A Primeira Guerra Mundial foi devastadora em vários aspectos. A fome invadiu lares ao redor do mundo, famílias foram destruídas e 17 milhões de pessoas perderam a vida. Por isso, não seria justo começar a matéria dizendo que o conflito trouxe vários benefícios para a sociedade, sem ao menos citar seu princípio devastador. As mudanças radicais são inegáveis, até mesmo os países que não tiveram participação direta na guerra viram seus hábitos mudarem e a moda, com certeza, não ficou de fora.
É evidente que as mudanças foram mais por necessidade do que por puro capricho. A ida dos homens para o front de batalha fez as mulheres tomarem a frente das fábricas e o sentimento universal de luto transformou o preto em uma cor essencial para os guarda-roupas.
Quer entender melhor todas as mudanças que a Primeira Guerra promoveu no universo fashion? Continue a leitura!
A influência da Primeira Guerra Mundial na moda
Com a guerra se espalhando pelo mundo e os conflitos se tornando rotineiros, a sociedade viu seu modelo de casamento ser totalmente redesenhado. Os homens, que antes eram responsáveis por trabalhar fora e sustentar suas famílias, precisaram ir para os fronts de batalha.
Assim, as mulheres assumiram seus postos de trabalho, passando a priorizar conforto e praticidade. Essa mudança de comportamento aliada à recessão econômica e a consequente escassez de tecidos causou uma grande revolução nos guarda-roupas.
As saias foram encurtadas e passaram a ser combinadas com meias-calças, os chapéus chamativos deram espaço ao estilo clochê, que casou perfeitamente com o corte de cabelo curto popularizado na época.
A calça que é uma roupa coringa nos dias de hoje passou a fazer parte do cotidiano feminino. E a praticidade da peça que ainda encanta o mundo foi justamente o motivo pelo qual as mulheres a adotaram como uniforme de trabalho a partir da Primeira Guerra.
Jaquetas militares e vestidos pretos
Assim como em qualquer outra época, os estilistas foram influenciados pelo cenário no qual se encontravam, por isso, uma inspiração militarista invadiu o universo fashion. Peças do estilo, como jaquetas, cintos e palas foram popularizadas.
As cores também sofreram alterações devido às circunstâncias. O luto se tornou comum e, em consequência disso, o preto passou a ser utilizado com muito mais frequência, o que desencadeou o gosto por tons sóbrios, como das cores marrom e verde, que começaram a se destacar. Também, foi a primeira vez que capas de revistas estamparam looks totalmente escuros.
É impossível não citar Coco Chanel quando se fala em moda dos anos 20, ainda mais quando o assunto é a tendência de tons escuros. Afinal, em 1919, a estilista foi responsável por criar o famoso black dress, um vestido que no Brasil é conhecido como “pretinho básico” e, hoje em dia, é uma peça quase indispensável em muitos guarda-roupas por aí.
Simplicidade define a moda dos anos 20
Paul Poiret foi outro estilista que ganhou destaque na época, mas, nesse caso, por eliminar o espartilho e diminuir o número de roupas íntimas. Isso fez com que as peças femininas ficassem mais funcionais e confortáveis para o dia a dia.
A Primeira Guerra Mundial fez estilos restritivos e extremamente formais se adaptarem para acompanhar os padrões de vida que ansiavam conforto e praticidade. Após o conflito, tanto os homens quanto as mulheres passaram a se vestir de maneira mais informal. E, até hoje, é possível encontrar na moda marcas deixadas pela crise que resultou em uma reforma completa nos hábitos de consumo.
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Por Bianca Sousa – Fala! Faculdade Paulista de Comunicação