com a ação, defendendo também a autonomia da PF, já que a troca de direção seria uma intervenção política sobre seu ponto de vista.
Falei para o presidente que seria uma interferência política. Ele disse que seria mesmo.
Afirmou Moro, em seu discurso
O ex-ministro fez, portanto, uma declaração oficial, transmitida em rede nacional revelando tudo o que havia ocorrido e o porquê de tal decisão ter sido tomada. Tal ocorrência fez com que o presidente perdesse grande parte do apoio, sendo alvo de críticas. Um pronunciamento foi feito pelo presidente no mesmo dia mais tarde para se reiterar das acusações direcionadas a si.
Moro pode ser honesto, honrado, um grande juiz. Mas ele enfraqueceu o governo num momento terrível. Foi mais nefasto que Rodrigo Maia.
Disse Bolsonaro, em seu discurso
Bolsonaro, durante toda sua fala, desferiu uma série de críticas a forma atuante de Sergio Moro, justificando suas ações e seus atos. Porém, em vários momentos, mudou o contexto de seu discurso.
O caso Marielle foi citado, assim como a suposta conspiração para matá-lo, além de declarações sobre sua família, como a frase repercutida nas mídias sociais sobre seu filho Renan “ser pegador” e a questão de sua relação com gastos públicos.
Na vida de presidente da República, eu tenho três cartões corporativos. Dois são usados para despesas, as mais variadas possíveis, que afinal de conta, mais de 100 pessoas estão na minha segurança diariamente. Despesas de casa normal, e um terceiro cartão que posso sacar 24 mil por mês e gastar onde eu bem entender. Tenho essa verba desde janeiro. E quantas vezes usei? Zero.
Disse a respeito dos gastos
Por diversas vezes, afirmou estar surpreso com o comportamento do ministro exonerado, suplicando que desejava que Moro confiasse nele e que sempre havia dito para o mesmo que não tinha informações da PF consigo. Sobre a questão da PF, disse que estava no seu direito de trocar a direção.
Fala-se de interferência na PF, oras bolas, se eu posso trocar um ministro, por que, de acordo com a lei, não posso trocar o diretor da PF? Eu não tenho que pedir autorização para ninguém para trocar o diretor ou qualquer um outro.
Declarou Jair Bolsonaro sobre sua interferência na decisão
O Brasil, assim como o mundo, está passando por uma pandemia gravíssima, o que está abalando todos os estamentos sociais possíveis, tanto na questão de saúde quanto na educação e na economia. E, decerto, a influência na política é esperada. Porém, cabe aos governantes e todos aqueles que estão inseridos no meio, a responsabilidade e o tratamento do caso com seriedade e competência.
Duas pessoas importantes foram exoneradas. O ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, que esteve na linha de frente do combate da doença desde o ínicio e, agora, Sergio Moro, que participou de forma significativa na coordenação da ação da Lava-Jato, uma das mais históricas.
Isso mostra uma instabilidade enorme no país como um todo. Tratar o Covid-19 e um déficit na política nacional ao mesmo tempo é de extrema dificuldade. A administração destes dois casos fornecem um reflexo negativo na população como um todo. Na economia, por exemplo, neste dia, a bolsa teve uma grande quebra e o dólar chegou a R$5,68.
É extremamente necessário que tudo seja feito de forma pensada e harmônica. Todas as ações de dentro do planlto, como dito, refletem de forma total em todos os parâmetros.
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Por Izabella Giannola – Fala! Cásper