Ir ao otorrinolaringologista é essencial para evitar o desenvolvimento de doenças sérias. Por isso, é preciso ficar atento, pois há alguns sinais de alerta que podem acabar aparecendo, e também não deixar de ir ao médico com uma certa frequência.
Contudo, antes de tudo, é necessário responder às seguintes perguntas: “otorrinolaringologista o que é?” e “otorrinolaringologista cuida de que?”. Esse termo serve para designar os médicos especialistas em nariz, garganta, seios da face e ouvidos. De acordo com o caso, ele pode realizar tratamentos clínicos ou cirúrgicos. Veremos mais sobre isso a seguir!
Quando ir ao otorrinolaringologista?
Mas afinal, quando ir ao otorrino? Segundo a médica otorrinolaringologista, formada pela USP, Nataly Albornoz, da clínica Imong, as frequências das consultas irão depender das queixas do paciente. No entanto, ela ressalta que “para pacientes assintomáticos, recomendamos uma avaliação anual”.
Na consulta, o otorrinolaringologista irá perguntar primeiro os motivos da sua visita, ou se é uma avaliação de rotina. Em seguida, ele prosseguirá perguntando sobre sintomas, se já faz algum tratamento, pedirá informações sobre os seus hábitos de vida e histórico médico.
Depois das perguntas, o médico otorrinolaringologista começará o exame físico. Ele irá inspecionar o nariz, a garganta e os ouvidos para fazer um diagnóstico ou verificar se está tudo certo. Os exames contam com instrumentos específicos, mas que não causam nenhuma dor.
Dependendo dos resultados desse exame físico, outros exames podem ser pedidos. Os mais comuns, por exemplo, são a audiometria, impedanciometria, endoscopia nasal, eletrococleografia, videodeglutograma, nasofibroscopia e videolaringoscopia.
Se essa for a sua primeira consulta, os procedimentos serão os mesmos, mas é interessante aproveitar o encontro com o otorrinolaringologista para fazer algumas perguntas importantes para manter a sua garganta, nariz e ouvidos saudáveis. Por exemplo, questione sobre a limpeza dos ouvidos correta, como tratar sinusite, se há solução para o seu ronco, se a apneia do sono é grave, se o seu estilo de vida precisa de alguma mudança e como prevenir que os seus problemas sejam desencadeados.
Para fazer uma consulta anual, ou caso tenha algum sintoma específico, vá até a clínica Imong, em São Paulo, que conta com profissionais altamente qualificados, formados pela Universidade de São Paulo (USP). Além disso, todos eles têm também doutorado. Quem mora fora da capital paulista poderá agendar uma teleconsulta.
Sinais de alerta
Como o otorrinolaringologista trata, em geral, nariz, ouvidos, seios da face, garganta e pescoço, alguns sinais podem indicar que você precisa visitar esse médico. A doutora Nataly afirma que os sinais de alerta são:
- Rouquidão persistente por mais de 2 semanas;
- Lesão persistente na mucosa oral, por mais de 2 semanas, podendo ser lesões brancas, avermelhadas ou acinzentadas;
- Manchas que não são removidas com escovação;
- Lesões sangrantes, normalmente indolores;
- Ferida oral que não cicatriza;
- Abaulamentos no pescoço, geralmente indolores e endurecidos;
- Dificuldade para mastigar;
- Dificuldade para movimentar a língua;
- Perda de peso;
- Assimetria das amígdalas palatinas;
- Hemorragia nasal;
- Obstrução nasal persistente;
- Dormência de face;
- Alteração na visão ( visão dupla ou embaçada);
- Sensação constante do ouvido tampado;
- Dificuldade para engolir, às vezes associada a dor;
- Irritação persistente na garganta.
Importância de autoexames na boca
É muito importante realizar autoexames na boca uma vez ao mês, pois isso também servirá de parâmetro para você saber quando ir ao otorrino. Isso porque, no caso de encontrar alguma anormalidade, um médico deve ser procurado. Essa análise, serve, principalmente, para verificar sintomas que, geralmente, estão ligados ao câncer de boca.
Como fazer o autoexame na boca
Realizar esse autoexame é essencial, mas bem simples. O paciente deve ficar diante de um espelho em local bem iluminado e remover qualquer aparelho oral removível. Primeiro, observe os lábios à procura de manchas. Depois, avalie a língua, coloque-a para fora e analise a parte de cima.
Também vire a ponta da língua para os lados para que possa ver as laterais e coloque a ponta para cima, para conferir a parte de baixo da mucosa da língua e o assoalho da boca. Por fim, apalpe com os dedos essas duas partes.
Após analisar a língua e o assoalho da boca, com auxílio dos dedos, puxe o lábio inferior para baixo, depois o lábio superior para cima, e depois afaste as bochechas para avaliar toda gengiva e mucosa jugal. Não se esqueça também de apalpar a gengiva. Para ver se está tudo certo com o céu da boca, incline levemente a cabeça para trás para melhor visualização. Além disso, observe as amígdalas palatinas.
Para prevenir o câncer de boca, não só o autoexame é essencial, mas também cessar o tabagismo e o etilismo.
Campanha Julho Verde
O Julho Verde é o mês de conscientização e prevenção dos cânceres de cabeça e pescoço, que estão diretamente relacionados ao otorrinolaringologista. Por isso, além de alertar para fatores de riscos, como tabagismo e etilismo, o Julho Verde fala sobre a importância de se consultar com esse especialista.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e de Pescoço (SBCCP), os tumores de cabeça e pescoço, foco da campanha Julho Verde, incluem os tumores que se localizam em regiões como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe (onde é formada a voz), esôfago, tireóide e seios paranasais. O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento, realizado por otorrinolaringologista, são fundamentais para a cura do câncer de cabeça e pescoço.
Um dos principais problemas para o Julho Verde é, justamente, o diagnóstico tardio, que é uma realidade para 60% dos casos, deixando sequelas no paciente. De acordo com o levantamento do Inca, o câncer de boca, laringe e demais sítios é hoje o segundo mais frequente entre os homens, atrás somente do câncer de próstata. Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum entre elas.
A campanha Julho Verde também destaca que é cada vez mais frequente o diagnóstico da doença em indivíduos jovens (mais jovens que 45 anos), sem a exposição a estes fatores, com tumores originados pelo HPV. Por causa disso, pessoas mais novas também devem fazer um acompanhamento junto a um otorrinolaringologista.
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Por Camila Nascimento – Fala! Cásper