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O que assistir quando nos sentimos desesperançosos?

No início de 2020, nunca imaginamos que o mundo ficaria do jeito que está agora. Presos em casa há mais de três meses, muitas pessoas se voltaram para exercícios em casa, yoga, meditação e outras práticas para se manterem calmas durante a pandemia e se distrair de todo o caos político-social que ela trouxe. No entanto, com tantas notícias negativas e a quarentena que parece nunca acabar, é fácil perder perspectiva.

Negar nossos sentimentos negativos faz mal para a saúde, com estresse e depressão sempre à espreita para abalar nossos sistemas imunológicos. É fácil se sentir perdido quando estamos acostumados a escondê-las por trás de vários hábitos, sejam eles saudáveis (como a meditação) ou não (como diferentes vícios). Além disso, o que fazer depois de chorarmos e ainda não estarmos bem?

Durante a quarentena, muitos se voltaram para a arte: seja a fazendo ou a aprendendo, ou admirando a dos outros. Ou seja, dedicaram-se a aprender a desenhar e tocar novos instrumentos, além de outras coisas, como maquiagem e bordado. Desse modo, aprenderam a se expressar ou se acalmar de maneiras diversas.

Mas basicamente todos decidiram, além das outras atividades e obrigações, se submergir em conteúdos de serviços de streaming, como novos filmes e séries.

Em um mundo que parece estar acabando e com tantas pessoas que se perdem no desespero ou na violência, é preciso se recordar constantemente que nem tudo é um desastre, e existem coisas boas e belas no mundo.

Portanto, aí vai uma lista de filmes para voltar a ter fé na humanidade:

Filmes e séries de esperança para assistir

1. The Good Place

The Good Place na Netflix
The Good Place. | Foto: Netflix.

Criada por Michael Schur (Brooklyn Nine-Nine, Parks and Recreation), a série consiste em uma representação engraçada do pós-vida de início, com os Lugar Bom e Lugar Ruim. Eleanor Shellstrop, uma “babaca do Arizona” interpretada por Kristen Bell, caiu no Lugar Bom por acidente, mas, com a ajuda do professor de filosofia ética, Chidi Anagonye (William Jackson Harper), melhora, aos poucos, e se torna digna de permanecer ali.

Com quatro temporadas, a série passa de uma série leve na primeira temporada para um grande conjunto de lições morais sobre bondade e amor até a última temporada.

Todos os episódios estão no Netflix.

2. She-Ra and The Princesses of Power

She-Ra and The Princesses of Power
She-Ra and The Princesses of Power. | Foto: Reprodução.

Reboot do desenho dos anos 80, She-Ra foi refeita em 2018 pela DreamWorks e distribuída pela Netflix. Com a artista Noelle Stevenson como diretora criativa, os personagens ganharam mais personalidade e passaram a ser mais inclusivos.

As princesas têm diferentes corpos, diferentemente do seriado original, e utilizam mais seus poderes. Os homens são sensíveis. Há diversos casais e personagens LGBT, como o não-binário metamorfo Double Trouble.

Bow é, agora, um rapaz negro, mais amável e fiel do que o homônimo original. Entrapta, a princesa originalmente vilã, continua sendo uma grande engenheira, mas não é má; só tem um problema de socialização e uma obsessão enorme com tecnologia (o que também é explicado com a sua condição de autista, confirmada pelos criadores da série).

She-Ra and the Princesses of Power é uma animação linda feita por pessoas que se importam, e mostra que o amor e a união, independente de preconceitos, é o que salvará o mundo.

3. Com Amor, Simon

Com Amor, Simon
Pôster de Com Amor, Simon de 2018. | Foto: Reprodução.

Baseado no livro Simon vs The Homosapiens Agenda, de Becky Albertalli, o filme conta a história de Simon Spier, um rapaz perfeitamente normal que carrega um segredo: ele é gay.

Com medo de contar para os amigos e a família sobre sua sexualidade, apesar de saber que eles não reagiriam violentamente, ele se aproxima de um rapaz, Blue, virtualmente e acaba se apaixonando.

O filme é um sopro de ar puro para tantos jovens que se sentem deslocados com as pessoas à sua volta, seja por suas sexualidades ou outras questões.

Um dos melhores momentos do filme é quando os pais de Simon conversam com ele. Para pessoas LGBT+ que não têm mais conexão com a família devido à falta de aceitação, as cenas com os pais Spier são como um abraço.

4. Queer Eye

Queer Eye
Queer Eye. | Foto: Reprodução.

Lançado em fevereiro de 2018, o reboot de Queer Eye for the Straight Guy consiste em quatro homens gays (Karamo Brown, Tan France, Bobby Berk e Antoni Porowski), uma pessoa não-binária (Jonathan Van Ness), especialistas em cultura, moda, design, culinária e beleza (na respectiva ordem) que visitam diferentes pessoas em suas casas para ajudá-las a se amarem.

Diferentemente de outros programas de “transformação”, os cinco tentam apenas trazer o melhor da pessoa em questão no episódio a ser melhor para si mesma, seja reformando a sua casa ou fazendo-a conversar sobre seus problemas com seus próximos.

5. Studio Ghibli

Studio Ghibli
Produções do Studio Ghibli. | Foto: Reprodução.

O estúdio de filmes animados japonês é famoso por fazer feel-good movies, ou seja, filmes que te fazem sentir bem.

É muito difícil escolher apenas um, apesar de a maioria dos fãs declararem A Viagem de Chihiro como o melhor do estúdio.

Seus longas-metragens têm uma “fotografia” extraordinária e os personagens são fáceis de amar, como em Meu Amigo Totoro (1998) e Ponyo (2008). Depois de assistir um dos filmes do Studio Ghibli, vê-se o mundo belo como ele poderia e pode ser.

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Por Domitilla Mariotti – Fala! UFRJ

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