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Opinião: Tudo sobre a manifestação de Bolsonaro prevista para 7 de setembro

A tradicional comemoração do 7 de setembro – data em que se celebra a Independência do Brasil – este ano está com um tom que não se via desde 1964. Isso porque o presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), convocou os seus apoiadores para ir às ruas em um ato, que de acordo com ele, seria em prol da democracia e contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Há algum tempo, Bolsonaro tem direcionado diversas ameaças ao STF. Em agosto, o presidente do Brasil enviou ao Senado um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, com a justificativa de que Moraes e o ministro Roberto Barroso teriam extrapolado os limites da Constituição. De acordo com a Secretária-geral do Senado, o pedido será numerado e despachado à advocacia da Casa, que irá avaliar se o pedido é constitucional e se obedece ao regimento.

O dia 7 de Setembro, dia da Independência brasileira, foi marcado com atos antidemocráticos.
O dia 7 de Setembro, dia da Independência brasileira, foi marcado com atos antidemocráticos. | Foto: José Brito/CNN Brasil.

Motivações pessoais 

Especula-se que o pedido de impeachment feito por Bolsonaro tenha cunho pessoal, visto que ele é investigado em cinco inquéritos, quatro no Supremo Tribunal Federal e um no Tribunal Superior Eleitoral. Além disso, o presidente também é investigado no inquérito que apura a divulgação de fake news, por conta de seus ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral. 

Além do atrito com o STF, Bolsonaro tem colecionado uma grande impopularidade. De acordo com uma pesquisa divulgada neste mês de setembro pelo Atlas Político, o presidente conta com uma rejeição de 64%. Os números também preveem uma derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.

Entenda o porquê do ato de 7 de Setembro 

Ao se falar dos protestos do dia 7 de setembro, é importante ter em mente todo o cenário mencionado acima, visto que a ida de apoiadores do presidente às ruas também é resultado do medo de perder as eleições em 2022, ou pior ainda, ter seus direitos políticos anulados diante de tantas ameaças à democracia. 

Antes dos protestos de 7 de setembro, Bolsonaro já havia tentado fazer uma demonstração contraditória de seu poder.  No último dia 10 de agosto, o presidente do Brasil transformou uma ação militar protocolar em um ato político. Ele planejou um desfile de algumas dezenas de tanques de guerra e veículos blindados para passar em frente ao Palácio do Planalto. No entanto, o tiro acabou saindo pela culatra, já que os veículos apresentavam desgaste. O desfile se tornou motivo de vergonha para o presidente, que nada conseguiu provar com o evento. 

Agora, uma nova tentativa de mostrar o seu poder está acontecendo. Bolsonaro convoca seus apoiadores para ir às ruas em busca de direitos que ferem a constituição e ameaçam a democracia presente no país, como a volta do voto impresso e auditável, menor poder ao STF, dentre outras reivindicações. 

Os atos em defesa do presidente aconteceram em todo o país no dia 7 de setembro. Em contrapartida, também aconteceram atos contra ele com a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”. Em busca de conter riscos e evitar confusão, organismos policiais estiveram nas ruas durante os atos.

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Por Simony Maia – Fala! Fiam

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