Hernán Crespo assume o posto de comandante do time
Apesar de tantos títulos e glórias no passado, o São Paulo Futebol Clube levantou o seu último troféu no dia 12 de dezembro de 2012, quando conquistou a Copa Sul-Americana daquele ano. Aquela final foi atípica, marcada por muita confusão e até abandono do Tigres da Argentina, que não disputou o 2º tempo do jogo de volta da decisão.
O tricolor, que não tem nada a ver com isso, marcou 2 gols no primeiro tempo, um do craque Lucas Moura, que tinha apenas 20 anos e se despedia do clube naquela final, e outro do atacante Osvaldo, garantindo o título aos paulistanos.
De lá pra cá, muitos treinadores passaram pela equipe, alguns com mais sucesso que outros. Ao todo, foram 12 técnicos (Paulo Autuori, Muricy Ramalho, Juan Carlos Osorio, Doriva, Edgardo Bauza, Ricardo Gomes, Pintado, Rogério Ceni, Dorival Júnior, Diego Aguirre, André Jardine, Cuca e Fernando Diniz), sem contar as partidas como interino que o ex-auxiliar Milton Cruz realizou, além das passagens relâmpago de Vagner Mancini e Marcos Vizolli, o último sendo o atual comandante do time na reta final do Campeonato Brasileiro.
Agora, o tricolor paulista aposta no argentino Hernán Crespo, ex-jogador e atual campeão da Copa Sul-Americana pelo Defensa y Justicia.
Como joga os times de Hernán Crespo?
Com passagens por Modena, da Itália, Banfield e Defensa y Justicia, da Argentina, e pelas categorias de base do Parma, Hernán Crespo é um treinador que busca um futebol ofensivo, com bastante verticalidade e troca de passes. Adepto ao esquema 3–4–3, a saída de bola desde os zagueiros é fundamental no time do argentino. Segundo dados do site SofaScore, o Defensa y Justicia teve 60,3% de posse de bola em média nas partidas da Sul-Americana, tendo criado 22 grandes chances, o 3º melhor em toda a competição.
No ataque, os três homens de frente atuam por dentro, movimentando-se e criando espaço para a subida dos alas e para a chegada dos meio-campistas como elementos surpresas. O principal nome do time na parte ofensiva foi o atacante Braian Romero, autor de 10 gols em 9 jogos na Copa Sul-Americana. O atleta também foi o jogador que mais vezes finalizou por partida (2.9 em média). O goleiro também é uma peça fundamental na saída de bola, auxiliando os zagueiros a fugir de uma marcação pressão da equipe adversária para conseguir sair jogando com tranquilidade.
Sem a bola, Crespo orienta os seus jogadores a realizar uma marcação alta, subindo até os defensores para o campo de ataque. Em jogadas mais bem construídas do adversário, a equipe muda de esquema para o 5–4–1, recuando os alas para atuar como laterais e deslocando dois atacantes mais velozes para ajudar na marcação pelos lados. Os melhores jogadores do sistema defensivo do Defensa y Justicia foram os zagueiros Adonis Frías e Héctor Martínez. O último, inclusive, se transferiu para o gigante River Plate por empréstimo.
O que o São Paulo precisa
No final das contas, está claro que, de cara, o São Paulo precisará ter 3 zagueiros rápidos e de boa saída de bola, alas com boa qualidade no passe e imposição física e um trio de ataque de muita movimentação, sendo dois homens mais velozes e um atuando mais como referência.
Com essa ideia, a diretoria do clube paulista já tem começado a se movimentar no mercado, com o objetivo de fortalecer o seu elenco e montá-lo de acordo com as necessidades do novo treinador.
No ataque, o tricolor do Morumbi já contratou o jovem Bruno Rodrigues, atleta de 23 anos que se destacou pela Ponte Preta no último Brasileirão Série B. Para a defesa, o zagueiro Kanu está muito próximo de chegar no São Paulo, tendo sido um dos poucos destaques do rebaixado Botafogo na temporada. Por fim, o clube negocia com o uruguaio Gabriel Neves, um meio-campista de muita imposição física e que pode ser um dos elementos surpresas da equipe de Hernán Crespo.
Após 19 anos de carreira como jogador, onde atuou em clubes como River Plate, Parma, Internazionale e Chelsea e conquistou 13 títulos nacionais e uma Libertadores, Crespo terá, com certeza, o principal desafio de sua vida no São Paulo. Comandar um dos times mais vitoriosos do Brasil e da América do Sul não é uma tarefa fácil, principalmente com todos esses anos de jejum e o grito de campeão entalado na garganta de milhões de torcedores.
É necessário compreender que é apenas o início de um novo projeto, que pode ser demorado, mas que trará grandes frutos e conquistas ao tricolor paulista no futuro. O que resta ao torcedor são-paulino é torcer e apoiar muito, porque, como diz o hino do clube, “tu és forte, tu és grande, dentre os grandes és o primeiro”.
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Por Victor Fardin – Fala! PUC