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Crise nas Livrarias

Beatriz Salvia – Fala!Cásper

O começo do fim? O que a internet e Amazon estão fazendo com as mais tradicionais livrarias brasileiras

Os livros certamente não saem de moda, o mercado sempre se renova. Seja pelo lançamento de grandes youtubers como autores ou pelas prateleiras de auto-ajuda, que são sempre cheias e frequentadas.

Em pesquisa feita pelo Instituto Pró-Livro, ler é um hábito de 56% da população brasileira. Mas de onde vêm esses livros? A resposta óbvia seria das livrarias, lugares que disponibilizam universos inteiros para quem é leitor voraz. No entanto, o mercado não está fácil para elas. Com o mercado editorial diminuído em 20% desde 2016 e as grandes livrarias brasileiras enfrentando problemas, comprar livros pode se tornar algo exclusivamente online.

Vamos começar falando das três maiores redes físicas de livros: Saraiva, Livraria Cultura e Fnac.


Alguns dizem que, na verdade, a Saraiva não é uma livraria, e sim uma loja que, entre outras coisas, vende livros. Mesmo com as vendas do setor em queda, a empresa não reduziu seu número de lojas, mas ampliou a área de jogos, tecnologia e até cafeteria.

A Livraria Cultura, tão conhecida pela grande unidade no Conjunto Nacional, no entanto, fechou outra duas lojas que ficavam no mesmo local. A rede passa por problemas, perdendo principalmente para internet.

Por último, a Fnac hoje é da Livraria Cultura. No ano passado, foi anunciado que a cadeia de lojas desejava encerrar suas atividades no Brasil, mas algum tempo depois sua antiga  rival comprou as filiais no país. O objetivo da Fnac, entretanto, nunca foi vender livros, e sim eletrônicos.

Embora tendo prometido manter  nome e tradição da rede francesa quando finalizou a compra, a Cultura, agora responsável pelas lojas da Fnac, fechou recentemente uma das maiores e mais icônicas sedes da livraria em Pinheiros.

E é claro que todas essas livrarias têm seus próprios sites, porém nenhum deles se iguala a Amazon.

A gigante estadunidense chegou no Brasil em 2014, com preços bem menores do que os oferecidos no mercado brasileiro, grande liquidações e uma grande gama de opções. Uma das demandas é que seja aprovada a Lei do Preço Fixo, cuja maior finalidade é controlar os preços da indústria livreira.

Os ebooks também começaram a cair no gosto dos brasileiros. A própria Amazon tem o aparelho mais famoso do tipo, Kindle, que também contém uma seleção enorme de livros. A Saraiva lançou seu próprio ebook, o Lev, e a Cultura fez uma parceria com a Kobo, mas nenhum deles chegou ainda ao sucesso do Kindle.

Talvez a crise instaurada seja uma oportunidade para a volta das livrarias de rua e, quem sabe, até a chance de editoras menores se tornarem mais visíveis.

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