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Como a pandemia interferiu no mercado imobiliário?

É fato que a pandemia de Covid-19 trouxe muitas mudanças, na política, na saúde e em diversos setores da economia. Mas como isso afetou o mercado imobiliário? Entrevistamos Alexandro Celestino, que atuou nas maiores construtoras e incorporadoras do país, para saber mais sobre como esse setor se manteve durante a pandemia. 

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Como a pandemia interferiu no mercado imobiliário? | Foto: Reprodução.

Setor imobiliário em meio à pandemia

A Covid-19 surgiu no fim de 2019, em um contexto bem estável para a construção civil, o setor super econômico mantinha-se regular, por fazer parte da base da pirâmide, fatores econômicos e políticos não superam a necessidade da compra do primeiro imóvel. Já no início da pandemia, no começo de 2020 sustentava-se um cenário de incertezas por parte das cooperadoras, de como o consumo ia reagir à pandemia e como isso iria interferir no mercado. 

Mas, na prática, isso não aconteceu. De forma inesperada este setor não teve muitos prejuízos, a campanha “Fica em Casa” trouxe às famílias a oportunidade de refletir sobre suas moradias, muitos passaram a desejar uma residência fixa, mais confortável e com espaços de lazer. E por mais que a economia estivesse em crise, a pandemia proporcionou maior flexibilidade às empresas, que conseguiram fazer ofertas e financiamentos mais justos, de acordo com a proposta de seus clientes. Logo, a necessidade de ficar em casa criou um movimento no mercado imobiliário.  

Contribuindo para o crescimento desse setor, a Selic, uma das taxas que norteiam o mercado, chegou a patamares de 2%, ou seja, famílias com rendas menores puderam garantir um financiamento mais alto. Segundo Alexandro, esse movimento, nos últimos dois anos no mercado, resultou em mudanças em todas as camadas desse setor, no supereconômico, quem não tinha seu primeiro imóvel passou a buscá-lo, e quem já tinha teve a oportunidade de  mudar para um ambiente maior, em uma região mais desejável e com maior metragem.

Desafios

No primeiro momento, em 2020, o maior desafio enfrentado pelos profissionais da área foi o contexto incerto que a pandemia trouxe, as dúvidas de como se manteriam os empregos e as rendas. Embora tenha tido um crescimento de 77% nas vendas de 2020 para 2021, acredita-se que, com o acesso à vacina em 2021, o cenário de incertezas passa a ter maior segurança. 

A estratégia da maioria das construtoras, durante aquele período (2020), foi baixar os estoques. Então todos os lançamentos já realizados tiveram como principal objetivo: vender as unidades que já foram lançadas.  Já em 2021, diversas incorporadoras que tinha produtos para lançar no ano de 2020, iniciaram o ano fazendo todos esses lançamentos.

Comenta Alexandro Celestino, que atua no setor super econômico.

Outros dois índices que norteiam o mercado são o Índice Nacional da Construção Civil (INCC) e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), este último para imóveis alugados, que vem aumentando a cada ano, tornando os aluguéis cada vez mais caros, o que também impulsiona a compra do primeiro imóvel. O INCC, que regula os insumos da construção, teve um aumento de 19,5%, isso faz com que as construtoras tenham de realizar suas obras em menos tempo, buscar melhores negociações para continuar fazendo futuros lançamentos. O curioso, conforme Alexandre Celestino, é que essas taxas não assustam, pelo contrário, impulsionam o consumidor a comprar agora, antes que esses índices piorem. 

Todo esse cenário proveitoso tornou o imóvel um dos investimentos mais proveitosos e seguros de hoje, em meio à pandemia. 

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Por Leticia Mitterbach – Fala! Cásper

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