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Entenda a falta de oxigênio em Manaus, no Amazonas

Após o colapso do sistema de saúde em abril de 2020, Manaus enfrentou uma nova crise principalmente no dia 14 de janeiro, quinta-feira, quando os estoques de oxigênio dos hospitais chegaram ao fim. O desenrolar desse fato levou à morte de pacientes por asfixia, internados por Covid-19 ou não.

Fazendo uma breve linha do tempo, em 27 de dezembro de 2020, houve um recorde de 95 internações no estado, que superou abril, cujo maior número diário havia sido 82. No dia 3 de janeiro, houve um novo recorde de internações diárias: 159 apenas na capital.

Entenda a falta de oxigênio em Manaus

No dia 14, a White Martins, empresa multinacional que atua na fabricação de gases medicinais e industriais, comunicou que a demanda por oxigênio havia quintuplicado desde 31 de dezembro e que não estava conseguindo atender à alta procura.

Entre os dias 15 e 16, famílias manauaras passaram a noite em uma fila em frente a uma empresa fornecedora de oxigênio para tentar comprar o produto. Com a lotação dos hospitais, a solução para muitos pacientes era ser tratado em casa.

A editora de quadrinhos Sâmela Hidalgo compartilhou no Twitter fotos dos pais cuidando da família em casa:

Com o desespero, o governo do Amazonas solicitou a transferência de pacientes para outros estados. Até o domingo (17), 30 pacientes já haviam sido transferidos, mas a previsão é que mais de 200 ainda sejam transferidos.

Além de tudo isso, conforme relatado pelo jornal Folha de S. Paulo, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu em entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (18), que tinha noção da falta de estoque de oxigênio que poderia ocorrer na capital amazonense.

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Ministro Eduardo Pazuello. | Foto: Governo Federal/Reprodução.

O ministro recebeu uma carta da White Martins no dia 8, na qual a empresa informava que “se não houvesse ações para mitigar o problema”, a cidade sofreria com falta de oxigênio.

Ainda segundo a Folha, o ministro foi alertado por integrantes do governo do Amazonas e por uma familiar da crise que estava por vir, com a incapacidade dos suprimentos acompanharem o crescimento da demanda.

Atualmente, há um déficit de 48.300 m³/dia de oxigênio líquido em todo o estado. Diariamente, cerca de quatro voos da Força Aérea Brasileira têm transportado insumos para abastecer o sistema de saúde, sendo que cada aeronave tem capacidade para até 5.000 m³.

A doação do governo venezuelano, anunciada no dia 14, deve ajudar a suprir essa demanda. A previsão é de que 107.000 m³ cheguem à capital ainda na noite desta segunda-feira.

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Por Iraci Falavina – Fala! UFSC

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