Por Daniel Yazbek – Fala!PUC
A pesquisa online sobre mobilidade realizada com 2.000 internautas de todo Brasil pelo Conectaí, site que reúne um banco de dados tecnológicos providos pelo Ibope, evidenciou que a empresa de transporte privado de passageiros, Uber, é a mais utilizada no país.
Do total dos internautas brasileiros, 54% deles utilizam o aplicativo para que possam se locomover. O sucesso não se dá apenas na região Sudeste, mas também no Nordeste do país. Sobretudo, homens jovens entre 25 e 34 anos das classes A e B são quem compõem o grupo majoritário dos usuários.
A empresa concorrente da Uber é a 99taxi que, além de fornecer o serviço de transporte via táxis, como o próprio nome já diz, permite ao utilizador de seu App que peça igualmente um carro privado para que faça sua viagem. A pesquisa expôs que a maioria dos clientes da 99taxi – 12% dos internautas – estão no Sudeste e pertencem, em suma, a classe A, o que exibe a exclusividade do uso desses Apps para as classes altas da sociedade
Por mais que disseminados entre a população, 43% dela ainda não possui nenhum aplicativo de transporte privado, esses vão de ônibus, metrô, trem – transporte público em geral. Os Apps de transporte público, até agora, não colaram de vez nos celulares dos brasileiros, 76% não tem sequer um App para chegar se o ônibus está vindo ou não. Dentro desta pequena porção dos aplicativos de transporte público utilizados pelos internautas brasileiros, o líder é o App Moovit que dispõe humildemente de 9% dos desfrutadores da internet.
A exploração de dados realizada pelo Conectaí buscou saber também quais aplicativos de mapas e GPS são os mais utilizados em território nacional. O resultado não podia ser diferente: com 85% dos navegadores brasileiros, o Google Maps lidera a lista seguido pelo aplicativo Waze, que detém 25% dos nautas – sim, a conta não bate – isto porque as pessoas podem ter mais de um aplicativo da mesma origem em seus smartphones.
Sendo assim, concluir que as empresas de transporte privado estão dominando as ruas das cidades não é nenhum absurdo. A quantidade de carros ligados aos Apps de GPS todos os dias, a cada instante, é estrondosa e grande parte desses veículos são de trabalho para os motoristas que os dirigem.
Normalmente, o motorista do Uber não é dono do carro, tão pouco a Uber é a dona. Aluga-se os carros em locadoras de veículos para que se possa ganhar dinheiro trabalhando como motoristas de aplicativos de transporte privado.
Trágico. A triste realidade da crise brasileira, que como diria Darcy Ribeiro “é um projeto” ainda, está estampada no asfalto das avenidas. Os táxis não perderam espaço pois se sabe que o mercado dos transportes privados é outro. Entretanto já existe sim uma saturação no negócio dos Apps privados. Não é à toa que se vê muitos carros vagando sem rumo pelas ruas, especialmente nas capitais. Problematizações à parte, a Uber já dominou as ruas.