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Marielle: Série de ficção é criticada por falta de diretores negros

O documentário sobre a vereadora e socióloga Marielle Franco, morta a tiros junto com o motorista Anderson Gomes, em março de 2018, está dando o que falar. Marielle – O Documentário foi exibido aos confinados do BBB, o que aumentou ainda mais sua procura.

Quem mandou matar Marielle?
Marielle – O Documentário está disponível na Globoplay. | Foto: Reprodução.

Os seis episódios do documentário sobre Marielle, produzido por Caio Cavechini, já foram exibidos na TV aberta, e agora estão no Globoplay, plataforma que está sendo disponibilizada por 30 dias gratuitamente para quem não é assinante.

Série ficcional sobre Marielle é alvo de críticas

Outro projeto envolvendo Marielle também está sendo um dos assuntos mais comentados do momento. A Globo anunciou que vai produzir, além do documentário, uma série ficcional sobre a vida e morte da vereadora.

Os responsáveis pelo desenvolvimento desse segundo projeto estão sendo duramente criticados na Internet. O motivo? A falta de profissionais negros na produção da série.

A série de ficção sobre Marielle Franco é encabeçada pela roteirista Antonia Pellegrino (Bruna Surfistinha, Tim Maia) e pelo diretor José Padilha (Tropa de Elite 1 e 2, RoboCop).

antonia pellegrino e José Padilha
Antonia Pellegrino e José Padilha estão à frente da série ficcional sobre Marielle Franco. | Foto: Reprodução.

O fato de duas pessoas brancas serem os responsáveis pelo projeto não foi bem recebido por diversas pessoas e grupos, que questionaram a falta de profissionais negros na direção da série.

Padilha foi criticado por internautas que o acusam de promover a tortura em Tropa de Elite e pela narrativa usada em O Mecanismo, que também conta com sua direção. Parte do público não gostou da série que, segundo eles, defendeu a Operação Lava Jato.

Diretores se defendem das críticas

O diretor se defendeu, afirmando conhecer Marielle Franco e Marcelo Freixo, e “que estes sempre o viram como um aliado e nunca o chamaram de ‘fascista’, como as pessoas o chamaram nas redes sociais.”

Antonia Pellegrino explicou a escolha do diretor, afirmando seu desejo da série alcançar “a maior escala possível”. Em entrevista ao UOL, ela afirmou que escolheria um diretor negro caso “tivesse um Spike Lee, uma Anva DuVernay” no Brasil.

Após ter sido duramente criticada pela fala, Pellegrino postou no Instagram que aquela foi uma “frase infeliz”. Nas redes sociais, há muitos comentários criticando a escolha de diretores para a série sobre Marielle e a falta de profissionais negros no projeto.

Existe, inclusive, uma nota de repúdio, assinada por mais de 300 profissionais e intelectuais criticando a série.

Threads no Twitter criticam a falta de negros na série sobre Marielle

Confira abaixo duas threads no Twitter, com críticas sobre os diretores escolhidos. Uma delas é do jurista e filósofo Silvio Almeida, autor do livro O Que é Racismo Estrutural, e o outro, da irmã de Marielle e diretora do Instituto Marielle Franco, Aniele Franco.

Após toda a polêmica, a Globo anunciou que irá adicionar roteiristas e diretores negros ao projeto, que ainda não teve elenco ou previsão de estreia divulgados.

Apesar do documentário sobre Marielle Franco e da futura série ficcional, a investigação sobre a morte da vereadora e do motorista Anderson ainda não está concluída. Dois anos depois, ainda nos perguntamos: Quem mandou matar Marielle? E por quê?

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Por Rafaele Oliveira – Redação Fala!

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