Empossado em 23 de março de 2021, Marcelo Queiroga é o novo nome que está à frente do Ministério da Saúde, o quarto a ocupar o cargo durante o período da pandemia de Covid-19, iniciada há pouco mais de um ano. O atual ministro foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para substituir o general Eduardo Pazuello.
Marcelo Queiroga, o novo ministro da Saúde
Com 55 anos, Marcelo Queiroga é paraibano, natural de João Pessoa. Formado em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba. Tem especialização em cardiologia, com área de atuação em hemodinâmica e cardiologia intervencionista. O ministro é também presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Queiroga foi escolhido por Bolsonaro após a médica Ludhmila Hajjar recusar o convite para assumir o posto, segundo ela por “motivos técnicos” e após receber ameaças.
A nomeação de Queiroga para o cargo soou com estranheza para alguns, uma vez que os posicionamentos do médico não iam ao encontro dos ideais do presidente. Em nota divulgada em maio de 2020, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, presidida por Queiroga, recomendou que a cloroquina, a hidroxicloroquina e azitromicina não fossem usadas contra o novo coronavírus. Já Bolsonaro, é incentivador do uso dos medicamentos mesmo não havendo comprovação científica quanto à eficácia contra o Covid-19. Após a repercussão, a organização divulgou uma nova nota, em parceria com o Ministério da Saúde, em que julgava possível pacientes receberem cloroquina e hidroxicloroquina após assinarem termo de consentimento.
Outro aspecto em que as opiniões e posicionamentos de Bolsonaro e Queiroga colidem diz respeito ao isolamento social. O presidente já demonstrou seu desrespeito e descrença à prática do isolamento, provocando aglomerações. Episódios como sua passagem pela Praia Grande, em janeiro de 2021, onde decidiu pular de sua lancha e nadar com banhistas comprovam esses ideais de Bolsonaro. Por outro lado, o recém-empossado ministro defendeu, em entrevista concedida em abril de 2020 à Globonews, o isolamento social como “uma medida recomendada pelas autoridades sanitárias de uma maneira homogênea”.
Aproximando-se de um ano dessa fala em defesa do isolamento social, na chegada ao Palácio do Planalto para uma reunião previamente a sua posse, em 18 de março de 2021, Queiroga utilizou dos termos “política de distanciamento social inteligente” como forma de prevenção a curto prazo ao avanço da pandemia no Brasil, que vive seu pior momento. Queiroga não deu detalhes de sua visão sobre a política de distanciamento social inteligente.
Marcelo Queiroga recebeu, em janeiro de 2021, a primeira dose da vacina contra o coronavírus e fez campanha a favor da vacinação como maior meio de combate ao Covid-19.
O Brasil que o ministro tem em mãos para seu mandato é marcado por taxas que só aumentam gradativamente entre infectados e mortos pelo coronavírus. No dia de sua posse, 23 de março de 2021, o país registrou recorde assustador de mais de 3 mil óbitos, uma tragédia sem precedentes.
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Por Fernanda Aranha – Fala! Mack