No sábado, 16 de maio, os adoradores do esporte mais popular do planeta foram à loucura com o retorno do futebol na Alemanha. A Bundesliga, campeonato alemão, foi retomado após dois meses exatos de paralisação após surto do Covid-19 na Europa; o dérbi da cidade de Dortmund entre Borussia e Schalke 04, também conhecido como o Clássico de Aço, foi uma grande vitória àqueles que sentiam falta dos jogos.
No entanto, para que fosse possível a execução das partidas, a Federação Alemã de Futebol exigiu diversas restrições ao espetáculo, a exemplo dos portões fechados, aquecimento com máscaras, banco de reservas com jogadores espaçados, além da proibição da comemoração de gols com abraços e cumprimentos.
Mesmo com tais medidas, considerando que o padrão adotado na Alemanha foi avaliado pelo mundo, é totalmente distante afirmar que o futebol no globo está voltando à sua normalidade, principalmente no Brasil, o qual tem sido chamado de novo epicentro da doença.
Em comparação com a Alemanha, país que passa nesse momento pela flexibilização do isolamento social, o Brasil vem batendo recordes de mortos por dia constantemente, como aconteceu na última sexta (824), passando da marca dos 245 mil contaminados, e possui um território de 8,5 milhões de km², com diferentes focos polarizados, levando à dificuldade da integração em sua saúde pública, como também na consonância entre Governo Federal, Estadual e Municipal.
Uma medida polêmica ocorreu em Porto Alegre no início de maio, com a autorização da prefeitura à realização de treinamento das equipes, em especial Grêmio e Internacional; no mesmo período em que o Governador do Estado, Eduardo Leite, era contra. Com o avanço dos dias, outras equipes brasileiras ainda noticiavam jogadores, membros de comissão técnica e funcionários contaminados, como o Flamengo e Atlético-MG, despertando diversas opiniões opostas ao retorno futebolístico, visto que seria displicente retornar ao natural em um instante de ápices nos contágios e mortes, levando em conta que qualquer confronto entre duas equipes no campo também envolve a logística de centenas de pessoas.
Além do mais, o Brasil é visto como um “atraso” à Conmebol, Confederação Sul-Americana de Futebol, pelo fato de abrigar um acintoso surto de contaminação em relação aos seus países vizinhos, sendo realmente o entrave para o início da discussão acerca da retomada de torneios internacionais importantes, a exemplo da Libertadores, Copa Sul-Americana e as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022.
As divergências quanto às políticas de autonomia dos estados também é um fator conflitante, pois há a possibilidade de diferentes condutas à flexibilização por região, sendo fator importante à Libertadores, a qual conta com clubes brasileiros de cinco cidades distintas.
________________________________________
Por Luiz Henrique Marcolino Cisterna – Fala! Anhembi