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5 jogadores estrangeiros no futebol brasileiro em 2020

Igualando 2018, o Campeonato Brasileiro de 2020 foi o que mais contou com jogadores estrangeiros, 73 de 13 nacionalidades diferentes. Dos 20 times da Série A, apenas 2 não contam com gringos no elenco, Bahia e Ceará. Abaixo, estão os 5 atletas estrangeiros que mais se destacaram (de maneira positiva ou negativa) em 2020.

Jogadores estrangeiros que se destacaram no futebol brasileiro em 2020

Gustavo Gómez

O defensor paraguaio do Palmeiras foi discutivelmente o melhor entre os estrangeiros no futebol brasileiro em 2020, somando títulos coletivos e representando também o Palmeiras como melhor zagueiro da temporada, levando o prêmio Bola de Prata. Campeão da Taça Libertadores, da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista, Gómez foi o elo forte da defesa alviverde.

O zagueiro participou de 50 partidas somando Brasileiro, Libertadores, Paulistão e Copa do Brasil e saiu de campo sem ser vazado em mais da metade desses jogos (27), além de ter cometido apenas um erro direto que resultou em gol. Ofensivamente, também contribuiu para o sucesso do time, marcando cinco gols (um na final da Copa do Brasil) e dando uma assistência ao longo da temporada. Gustavo Gómez é peça-chave no time de Abel Ferreira e se apresenta novamente como candidato a melhor estrangeiro na temporada que está por vir. 

Gustavo Gómez
Gustavo Gómez. | Foto: Reprodução.

Arrascaeta

Giorgian Arrascaeta foi outro estrangeiro que se destacou na temporada. O Flamengo teve um ano conturbado em 2020, apesar do bicampeonato brasileiro. O time enfrentou trocas no comando, sofreu com surto de Covid-19 no elenco e ainda teve que lidar com diversas lesões de jogadores importantes ao longo da temporada. Mesmo com todos esses problemas, sempre que esteve disponível o jogador uruguaio correspondeu à expectativa dentro de campo.

O meia participou de 45 jogos somando Carioca, Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, Recopa Sulamericana e Supercopa do Brasil e faturou 3 troféus. Foi fundamental para o esquema de jogo do Flamengo, anotando 11 gols,15 passes para gol e 16 grandes chances criadas ao longo da temporada. O uruguaio se destaca principalmente por sua versatilidade dentro de campo, podendo atuar em diversas funções no setor ofensivo do Flamengo, por sua consistência física ao longo das partidas e pela capacidade criativa de gerar chances para gol ou para finalização.  

Yeferson Soteldo

O baixinho venezuelano do Santos também foi destaque na temporada, sendo participante fundamental na bela campanha do Peixe até a final da Copa Libertadores. O Santos começou o ano em baixa com diversos problemas administrativos e com a demissão de Jesualdo Ferreira, após apenas 15 jogos e a subsequente contratação de Cuca. Apesar de tantos empecilhos, o time foi se fortalecendo ao longo da temporada e muito desse fortalecimento se deve ao crescimento do venezuelano e de sua parceria com Marinho.

Soteldo disputou 47 jogos, sendo 45 como titular, somando Campeonato Brasiliero, Copa Libertadores, Campeonato Paulista e Copa do Brasil. Ao longo dessas 47 partidas, o jogador marcou sete gols e deu passe para outros nove, incluindo gols em confrontos fundamentais como na partida de volta na semifinal da Copa Libertadores contra o Boca Juniors. Soteldo foi o terceiro jogador com mais dribles completos por jogo (média de 3.6 dribles) e teve média de 3 grandes chances criadas por jogo. Essas estatísticas refletem parcialmente como o jogador foi peça-chave no sistema ofensivo do Santos.

Apesar da grande temporada individual e coletiva, não tomando conhecimento de grandes times como Boca Juniors e Grêmio, a maior conquista do Peixe na temporada foi o vice-campeonato da Libertadores. As expectativas para 2021 não são muito altas, visto que será um ano de reformulação no elenco com a saída de jogadores fundamentais como Lucas Veríssimo e Diego Pituca, e a promoção de jovens da base para o time principal. Cuca também deixou o time, cedendo lugar para o argentino Ariel Holan. Apesar desses fatores, caso o Santos surpreenda mais uma vez, é provável que Yeferson Soteldo seja novamente peça imprescindível no elenco. 

Jogadores que foram grandes decepções em 2020

Honda

Keisuke Honda chegou ao Botafogo com grande expectativa, tanto da diretoria do clube quanto da torcida alvinegra. O japonês foi o décimo segundo reforço da temporada e vinha de uma passagem pelo Vitesse, da Holanda. Toda a bagagem internacional e a capacidade técnica do jogador prometiam um bom desempenho no futebol brasileiro, mas o jogador não conseguiu corresponder à altura. O desempenho do Japonês foi bem aquém do esperado, com 27 partidas disputadas entre Campeonato Brasileiro, Taça Rio e Copa do Brasil e apenas 3 gols marcados e nenhuma assistência computada. Foi também um dos jogadores com maior número de perda de posse de bola por jogo (8.5) e um dos meias com menor número de chances criadas por jogo. 

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Keisuke Honda. | Foto: Reprodução.

O Botafogo vinha para 2021 com uma certa expectativa, contratando 13 jogadores e promovendo alguns garotos da base. Mas, ao longo da temporada, ficou muito claro que algumas contratações não estavam correspondendo, visto que apenas três dos treze contratados tinham lugar cativo no time (Honda, Pedro Raul e Bruno Nazário). O time não estava conseguindo conquistar resultados e foi perdendo pontos importantes ao longo do caminho até que a situação ficou praticamente irreversível e o rebaixamento era praticamente certo.

Diferentemente do que se esperava, o jogador que era visto como um dos líderes do elenco acabou decidindo abandonar o clube em um momento crítico da temporada. Apesar dos motivos citados por Honda para justificar a saída, esse evento baixou muito a moral da torcida e do próprio elenco justamente porque o japonês era visto como referência dentro do clube. Keisuke Honda deixou o clube para atuar no futebol do Azerbaijão e o Botafogo vai se reformulando como pode para sanar as dívidas e montar um elenco para a disputa da Série B em 2021.  

Abel Hernández

O uruguaio Abel Hernandez chegou ao Internacional com grande expectativa e com uma função muito bem definida, preencher a vaga no comando de ataque deixada por Paolo Guerrero, que sofreu uma lesão grave no ligamento cruzado do joelho direito e ficou ausente por grande parte da temporada. Hernández chegou muito bem no clube, marcando dois gols em seu primeiro jogo na Libertadores e ajudando o Inter a derrotar o América de Cali em partida disputadíssima. Porém, ao longo da temporada, foi perdendo espaço no elenco principalmente com o crescimento de garotos como Yuri Alberto e Peglow.

O jogador disputou 29 partidas (Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Libertadores), mas apenas 13 foram como titular, marcando cinco gols e dando dois passes para gol, números bastante baixos visto que o jogador atua como centroavante. É indiscutível que o Internacional fez uma grande temporada, conquistando o vice-campeonato brasileiro sob o comando de Abel Braga após o argentino Eduardo Coudet deixar o clube para treinar o Celta de Vigo (ESP), mas Abel Hernandez foi um dos contrapontos do time na temporada, não correspondendo à expectativa que foi gerada com sua chegada e com suas primeiras atuações pelo clube.

O atacante uruguaio tem contrato com o Inter até 30 de junho de 2021 e ainda não se discute uma renovação de contrato, que não é provável que se concretize dado o crescimento de jogadores mais jovens na mesma posição e da recuperação de Paolo Guerrero. O Internacional inicia a temporada com uma troca no comando, o espanhol Miguel Angel Ramirez entra na vaga deixada por Abel Braga, e vem como um dos candidatos fortes para disputar títulos importantes em 2021.

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Por Luis Taguchi – Fala! Cásper

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