Não é nenhuma novidade para ninguém que a eleição presidencial estadunidense é um evento que deve ser acompanhado de perto por quem está no meio da política ou tem algum interesse no assunto.
A eleição norte-americana segue de maneira ininterrupta há 232 anos, desde a primeira posse em território americano do então presidente eleito George Washington (1732 – 1799), não houve, em nenhum momento da história, algo que pudesse interromper as eleições presidenciais norte-americanas, nem mesmo a primeira ou segunda grande guerra, ou até mesmo o surto pandêmico do novo coronavírus foram capazes de atrapalhar o povo estadunidense de exercer o seu direito de voto.
Diferente do Brasil, o modo com a qual os Estados Unidos realizam as eleições presidenciais não é pelo voto direto e a vitória pela maioria, então, seguem as informações necessárias para você ficar por dentro e entender melhor como toda essa sensação democrática ocorre.
Basicamente, os partidos que predominantemente elegem mais presidentes são: o Partido Republicano, em 2016 e em 2020, representado por Donald Trump, e o Partido Democrata, representado, em 2016, por Hillary Clinton e, em 2020, por Joe Biden (ex-vice presidente de Barack Obama).
Dissemelhante do Brasil, onde temos a disposição diversos candidatos para concorrer às eleições presidenciais (na eleição presidencial de 2018, tivemos 13 opções disponíveis), os norte-americanos revezam há muito tempo no poder entre os republicanos e democratas. Mas como foi dito, as eleições norte-americanas não diferem apenas pelo número de candidatos elegíveis, uma das principais diferenças nas eleições, são os colégios eleitorais.
Eleições: Colégios eleitorais
Os norte-americanos não exercem o direito de voto de maneira direta, isso porque a população decide quem vai eleger o futuro presidente por meio dos delegados de estado. O número de delegados é proporcional ao número de habitantes por estado. Não podendo ser menor do que três (3) por estado; ao total, há 538 delegados e, conforme a constituição estadunidense, para ser eleito, o candidato deverá ter 50% mais um (1) dos votos dos delegados, logo, 270 votos colegiados é o mínimo de votos que um candidato deverá ter para conseguir sair vencedor ao final das eleições.
Com isso, temos alguns estados com maiores ‘pesos’ na corrida eleitoral. Esses estados são os cruciais para que, no final da eleição, o candidato possa sair vitorioso.
Segue a lista dos cinco estados com maiores números de delegados eleitorais:
- Flórida – 29 delegados
- Pensilvânia – 20 delegados
- Ohio – 18 delegados
- Michigan – 16 delegados
- Carolina do Norte – 15 delegados
Logo, em uma possível eleição entre A x B, os eleitores do lado B votam formando 45% dos votos do estado, mas, como é de costume, o colégio eleitoral seguirá a maioria, logo, o lado A venceria naquele estado, levando para seu candidato todos os votos do delegados. Apenas em raros casos, mais precisamente em cinco ocasiões, como em 2016, quando a candidata pelos Democratas Hillary Clinton obteve quase três milhões de votos populares a mais que o Republicano Donald Trump, e mesmo assim, se viu derrotada ao final do dia 8 de novembro de 2016.
Tal situação ocorreu apenas pelo fato de que o Republicano venceu nos Estados com maiores números de delegados eleitorais, fazendo assim com que, conforme a constituição norte-americana, o voto popular não fosse ponto crucial na decisão final, mas sim, os estados com maiores números de delegados.
Ao final de tudo, há uma maior complexidade para que se possa sair vitorioso em uma eleição norte-americana, tal modelo foi elaborado pelos fundadores das 13 colônias e vem se perpetuando desde então.
E para você, caro leitor, depois de entender como funciona a democracia americana, quem vence ao final das contagens dos votos?
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Por Luiz Eduardo Alcântara – Fala! UFPR