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O que a volta ao lockdown representa para os clubes de futebol?

A pandemia do novo coronavírus trouxe consigo a necessidade de diversas mudanças de hábitos e condutas. Dentre essas necessidades, o distanciamento social é, com certeza, uma das práticas mais importantes e mais contrariadas neste cenário atual. A fim de reduzir as contaminações, vários setores da sociedade foram paralisados com a implementação do lockdown, o que incluiu o futebol. Em São Paulo, os campeonatos tiveram sua atividade suspensa no último dia 11 de março, causando muito atrito entre o Estado a Federação Paulista de Futebol. Para a Federação, os protocolos seguidos por todos os envolvidos na competição são o suficiente para a segurança  dos atletas e demais profissionais.

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Lockdown atinge clubes de futebol e campeonatos. | Foto: Reprodução/ Geisler.

Como a volta do lockdown impacta o futebol

A questão vai muito além de um simples desentendimento entre entidades, toda essa discussão escancara o egoísmo responsável pela situação atual da pandemia no país. A Federação Paulista de Futebol (FPF) tenta, a qualquer custo, seguir com a realização de seus campeonatos, determinando até que as partidas da Série A do Campeonato Paulista fossem disputadas em outros estados, como foi o caso de Palmeiras x São Bento e Mirassol x Corinthians, ambas partidas disputadas em Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. Para a realização de Palmeiras x São Bento, a FPF chegou a negociar leitos de UTI e respiradores com o governo de Volta Redonda para que a partida pudesse ser concretizada.

Um fator agravante é o fato de que, bem como as próprias federações, diversos clubes dependem da disputa dos campeonatos estaduais para a sobrevivência, muitas equipes jogam apenas essas competições, tornando-se financeiramente dependentes da realização dos estaduais. Com a paralização do futebol, esses clubes ficam sem renda e, ao passo que as despesas não diminuem, ficam cada vez mais próximos da falência. Com as federações não é diferente, a única renda dessas entidades é proveniente da realização dos campeonatos que, uma vez paralisados, deixam de gerar lucro. 

Fora do âmbito econômico, a  volta do lockdown também representa um atraso na disputa dos campeonatos, gerando uma sobreposição de datas, já que, além dos estaduais, existem diversas outras competições nacionais e internacionais que devem ocorrer. Com o adiamento de partidas, o calendário fica muito mais apertado, obrigando as equipes a jogarem mais jogos em períodos menores. Esta possibilidade representa não só um risco para a realização das competições, mas também riscos para a saúde dos atletas, que acabam tendo menos tempo de recuperação, aumentando a quantidade de lesões. Em 2020, por exemplo, dados da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) mostram um aumento de 77% nas lesões em times da Série A.

Devido a todos esses problemas recorrentes da volta do lockdown, clubes e federações buscam alternativas para tentar continuar com as disputas. A FPF, por exemplo, anunciou, no dia 29/03, a intenção da criação de uma “bolha”, em que os jogadores ficariam isolados e poderiam apenas treinar e jogar as partidas. Não se sabe ao certo onde nem como isso aconteceria, resta esperar as próximas resoluções da entidade.

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Por Gabriel Teixeira – Fala! Cásper

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