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Conheça cinco esportes de inverno que ocorrem nas Olimpíadas

Devido à nossa proximidade à linha do Equador, que nos caracteriza como​ um país tropical e, por assim dizer, possui invernos bem menos rigorosos do que em grande parte do globo terrestre, os esportes em que a neve, junta às baixas temperaturas, é personagem de destaque não costumam ser muito conhecidos pelo grande público brasileiro. Por isso, trago 5 esportes de inverno que podem, facilmente, entrar na sua lista de “queridinhos” na próxima Olimpíadas de Inverno, que ocorrerá na China, em 2022.

Conheça cinco esportes de inverno

1. Curling

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Dupla mista do curling canadense nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018. | Foto: Reprodução.

​Conhecido pela complexidade das estratégias de jogo, que rende ao esporte a comparação ao xadrez, o curling é, provavelmente, o esporte mais interessante da lista. Muito semelhante à bocha, o objetivo do curling consiste em, por meio de vassouras específicas, lançar pedras por um trajeto que será “varrido”, a fim de modificar a velocidade e/ou direção delas, aproximando-as ao máximo do alvo, chamado de tee.

Criada na Escócia, no século XVI, a modalidade contempla categorias por equipes de quatro pessoas (masculinas, femininas ou mistas, sendo duas de cada sexo) e duplas mistas, sendo a mais tradicional a possuinte de homogeneidade de gênero. Presente nos Jogos de Inverno desde 1998, em Nagano (Japão), o esporte apresenta, apesar de sua origem europeia, o Canadá como principal potência, possuindo metade dos títulos mundiais e, praticamente, metade (seis de 14) das medalhas olímpicas de ouro já disputadas, o dobro em relação aos suecos que ocupam a segunda colocação. O Brasil, embora em crescente evolução, não apresenta tradição no esporte, havendo enfrentado os canadenses apenas uma vez na história e nunca participado dos Jogos Olímpicos.

2. Bobsleigh

Bobsleigh
Quarteto brasileiro do bobsleigh nos Jogos Olimpicos de Inverno de 2014. | Foto: Reprodução.

​Muitos devem conhecer a obra da Disney Pictures que conta a história de quatro jamaicanos que buscam a glória em um esporte e ambiente nada favorável. Jamaica Abaixo de Zero contribuiu bastante para a popularização do bobsleigh, principalmente em países como o Brasil, onde a prática do esporte é praticamente impossibilitada. Conhecido como “a fórmula 1 dos trenós”, o bobsleigh é categorizado em quartetos e duplas, estas possuindo modalidades masculina e feminina, que fazem de duas a quatro descidas pela pista de gelo de, aproximadamente, 1500 metros, incluindo curvas e retas, podendo chegar até a 140km/h, com o objetivo de atravessar o caminho no menor tempo possível.

Originário do século XIX, na Suíça, o esporte está presente no quadro olímpico desde sua primeira edição, que ocorreu na França, em 1924, possuindo os Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Suíça como principais potências, com destaque aos alemães que, incluindo as conquistas da extinta Alemanha Oriental, ganharam 18 das 50 medalhas de ouro já disputadas até hoje, seguidos pelos suíços, com 11, e pelos os norte-americanos, que ocupam a terceira posição, com 7.

O bobsleigh é a modalidade mais bem-sucedida do Brasil nos Esportes de Inverno, possuindo um total de 27 medalhas em provas internacionais e participando dos Jogos Olímpicos de 2002, em Salt Lake City (EUA), 2006, em Turim (Itália), 2014, em Sochi (Rússia), e 2018, em Pyeongchang (Coreia do Sul).

3. Skeleton

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Atelta da seleção brasileira de skeleton na copa do mundo em 2020. | Foto: Reprodução.

​Semelhante ao bobsleigh, o skeleton  se destaca pela radicalidade da modalidade. Praticado individualmente, o esporte consiste também em descidas do atleta sobre um trenó por uma pista de gelo de, aproximadamente, 1200 a 1300 metros, entre retas e curvas, com a possibilidade de atingir até 135km/h. A curiosidade do skeleton está no fato do atleta fazer suas descidas de bruços no toboggan (como também é conhecido o trenó), justamente o que o diferencia do luge, outra modalidade olímpica em que o atleta desce, literalmente, deitado. Porém, ambos se assemelham ao fato de vencer quem somar o menor tempo após todas as descidas. 

Originário no mesmo contexto do bobsleigh, no século XIX, na Suíça, o esporte integra de maneira permanente o programa olímpico desde 2002, não havendo participação do Brasil na competição, por enquanto. O país, que está evoluindo na modalidade, ainda está longe da qualidade e investimentos que recebem os Estados Unidos, Áustria, Suíça, Reino Unido e Alemanha, considerados potências no esporte. Apesar da grande diferença, o skeleton vem se expandindo bastante por aqui, fato comprovado pela criação da primeira equipe feminina adulta do país no esporte, em 2018, que já busca a inédita vaga para as Olímpiadas de Inverno.

​4. Biathlon

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Atleta atirando durante prova de biathlon nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018. | Foto: Reprodução.

​Combinando uma caminhada de ski sobre a neve, o Ski Cross Country, com o Tiro Esportivo, o biathlon se estrutura em provas que variam de 10km e 20km na modalidade masculina e 7,5km e 15km, no feminino. Em uma prova, os atletas param, de duas a quatro vezes, para atirar, em pé ou deitados, em alvos a 50m de distância, realizando cinco disparos a cada parada. A cada tiro errado, o competidor sofre penalidades como o aumento de voltas no percurso ou adição de tempo no seu resultado final. Vence aquele que completar todo o trajeto no menor tempo.    

De origem escandinava, o esporte surgiu como um método de caça e as primeiras competições esportivas ocorreram no século XX, sendo considerado olímpico desde 1960, nas Olímpiadas de Inverno de Squaw Valley (EUA), com a realização da prova Individual masculina de 20km, a mais tradicional da modalidade. Com pequena vantagem, em relação ao segundo colocado, no número de medalhas de ouro conquistadas, a Alemanha se sustenta como principal força na modalidade, seguida pela Noruega, Rússia e França, que ocupa o quarto lugar. O Brasil, como esperado, não possui grande tradição na modalidade tendo como maior feito histórico a classificação, na modalidade feminina, para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sochi.

5. Snowboard

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Atleta americana durante prova de snowboard nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018. | Foto: Reprodução.

​Talvez, o Esporte de Inverno mais conhecido da lista, o Snowboard é dividido em três principais categorias. A primeira delas, as Provas Alpinas, em que estão as modalidades Slalom Paralelo e Slalom Gigante Paralelo, se caracteriza pela descida, em alta velocidade, de dois atletas, simultaneamente, em percursos idênticos e paralelos. O Snowboard Cross, a segunda categoria, é a prova na qual os atletas descem por um trajeto, com curvas e saltos, primeiro, individualmente e, posteriormente, em baterias de quatro. Ambas categorias objetiva a realização de toda prova no menor tempo. Já a terceira, o Freestyle, que inclui as modalidades Half Pipe, Slopestyle e Big Air, inspira-se nas competições de skate em que o participante executa manobras que serão avaliadas por cinco juízes especializados para a determinação do vencedor.

​Norte-americano, o esporte surgiu na década de 1960 e se espalhou rapidamente pelo mundo. Estreando nos Jogos Olímpicos de Nagano, em 1998, o snowboard vive certa hegemonia americana, conquistando 14 das 40 medalhas de ouro já disputadas, praticamente o dobro em relação à Suíça, segunda colocada, que tem 8. Esta, que dobra o número de conquistas dos terceiros colocados Canadá e França que possuem 4 medalhas de ouro cada. O Brasil, que participou pela primeira vez de provas oficiais em 1995, foi representado em todas os Campeonatos Mundiais ocorridos até hoje na modalidade e tem como seu melhor resultado uma 9ª colocação nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, em Turim.

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Por João Pedro Haiter – Fala! Cásper

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