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‘Cobra Kai’ – Leia a crítica da terceira temporada da série

A série que caiu nas graças de um público nostálgico, chega a sua terceira temporada, primeira desde que a Netflix adquiriu seus direitos em 2020. Apesar da mudança, Cobra Kai continua atraindo mais e mais fãs

No ano de 2018, os fãs de Karatê Kid ganharam uma grata surpresa. O YouTube Originals lançava uma série derivada do filme que fez tanto sucesso nos anos 80, trazendo alguns dos principais atores do longa original para o elenco e mostrando a vida adulta de Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka) e revivendo a antiga rivalidade entre os dois.

As duas primeiras temporadas foram um sucesso, fazendo com que, em 2020, a Netflix adquirisse os direitos da série e a renovasse para uma terceira temporada, que teve sua estreia no primeiro dia de 2021. A trama mostra os acontecimentos após a briga na escola, que fechou a segunda temporada, quando Robby (Tanner Buchanan) joga Miguel (Xolo Maridueña) do segundo andar da escola, fazendo com que o aluno de John Lawrence batesse as costas no corrimão da escada e entrasse em coma.

Cobra Kai
Terceira temporada de Cobra Kai já está disponível na Netflix. | Foto: Reprodução.

Cobra Kai – Leia a crítica da terceira temporada da série

Nos primeiros capítulos, John e Daniel se unem para procurar Robby, foragido por conta da briga. Os dois senseis se sentem culpados pelo ocorrido e tentam reverter a situação ruim. LaRusso encontra seu aluno foragido e chama a polícia, buscando fazer a coisa certa, para que o garoto não entrasse em mais problemas. Assim, Robby fica com raiva de seu pai e de seu sensei, não querendo mais ver os dois e se metendo em brigas dentro do reformatório.

Johnny acaba se dividindo entre tentar estar presente na recuperação de Miguel e se reconciliar com seu filho. Isso acaba fazendo com que os dois se afastem ainda mais, visto que Robby não aceita que seu pai o deixe de lado para ir atrás do ex-Cobra Kai. Enquanto estas situações acontecem, Kreese (Martin Kove) ganha mais força no Kobra Kai e traz novos alunos para reforçar seu dojô.

A série ganha mais drama nesta temporada, adotando um tom diferente das duas primeiras temporadas, mas, ao mesmo tempo, mantendo “tradições” apresentadas ao longo da série, como a necessidade de criarem relacionamentos, muitas vezes rasos, entre os personagens. Passando episódios, Miguel sai do coma e, apesar de em um primeiro momento se distanciar de Johnny, a amizade entre os dois logo volta para seu estágio normal. Tal relação continua impecável. Para o autor deste texto inclusive, ela é melhor do que a vista entre Daniel e Miyagi (Noriyuki “Pat” Morita).

Com isso, o sensei parte para a missão de tentar recuperar os movimentos das pernas do garoto, com métodos muito toscos e que, para os que buscam levar a série a sério o tempo todo, não são aceitos. Apesar disso, o jovem consegue se recuperar e logo trata de voltar a treinar, mesmo que ainda com alguns bloqueios. Ele também volta a se relacionar com Samantha (Mary Mouser), o que acaba sendo descoberto por Robby, elevando a raiva do aluno de Daniel sobre o aluno de Johnny.

Com as recentes brigas entre os alunos dos dojôs, a loja de carros de Daniel perde força e fornecedores, fato que faz com que LaRusso decida viajar para o Japão, em busca de ganhar seu fornecedor de volta. Lá ele encontra personagens que fizeram parte do péssimo segundo filme da trilogia original e a série busca um jeito fajuto de ligar uma dessas personagens, que apareceu por 5 minutos no filme, com a solução para o problema de Daniel. A série também peca em revisitar o passado de Kreese, que não consegue aproximar o público do sensei e ainda sofre com uma produção fraca do local onde se passa a história de Kreese.

Outra personagem que volta para a série, é Ali Mills (Elisabeth Shue), fato em que a série acertou muito. A relação entre ela e os dois sensei é boa e ainda com o fator de Johnny se dividir entre Ali e a mãe de Miguel. 

A temporada acaba com uma briga generalizada entre os jovens, onde Hawk (Jacob Bertrand) muda de lado, ajudando seus antigos amigos e saindo do Cobra Kai, e com Daniel e Johnny se unindo para treinar seus alunos, após LaRusso brigar com Kreese. A série tecnicamente não é muito boa, mas seria errado pedir para que ela se levasse muito mais a sério do que realmente se leva, isso acabaria fazendo com que ela perdesse o lado mais “infantil” de Cobra Kai, necessário para dar equilíbrio entre o humor e o seu lado mais sério.

Apesar disso, se você gostou das primeiras temporadas, não será diferente nesta, a série continua muito divertida e com tramas muito interessantes. A nostalgia é presente o tempo todo e os personagens principais são muito interessantes. As atuações não são perfeitas, mas é difícil encontrar personagens que deixem completamente a desejar neste aspecto.

O final desta temporada é provavelmente o mais promissor, trazendo, finalmente, uma proximidade que era esperada entre Daniel e Johnny desde o começo da série. Assim, Cobra Kai termina mais uma boa temporada e parte para a sua quarta, que já foi confirmada pela Netflix, mas ainda não tem data de lançamento.

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Por Gustavo Matheus Caetano – Fala! Cásper

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