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Opinião – A sociedade do espetáculo: comportamentos em reality shows

Reality shows como Big Brother The Circle são apenas alguns dos muitos exemplos claros de programas que buscam o entretenimento do público através de um sistema de monitoramento comportamental. Ora, acredita-se, de modo empírico e lógico, que boa parte do público telespectador dedicou, ao menos, um dia ou dois de seu tempo para assistir a algum desses reality shows que mostram um pouco do nosso comportamento como sociedade em uma realidade diminuída de maneira drástica.

reality shows
Os reality shows buscam o entretenimento do público. | Foto: Reprodução.

Reality shows e a sociedade do espetáculo

Então, os principais assuntos a serem debatidos coloquial e casualmente são as brigas, fofocas, personalidades diversas e, o que parece ser mais importante: o jogo. Torna-se incrível como tudo o que o faz o indivíduo participante jogador diferente do outro pode ser apenas uma estratégia de jogo.

O jogo, portanto, passa a ser mais importante do que o singular da humanidade. A partir disso, cabe a nós nos perguntar: até que ponto o jogo pretende chegar para nos entreter? Será que vale a pena colocar em pauta, ou melhor, à venda a diversidade do ser em prol de um Espetáculo?

Fahrenheit 451, 1953. Ray Bradbury conta de forma intrigante e questionadora o modo como a sociedade utópica interage com as diferenças de conhecimento e como o mundo do entretenimento controla a vida dos cidadãos locais a ponto de não se darem conta das tragédias que acontecem diariamente e constantemente.

Com essa forte crítica que Ray Bradbury nos trouxe com a obra, chegamos ao ponto análogo propício para o debate e possível resposta para as perguntas anteriores: alienação. Para o leitor, pode parecer até clichê falar da alienação como causa e consequência, mas será clichê debater sobre como a Sociedade do Espetáculo lida com a política de Pão e Circo?

Sem perceber que somos possíveis massas de manobra, que temos as nossas singularidades invisibilizadas, que vivemos no jogo seguimos formando plateia para o Espetáculo Político em forma de reality show.

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Por Sindy Guedes – Fala! UFPE

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