De acordo com a pesquisa recente “Brasil: Perdas e desperdício de alimentos em cadeias agroalimentares: oportunidades para políticas públicas”, uma pessoa desperdiça aproximadamente 42 quilos de alimento por ano no Brasil. Imaginem este valor multiplicado por sua totalidade: é um dado alarmante, visto que um estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO revela um aumento, em apenas quatro anos, de 11% da fome na América Latina e Caribe, afetando 42,5 milhões de pessoas em 2018.
Entre os alimentos mais descartados estão o arroz (22%), a carne bovina (20%), o feijão (16%) e o frango (15%), presentes nas refeições da maior parte da população. A combinação de carboidrato e proteína compõe uma quantidade de aminoácidos essenciais para uma alimentação balanceada.
A preocupação é grande. Desperdiçar em meio à uma crise econômica tem seus reflexos, mas também suas causas. Desde que a globalização começou a ser um retrato da rotina das pessoas, o consumismo tem o seu espaço, raramente diminuído.
Os trabalhadores informais serão os mais afetados financeiramente. Segundo o IBGE, o mercado de trabalho brasileiro tem uma alta taxa de informalidade, representando aproximadamente 40% dos empregos.
Por não receberem durante os dias de confinamento, alguns terão a possibilidade de continuar a trabalhar e contribuir, sem a real intenção, para a proliferação da doença. Outros, ficarão sem opção.
Neste cenário, o que pode ser feito?
Alguns especialistas em orçamento doméstico indicam que fazer listas antes de ir ao supermercado é uma boa maneira de evitar a compra em excesso e ainda economizar, pois você só vai indicar o que realmente está faltando em casa.
Atente-se também ao aproveitamento total do alimento e às reais necessidades de cada um. Tente aproveitar sementes e cascas para preparar chás e bolos, por exemplo, e não exagere na quantidade das refeições.
O caminho é demorado, mas não impossível. Um novo estudo chamado “Panorama de la seguridad alimentaria y nutricional en América Latina y el Caribe 2019”, produzido em Santiago, destaca que Brasil melhorou a regulamentação sobre publicidade de alimentos, o que já é um avanço nestas questões de saúde pública.
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Por Izadora Del Bianco (@izadbr)