Há um potencial benéfico para quem adota a tecnologia da Inteligência Artificial, independentemente da área em que se encontram. Isso porque ela vai além da automação mecânica. Engloba processos cognitivos, que geram uma capacidade de aprendizado. Ou seja, a IA consegue realizar atividades não apenas repetitivas, numerosas e manuais, como também as que demandam análise e tomada de decisão.
A medicina esportiva vem presenciando grandes avanços através do uso da Inteligência Artificial. Atualmente, auxiliares técnicos, preparadores físicos, fisiologistas e outros profissionais podem prever uma possível lesão em atletas por meio das novas tecnologias.
A seguir, saiba como as IA’s estão mudando o mundo dos esportes e como essa tecnologia pode auxiliar no dia a dia.
A Inteligência Artificial no mundo dos esportes
O pesquisador da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), da Universidade de São Paulo (USP), João Gustavo Claudino conduziu um experimento com o objetivo de compreender quais são as modalidades esportivas que mais utilizam a Inteligência Artificial em técnicas médicas.
Segundo o pesquisador João Gustavo Claudino, o futebol e o basquete são as categorias com maior aplicação da IA para prevenir lesões, fazendo uso de duas técnicas: Redes Neurais Artificiais e Árvore de Decisão.
As técnicas de Redes Neurais Artificiais ocorrem através de um software programado para passar pelo processo de Aprendizagem Profunda, trabalhando como um organismo matemático capaz de criar uma representação das redes neurais biológicas e, assim, desenvolver um programa capaz de antever as possíveis reações do corpo humano.
Já o método da Árvore de Decisão funciona como uma planilha responsável por apontar os benefícios ou malefícios de uma atividade física por meio de indicadores pré-determinados. Ou seja, para uma sessão de treinamentos de tênis, o programa leva em conta fatores como umidade, temperatura e vento para decidir se as condições meteorológicas são adequadas ou não para a prática do esporte.
Já no futebol americano, a NFL, principal liga da modalidade do mundo, também se mostrou preocupada em instaurar novas técnicas de IA no esporte para garantir a saúde de seus atletas. Responsável por 34 das 50 maiores audiências da televisão americana, a liga firmou uma parceria com a Amazon Web Services (AWS) com o intuito de reduzir as lesões na cabeça ocasionadas pelos fortes impactos do esporte profissional.
Dessa forma, a AWS surge com seus recursos de Inteligência Artificial para auxiliar na construção de capacetes mais seguros para a prática do futebol americano. Por ser uma liga expressivamente televisionada, a NFL contém um vasto arquivo de imagens sobre os impactos dentro de campo e o repertório de lesões dos atletas.
A coleta desses dados deve auxiliar a ferramenta de Inteligência Artificial da AWS na produção de equipamentos mais seguros para a categoria. Através das novas tecnologias e mudanças nas regras, a liga americana espera diminuir o número de lesões nos próximos anos.
Entre diferentes ferramentas da IA, podemos contar sensores e câmeras com visão computacional para coletar dados de desempenho dos atletas. Ao mesmo tempo, os dispositivos de processamento de linguagem natural podem aproveitar o reconhecimento de voz e texto para reunir percepções sobre o sentimento do público. E o reconhecimento de imagens, para identificar e medir a exposição das marcas patrocinadoras.
Não é surpresa que os anunciantes alcancem maior visibilidade e retorno sobre o investimento, durante os momentos mais emocionantes de um jogo. Nessas situações, os espectadores estão mais propensos a prestarem atenção no lance e, também, a compartilharem esses momentos depois em suas redes sociais.
É aí que entra a análise de imagens com uso de Inteligência Artificial, que permite encontrar e quantificar a colocação das marcas em um determinado vídeo. Ao analisar elementos como feeds em redes sociais, tom de voz dos comentaristas e barulho da multidão, a IA também pode determinar os níveis de maior emoção no jogo. Em conjunto, esses itens tornam possível a medição do impacto da colocação do produto em um determinado momento.
Além disso, a IA consegue antecipar a ocorrência de momentos emocionantes – ou seja, ela pode detectar padrões e recomendar o momento mais efetivo para a visibilidade de um produto, deixando de ser só uma ferramenta de medição e funcionando como um assessor estratégico para os anunciantes.
A IA promete mudar também o trabalho dos árbitros e seus assistentes. Podemos até imaginar que, em breve, ela privará os fãs de esportes da sua maior diversão: reclamar das decisões dos juízes. Algoritmos prometem tornar os árbitros assistentes virtuais mais rápidos e precisos na detecção de violações de regras. Em pouco tempo, não haverá humanos naquela salinha do famoso VAR, o árbitro de vídeo.
O VAR é uma nova tecnologia que está sendo de grande uso para o esporte nas modalidades futebol, baseball, cricket e muitos outros, que tem por objetivo avaliar erros de julgamento durante as partidas de um jogo. Mas a ciência tecnológica não se restringe somente até esse ponto, ela se abrange em todos os lados, equipamentos e roupas que são produzidos perfeitamente para acompanhar, velocidade, impulso, frequência cardíaca, desempenho dentre outras informações dos atletas.
Com todas essas inovações, ninguém duvida que a tecnologia está definitivamente mudando o jogo e, com isso, inaugurando uma nova era para os atletas, fãs, profissionais e demais envolvidos com os esportes.
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Por Gustavo Vasco – Fala! Cásper